FAB pode assinar contrato de conversão do A330 MRTT ainda este ano

Projeto é um dos contemplados pelo PAC da Defesa, anunciados pelo governo federal em agosto passado.

Segundo o portal Flight International, a Força Aérea Brasileira (FAB) deve assinar o contrato para a conversão dos seus dois Airbus A300-200 para o padrão multi-role tanker transport (MRTT) ainda em 2023.

Adquiridos usados da companhia Azul Linhas Aéreas, o preço dos dois aviões saiu por R$ 375 milhões e o contrato foi assinado em 18 de abril de 2022. Matriculados FAB 2901 e 2902 e designados KC-30, a compra teve por objetivo recuperar a capacidade de transporte e reabastecimento em voo estratégico. Apesar de estar no processo de recebimento de 19 KC-390, dos quais seis foram entregues, o jato bimotor da Embraer tem cunho tático e por isso o seu alcance e capacidade de combustível são menores se comparado ao A330, que é de uma outra categoria.

O MRTT também pode transportar cargas, pessoas e fazer a evacuação aeromédica em configurações mistas.

Os dois aviões estão equipando o 2º/2º Grupo de Transporte “Esquadrão Corsário” na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, tendo sido entregues em 26 de julho e 3 de novembro de 2022.

Segundo a nota, as aeronaves serão entregues para a conversão em 2025 e 2026, retornando para o Brasil em 2026 e 2027. Os trabalhos serão feitaospela Airbus Defence and Space em Getafe, na Espanha.

 

Histórico do programa na FAB

Em 9 de maio de 2012, a FAB lançou o programa KC-X2 que buscou analisar as ofertas para dois aviões de transporte e de reabastecimento em voo de longo alcance. As possibilidades apresentadas foram o Airbus A330 MRTT; o KC-767A, com a conversão do Boeing 767-200ER para essa função, sendo essa solução tendo sido adotada pelo Japão e pela Itália; e, por fim, a israelense IAI com um programa semelhante ao da Boeing, convertendo exemplares disponíveis no mercado e em boas condições em cargueiros e reabastecedores.

A IAI foi a escolhida pela Colômbia para transformar um Boeing 767-200ER civil para a missão militar. O exemplar recebeu, dentre outras modificações, porta lateral para embarque de grandes volumes, piso reforçado para suportar maior peso das cargas e pods de reabastecimento em voo.

Em 14 de março de 2013 a FAB anunciou a IAI como vencedora do processo. O contrato incluiria três aviões, sendo um convertido em Israel e dois no Brasil, pela TAP ME. A Akaer seria envolvida na parte de engenharia e a Gespi receberia conhecimentos para manutenção nos motores dos caças A-4 Skyhawk da Marinha do Brasil. A Friuli, por sua vez, receberia conhecimentos para projetar ferramentais para serem usados nas mudanças de configuração do avião, por exemplo, de carga para passageiro.

O contrato, porém, não continuou e foi encerrado em dezembro de 2016.

Como medida temporária, a FAB arrendou um Boeing 767-300ER (designado C-767 com a matrícula FAB 2900, c/n 26470), da empresa GFG Global Flying Group, por um período de três anos.

A aeronave chegou em 10 de julho de 2016 e o contrato posteriormente não foi renovado, sendo a aeronave devolvida ao operador.

Em agosto de 2020, uma nova licitação para o arrendamento de um Boeing 767-300ER foi cancelada.

 

O A330 MRTT

A aeronave pode transportar até 45 toneladas de carga, até 130 macas; ou ter uma configuração mista levando 40 macas, 20 pessoas de equipe médica, equipamentos de suporte à vida e 100 passageiros. Ou 300 passageiros. Para missões de reabastecimento em voo, até 111 toneladas de combustível. Apenas como base de comparação, cada F-5EM pode levar, considerando os tanques internos e externos, um total de 4,5 toneladas de combustível. O AMX pode levar até 3.622 kg de combustível utilizando os tanques subalares menores.

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