SOFIA (Reuters) – O governo búlgaro aprovou um plano para iniciar conversas com os Estados Unidos sobre a compra de oito novos caças F-16 para substituir seus antigos MiG-29, fabricados na União Soviética, e melhorar o cumprimento dos padrões da Otan, disse o ministro da Defesa da Bulgária, Krasimir Karakachanov, nesta quarta-feira (09/02).
Um acordo para o F-16V Block 70 da Lockheed Martin valeria cerca de 1,8 bilhão de dólares, a maior aquisição militar da Bulgária desde a queda do regime comunista há 30 anos.
A decisão ainda requer aprovação do parlamento.
Outros concorrentes incluíram a Suécia, com os jatos Gripen da Saab, e a Itália, com Eurofighters de segunda mão.
O Ministério da Defesa e oficiais das Forças Armadas dizem que o F-16 é um caça multi-funções que foi testado em batalha e teve uma longa vida útil.
O Ministério da Defesa disse anteriormente que os Estados Unidos não precisam de licenças e acordos adicionais para fornecer os planos de guerra com as armas e licenças necessárias, ao contrário das ofertas da Suécia e da Itália.
“O governo está propondo ao parlamento permitir que ele inicie conversações com os Estados Unidos para adquirir novos aviões de guerra”, disse o ministro da Defesa, Krasimir Karakachanov, a repórteres.
O governo de coalizão de centro-direita tem uma pequena maioria no parlamento, que deve votar na próxima semana.
O plano estimulou debates políticos acalorados no país do Mar Negro, com partidários dizendo que ele é uma escolha estratégica para a Bulgária, cujos vizinhos da Otan também estão voando F-16, enquanto os críticos acusam o governo de violar as regras da licitação.
Na terça-feira, a Casa Branca disse que os Estados Unidos estão prontos para trabalhar com o governo búlgaro para adaptar um acordo que atenda aos requisitos orçamentários e operacionais da Bulgária.
“Acreditamos que o F-16 Block 70 oferece à Bulgária a melhor combinação possível de preço, capacidade e interoperabilidade com outras forças aéreas da OTAN”, disse o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, em um comunicado.
O presidente búlgaro Rumen Radev, um ex-comandante da força aérea e freqüente crítico do primeiro-ministro Boyko Borissov, é tido como um apoiador da oferta sueca do Gripen e criticou o processo como defeituoso e “um triunfo do lobby”.
Críticos questionaram se os Estados Unidos podem entregar os dois primeiros jatos F-16 dentro de dois anos, e apontaram para uma proposta dos EUA de pagamento único ao contratar, em vez de oferecer um esquema de pagamento de longo prazo como preferido na licitação.
A Suécia (SAAB) expressou sua decepção com a decisão e disse que sua oferta estava bem abaixo do orçamento estimado, previa o pagamento de longo prazo e estava pronta para entregar os aviões dentro do prazo.
A questão de quais aviões de guerra comprar tem incomodado sucessivos governos na Bulgária há mais de uma década.
O governo de Borissov relançou a licitação em julho, depois que uma comissão parlamentar decidiu que um processo anterior que favorecia os jatos Gripen deveria ser revisado.