Guarani na Argentina – Termina a primeira fase de testes

No dia 25 de maio, o Exército Brasileiro (EB) entregou, por empréstimo, uma viatura blindada de transporte de pessoal – média sobre rodas (VBTP-MSR) 6X6 Guarani para o Exército Argentino (EA) fazer avaliação dentro do programa VCBR (“Vehículo de Combate Blindado a Rueda”).

A Viatura, equipada com SARC REMAX, foi enviada para o Batallón de Arsenales 602 (B Ars 602) “Coronel Ángel Monasterio”, em Boulogne Sur Mer, na região metropolitana de Buenos Aires, os testes duraram do dia 31 maio até 03 de junho, havendo a cerimônia de apresentação oficial da viatura, no dia 04.

Cerimônia de apresentação do Guarani no B Ars 602 (Imagem EA)

Na noite do dia 05, o Guarani partiu, transportado por um Iveco Stralis 460 NR do EA, com destino ao Regimento de Infantaria Mecanizada 3 (RIMec 3) “General Belgrano”, na cidade de Pigüé, chegando pela manhã do dia 06.

Partida de Boulogne e chegada em Pigüé (Imagens via Gen Agustin Cejas)

No RI Mec 3 os testes iniciaram no dia 07, com reconhecimento, treinamento de militares, sendo que oito argentinos foram capacitados como atiradores de REMAX por profissionais da empresa Ares Aerospacial e Defesa, e diversos testes de deslocamento, em estrada es trilhas, e superação de obstáculos, no campo de instrução do “Campamento Cura Malal”, da Guarnição de Pigüé e, no dia 10, houve um teste de navegação na Laguna Las Encadenadas, às vistas de alguns pescadores e campistas que se encontravam no local, encerrando essa etapa de testes no dia 11.

Testes no Campo de Instrução do RI Mec 3 (Imagens via Gen Jayro Rocha e Agustin Cejas)

Na próxima segunda-feira, dia 14, o Guarani será transportado para a Base Naval de Infantería de Marina (BNIM) “Baterías, em Punta Alta, próximo à cidade de Bahia Blanca, onde iniciará uma nova fase de testes, como os de armamento.

É importante destacar que o Guarani, que  pertence ao 5º Regimento de Cavalaria Mecanizado (5º RC Mec), da cidade de Quaraí (RS), possui uma guarnição de quatro militares da OM que são responsáveis pela viatura, somados a um capitão engenheiro da Comissão de Absorção de Conhecimentos e de Transferência de Tecnologia na Iveco (CACTTIV), pertencente à Diretoria de Fabricação (DF) do EB, e técnicos das empresas Iveco  e Ares, para prestarem o suporte técnico.

Na próxima semana, na BNIM, serão realizados os testes de tiro com o SARC REMAX (Imagem: Santiago Rivas)

Nota da Redação: Tecnologia & Defesa continuará acompanhando os testes na Argentina e, após sua conclusão, e retorno da viatura para o EB, apresentar uma matéria completa com fotos inéditas de todas as fases.

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Comentários

8 respostas

  1. Boa noite, Paulo. Você têm alguma novidade sobre o projeto Guarani 2.0. Ninguém fala mais no assunto.

    1. Em uma entrevista com o diretor da IVECO Defesa, Humberto Spinetti, nada se foi solicitado ainda pelo EB a respeito de uma nova versão da viatura. Mas o projeto segue o conceito de melhorias constantes. E este é o motivo de existirem oficiais alocados dentro da IVECO sempre revisando o projeto.

    2. O Programa Estratégico Guarani passa por constantes evoluções baseados nas experiências de produção, operação e manutenção. As mudanças consideradas mais simples são implementadas na fabricação e , posteriormente, nas viaturas já em uso. Um exemplo fácil de se ver isso esta no chamado “kit de combate”, cujas viaturas podem ser identificadas com suas correias porta-mochilas externamente, lembrando que isso é apenas um elemento mais visível desse kit.
      Dentro da fabrica da Iveco, em Sete Lagoas, existe um grupo de engenheiros militares do Exército, chamado CACTTIV, que, dentre outras coisas, auxilia essa evolução baseada nas experiências operacionais.
      O chamado “Guarani 2.0” são alterações mais profundas, também baseadas nas experiências acumuladas, e atualmente seus relatórios estão em estudos no EME.
      Assim que forem liberados, serão implementados na linha de produção.

  2. Novas versões e/ou aperfeiçoamentos na VBTP levam naturalmente a novos custos. Tudo tem que ser minunciosamente avaliado.
    O EB já não consegue sequer receber as quantidades anuais aventadas no planejamento inicial e a Iveco se esforça para manter o mínimo da sua capacidade industrial instalada com o que o exército consegue comprar. Não é uma situação fácil.
    Qualquer medida no sentido de melhorar/modificar o blindado passa necessariamente por uma criteriosa avaliação de custos por primeiro. Sem bala na agulha não adianta nem sonhar com Guarani 1.2…

  3. Os aperfeiçoamentos são constantes e novas versões já estão sendo desenvolvidas.
    A de engenharia está parada por conta da COVID (os técnicos da Pearson voltaram para a Inglaterra quando começou a pandemia), porem deve retornar a sua montagem no próximo mês e as duas viatura serão apresentadas ainda neste semestre.
    A versão Porta-morteiro já tem sua concepção pronta, faltando a licitação para a escolha do sistema de armas.

    1. Para ser bem honesto Paulo, me parece pouco crível se pensar nas VBE quando antes de resolver o problema da produção das VBTP básicas, que não atendem à demanda de reorganização das OM cavalaria mecanizadas e da infantaria, esta ainda por mecanizar. A quase condição de insolvência financeira pela qual passamos impede qualquer tipo de planejamento institucional minimamente razoável.
      Mas vamos ver. Há mais projetos do que recursos até o final desta década. E infelizmente nenhum deles tem qualquer garantia de chegar a bom termo.
      Boa sorte para nós. Creio que vamos precisar, e muito.

      1. Flavio, primeiro, qual é “o problema da produção das VBTP básicas”???
        Cuidado com informações da internet.
        Eu acompanho de perto a produção e posso te AFIRMAR que isso é CONVERSA FIADA de quem não tem acesso às informações primárias (Ouvi falar, não funciona para quem quer trabalhar de forma séria).
        O Exército tem um contrato com a IVECO e ambos estão cumprindo ele.
        As pessoas podem acreditar no que quiser, mas o que me deixa impressionado é a quantidade de pessoas que diz torcer para termos uma indústria nacional forte, mas tenta mostrar que até a do Senegal é melhor que a nossa…

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