A Força-Tarefa Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) completou dez anos de existência. Uma cerimônia militar, ocorrida no porto de Beirute, capital do Líbano, celebrou o aniversário da primeira e única força naval a integrar uma missão de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
O evento contou com as presenças do chefe e Force Commander da UNIFIL, general-de-divisão Michael Beary, do Exército da Irlanda; do membro do Conselho Militar do Líbano, representando o comandante das Forças Armadas, general-de-divisão Georges Chreim; do comandante da Marinha do Líbano, contra-almirante Majed Alwan; e diversas autoridades civis e militares e de membros do corpo diplomático.
Na ocasião, o comandante da FTM, contra-almirante Claudio Henrique Mello de Almeida, ofereceu uma placa de reconhecimento aos representantes dos 15 países que integraram a Força, incluindo os seus atuais componentes: Alemanha, Bangladesh, Brasil, Grécia, Indonésia e Turquia. Ao final da cerimônia, uma placa comemorativa foi descerrada pelo Force Commander da UNIFIL e pelo representante das Forças Armadas do Líbano.
O general Beary destacou, em seu discurso, o papel da FTM na prevenção à entrada ilegal de armas, por mar, no território do Líbano, bem como no adestramento das forças navais do país, tarefas que compõem os dois pilares da missão da Força-Tarefa. Ele fez especial menção à contribuição do Brasil que, desde 2011, vem liderado a FTM. Afirmou, ainda, que “nestes últimos dez anos a Força-Tarefa Marítima lançou as bases de uma doutrina naval para as Nações Unidas”, fazendo alusão ao Manual de Operações Marítimas de Manutenção de Paz, publicado em fins de 2015, com base na experiência adquirida pelo componente naval da UNIFIL.
O contra-almirante Mello, por sua vez, ressaltou que “a detecção e identificação, pelos navios e helicópteros da Força, de embarcações envolvidas em atividades suspeitas, não apenas contribuem para a prevenção da entrada de armas não autorizadas, mas também beneficiam outras ações de imposição da lei por autoridades libanesas”, lembrando a interceptação executada pela fragata Independência, da Marinha do Brasil, em junho deste ano, de uma embarcação de recreio, posteriormente apreendida pela Marinha do Líbano, com 2,5 toneladas de drogas ilícitas a bordo.
Após a cerimônia, um destacamento de operações especiais da Marinha do Líbano realizou demonstração de abordagem a partir de embarcação rápida, empregando as técnicas e procedimentos obtidos a partir dos adestramentos da FTM.
O Brasil vem exercendo a liderança da FTM por mais da metade dos dez anos de existência da Força, tendo assumido o seu comando desde fevereiro de 2011 e, a partir de novembro do mesmo ano, enviado regularmente navios para atuarem como capitânia.
Ivan Plavetz