Santiago Rivas (*)
A VI Brigada Aérea apresentou seu primeiro exemplar do caça F-16 Fighting Falcon adquirido pela Força Aérea Argentina (FAA), após sua transferência para o país. A cerimônia contou com a presença do ministro da Defesa, Luis Petri, o comandante da Aeronautica, brigadeiro-general Xavier Isaac, e o chefe do Estado-Maior Geral da Aeronáutica, brigadeiro Gustavo Valverde, entre outras autoridades.
A aeronave, que estava ainda desmontada, mas já ostenta as cores argentinas, será montado durante o mês de janeiro, por pessoal da brigada e da Força Aérea Dinamarquesa, e será apresentado oficialmente em data a definir entre 27 de janeiro e 7 de fevereiro, altura em que o presidente da Argentina, Javier Milei, visitará a Brigada.
O exemplar, um F-16B Block 10, será utilizado para treinamento em solo e foi totalmente revisado pela Força Aérea Dinamarquesa antes de sua entrega, incluindo questões como o estofamento dos assentos, enquanto vários componentes, como a cúpula da cabine, foram alterados nos últimos tempos de serviço, portanto estão praticamente novos. Neste ponto, um fato importante é que todos os F-16 que a Argentina receberá possuem asas fabricadas nos últimos anos, o que prolonga significativamente a vida útil restante das células.
Segundo o brigadeiro Valverde, já está definido que os 24 F-16 Bloco 15 que serão operados serão transferidos para o país por via aérea, em quatro de seis aeronaves cada. Na primeira, que acontecerá em dezembro de 2025, serão entregues quatro dos oito bipostos e dois monopostos e esta transferência será realizada por pilotos dinamarqueses, embora os pilotos argentinos voem nos bancos traseiros dos bioplaces. Para esta transferência está a ser providenciado o apoio de um avião de reabastecimento em voo, provavelmente da USAF, durante parte das etapas do voo, embora se preveja que também façam algumas escalas.
Além de ver o avião, foram percorridas as obras na VI Brigada Aérea, algumas das quais não podem ser descritas por estarem enquadradas em segredo militar, mas que significarão uma alteração muito significativa na unidade e nas suas capacidades. Entre os que não estão enquadrados no sigilo está um centro de instrução de pessoal técnico, cujas obras já foram iniciadas e será composto por um hangar com capacidade para até dois F-16 e contará também com salas de formação de quadros. Além do setor de instrução técnica, incluirá um centro de idiomas para aperfeiçoar o inglês do pessoal técnico, para que não tenham dificuldades em trabalhar com toda a documentação e sistemas da aeronave.
Devido a essas obras, que serão concluídas no final de 2026, os F-16 chegarão inicialmente à Área de Materiais do Río IV, que atualmente está sendo recondicionado para realizar grandes manutenções na aeronave. Assim que a VI Brigada Aérea estiver totalmente reconstruída, no final de 2026 ou início de 2027 os F-16 serão transferidos para ela para operar a partir daí.
O plano da Aeronáutica é que a segunda metade da aeronave seja atribuída à outra brigada, embora ainda não tenha sido definida qual será, mas muito provavelmente será a V Brigada Aérea. Além disso, estão em andamento negociações para pelo menos um Boeing KC-135R Stratotanker para que o F-16 possa ser reabastecido em voo, o que poderá ser obtido logo após a chegada dos aviões.
(*) Santiago Rivas é jornalista e fotógrafo argentino, especializado em defesa, editor da revista Pucará Defensa e colaborador de Tecnologia & Defesa na Argentina
