Os ministérios da Defesa do Brasil e da Argentina assinaram ontem (07) declaração conjunta que inclui previsão para o início de conversações para a venda de 24 caças Gripen NG para a Força Aérea da Argentina. De acordo com o Ministério da Defesa, a possibilidade do negócio consta na “Declaração pela Democracia e a Paz”, documento assinado pelo ministro Jaques Wagner e seu par argentino, Agustín Rossi, após reunião bilateral realizada na capital Argentina.
Em sua primeira viagem oficial ao exterior como ministro da Defesa, Jaques Wagner destacou a escolha da Argentina como o primeiro país a ser visitado por ele e o caráter estratégico da aliança, considerado fundamental para a integração regional da América do Sul. O ministro disse que foi uma decisão política que atende ao interesse de fortalecer a parceria e a cooperação no campo da defesa.
Já Augustín Rossi, além de abrir as negociações para a compra dos 24 caças Gripen NG, também reiterou a intenção argentina de adquirir seis aeronaves militares de transporte KC-390, projeto brasileiro que tem os argentinos como parceiros em seu desenvolvimento. A Fabrica Argentina de Aviones (FAdeA) está produzindo partes estruturais para o novo avião desenvolvido pela EMBRAER Defesa e Segurança (EDS).
O avião de combate Gripen NG desenvolvido pela sueca SAAB será produzido no Brasil no âmbito do Projeto F-X2. Em outubro de 2014, a Força Aérea Brasileira assinou contrato para a aquisição de 36 aeronaves, sendo 28 unidades monoplaces (para um piloto) e 8 biplaces (para dois tripulantes). Esses aviões deverão ser entregues entre 2019 e 2024. O investimento previsto é de US$ 5,4 bilhões.
Parte das aeronaves encomendadas pela FAB será produzida em território nacional em parceria com empresas brasileiras, que se beneficiarão da transferência de tecnologia prevista no contrato com a companhia sueca.
Outro assunto tratado pelos ministros foi o projeto do Avião de Treinamento Básico da Unasul, iniciativa que objetiva coordenar a cadeia produtiva dos diversos países sul-americanos, bem como o fortalecimento da base industrial de defesa do continente.
Wagner e Rossi reafirmaram ainda o desejo de intensificar a Cooperação Antártica no apoio logístico e no trabalho conjunto na área científica realizado na região.
Ivan Plavetz