No Rio de Janeiro, as cada vez mais frequentes apreensões de armas usadas por criminosos tornam-se um interessante campo de estudos na área do armamento, não somente pela grande variedade dos modelos envolvidos, mas, também, pelo ineditismo de alguns. Exemplo são as submetralhadoras calibre 9x19mm adaptadas a partir de fuzis da família russa AK, originalmente, em calibre 7,62x39mm.
Modificações deste tipo começaram a aparecer há vários anos na região de Peshawar, no Paquistão, mundialmente famosa pela quantidade de armeiros e fabricantes artesanais de armas de fogo. Mais recentemente, algumas firmas estadunidenses colocaram no mercado este tipo de conversão em que, mediante um kit apropriado, diversos tipos de carregadores de pistola (Glock, M1911, por exemplo) ou de submetralhadora (Uzi, M3, Sten, MP5, etc.) podem ser usados. Obviamente, o sistema de operação a gás do AK é bloqueado, passando a resultante submetralhadora a funcionar por blowback (ferrolho livre).
Lamentavelmente, o armamento apreendido no Rio de Janeiro raramente é disponibilizado para exame detalhado por pessoal fora da esfera oficial, o que impede que alguns pormenores técnicos possam ser devidamente examinados e, assim, viabilizar a possível localização de sua origem.
Ronaldo Olive