FAB realiza primeiro seminário internacional “ARP em Combate”

A Força Aérea Brasileira (FAB) debateu o futuro operacional das Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) durante o 1° Seminário Internacional “ARP em Combate”, realizado, na última semana em Brasília (DF).

Cerca de 120 oficiais das Forças Armadas e integrantes do Ministério da Defesa assistiram  palestras do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAer) e de empresas ligadas à aviação que demonstraram os desafios e tendências no emprego dessa aeronave.

A elaboração de regras para a inserção do ARP no espaço aéreo civil e o desenvolvimento de sistemas para tornar a aeronave autônoma e com facilidade na tomada de decisões foram alguns dos temas principais.

O objetivo da FAB, que possui dois tipos de ARPs (Hermes 900 e 450), foi coletar informações sobre os pequenos aviões sem tripulantes projetados para integrar a aviação militar do futuro. De acordo com comandante interino da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Dirceu Tôndolo Noro, o tema possui caráter estratégico e a troca de informações vai abastecer com dados o EMAer. “Discussões como essa ajudam no objetivo da FAB, que é garantir a soberania do espaço aéreo nacional”, ressaltou.

Foram discutidos tópicos como operações conjuntas de ARPs, aquisição e operação de armamentos e operações logísticas em aeronaves remotamente pilotadas. Também chegou a ser debatido como serão as operações aéreas da FAB a partir do momento que o avião de combate Gripen NG entrar em serviço no País, em 2019.

O objetivo do Seminário é a coleta de informações para desenvolvimento de projetos futuros. (Imagem: Agência Força Aérea)
O objetivo do Seminário é a coleta de informações para desenvolvimento de projetos futuros. (Imagem: Agência Força Aérea)

Palestrante do evento, Jonas Jakobsson, representante da Saab e ex-piloto de caça da Força Aérea da Suécia, destacou que os pontos chave da aviação do futuro são os sistemas automatizados e a inteligência artificial. Ele afirmou que o maior desafio é desenvolver sistemas que sejam realmente autônomos para que a aeronave possa pousar, aterrissar, realizar manobras de defesa aérea, empregar armamentos, desviar de obstáculos, entre outras ações.

Jakobsson também destacou que alguns sistemas autônomos têm sido desenvolvidos tanto para aeronaves remotamente pilotadas quanto para aeronaves tripuladas, o que garante melhor performance para os dois tipos.

“O futuro do combate inclui que as aeronaves consigam manter informações sigilosas, alta velocidade, armas com muita energia e que possam atingir diversas plataformas, além de tecnologia de não detecção”, ressaltou.

Já sobre a inteligência artificial, o palestrante sueco destacou que são softwares que auxiliam na tomada de decisões. A inteligência artificial, por exemplo, ajudaria na resposta da seguinte pergunta “Qual o melhor alvo para atacar agora?” e “Como desviar dessa ave localizada na frente da aeronave?”

Outro desafio apresentado no seminário é como inserir  ARPs no espaço aéreo integrado, tanto civil quanto militar. Segundo Jakobsson, os ARPs precisam ser capazes de operar no ambiente civil, o que não acontece, por exemplo, na Europa. “Para isso é preciso discutir normas e tecnologias”, destacou.

Ensino e pesquisa

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Jonas Jakobsson da Saab prognosticou que os pontos chave da aviação do futuro são os sistemas automatizados e a inteligência artificial. (Imagem: Agência Força Aérea)

Organizado pela Universidade da Força Aérea (UNIFA), o seminário contou entre os participantes oficiais-alunos do Curso de Política e Estratégia Aeroespacial (CPEA) e de Comando e Estado-Maior (CCEM). Um deles, o major-aviador Ricardo Felzcky, destacou a importância do evento. “Foi fundamental, pois agrega conhecimento do emprego armado dos ARPs. E essa aeronave é o próximo passo da Força Aérea, é uma tendência do futuro”, finalizou.

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Ivan Plavetz

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