O comando das Forças Armadas deslocou, neste domingo (27), o Navio Doca Multipropósito Bahia (G40), com 260 fuzileiros navais, para manter a segurança e garantir as operações no Porto de Santos, no litoral de São Paulo (um dos mais importantes do Brasil).
O complexo portuário é alvo de protestos da categoria profissional dos motoristas de caminhão, em greve há uma semana. Os grevistas paralisaram o Brasil, especialmente a região sudeste do País, a mais rica.
No sábado (26), o Navio-Patrulha Macaé (P70) atracou no cais santista com 22 fuzileiros como medida emergencial decorrente do decreto presidencial para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estabelecido na sexta-feira (25).
O Governo Federal quer que o porto retome as atividades rotineiras o “mais breve possível”.
O Bahia foi deslocado do Rio de Janeiro com sete caminhões para transportar tropas, três blindados CLANF e dois helicópteros da Aviação Naval da Marinha do Brasil.
Durante a manhã dominical, o general Alexandre de Almeida Porto, comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, que coordena as operações das Forças Armadas no litoral paulista, participou de uma videoconferência com o comando em São Paulo e em Brasília.
O objetivo foi traçar estratégias de eventual ação no cais.
O Governo Federal também foi informado neste domingo que os caminhoneiros não realizam bloqueios efetivos nos acessos terrestres ao Porto de Santos, o que impediria a passagem de veículos. Entretanto, mantêm pontos de concentração e acampamentos nas duas margens desde o início da paralisação.
O reforço de tropas militares no complexo acontece, ainda segundo o comando do Exército em São Paulo, para manter o “pleno funcionamento das operações” no cais.
O deslocamento também ocorre para fazer a segurança da área do Porto Organizado e, portanto, os militares não seguirão para as estradas da região.
O Bahia atracou no Porto de Santos às 14h do domingo, conforme previsão inicial. No início da tarde, militares do Exército também circularam armados pelas vias do porto utilizando motos.
Não houve qualquer tipo de intervenção ou ação para retirar os caminhoneiros instalados em acampamentos às margens das pistas.
Paralisação
O Porto de Santos não registra movimentação de caminhões desde segunda-feira (21), segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária.
O modal rodoviário representa 70% das operações, que foram diretamente impactadas com a paralisação da categoria.
A Codesp informou ao longo da semana e, reafirmou neste domingo que mantém todas as operações no costado, com o embarque e desembarque de cargas nos navios.
A movimentação de mercadorias a partir de ferrovia, que representa 26% do total, e de dutovia (4%), também não foram interrompidas.