FAB estuda aquisição de mais Gripens

Durante a cerimonia de apresentação do primeiro protótipo do avião de combate Gripen NG (ou “E” como é denominado na Suécia) da Saab ocorrida na última semana na planta industrial da Saab em Linköping, Suécia, não só foi reafirmado o contrato assinado pelo Brasil para compra de 36 exemplares para a Força Aérea Brasileira (FAB) como também ganhou consistência a possibilidade de aquisição de lotes adicionais para substituição da totalidade de seus aviões de combate em atividade atualmente.

A FAB possui atualmente mais de 50 aviões de ataque e reconhecimento A-1 (AMX) e um número semelhante de caças F-5M, frota que precisará ser substituída a partir da próxima década. O primeiro lote encomendado para a FAB ocupará a vaga deixada por caças já desativados como os Mirage 2000 do 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) sediado em Anápolis (GO).

Hakan Buskhe, presidente da Saab, confirmou que o assunto já foi abordado e revelou que o potencial negócio poderá envolver encomenda de mais dois lotes de 36 unidades. Buskhe comentou que a empresa sempre discute com seus clientes futuras possibilidades e deixou claro que ainda não há nenhum compromisso firmado e definição de quando isso irá ocorrer. Respondendo à indagação de alguns jornalistas se a Saab vê riscos sobre a atual contrato por força da mudança de governo, Buskhe disse que não pois os prazos estão sendo cumpridos, o orçamento esta acertado e a cooperação com Embraer e o governo brasileiro está indo muito bem.

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, o qual esteve presente na cerimonia de apresentação do Gripen NG, disse que novas aquisições do avião de combate não foram objeto de conversações formais com os suecos, entretanto, padronizar a frota com um único modelo de caça esta nos planos da FAB.

O brigadeiro Rossato avaliou que a frota de aviões de combate hoje em operação na FAB está bastante usada e quando chegar o momento de sua desativação a pretensão é para que o Gripen NG seja o substituto. O comandante não revelou números, entretanto, afirmou que a quantidade de aviões referentes às novas encomendas será expressiva. Sobre a corrente encomenda, o brigadeiro Rossato afirmou que o contrato obteve aval do governo brasileiro e não há motivo para modificações em função dos últimos acontecimentos. O comandante lembrou que o projeto é todo financiado por bancos suecos e o pagamento só começa depois da entrega da última aeronave, em 2024.

Ivan Plavetz
Fonte: Valor Econômico

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