Exposição “Álvaro Alberto: o homem que sabia demais”

Mostra imersiva e interativa conecta biografia, pesquisas de energia nuclear e legado do almirante

A partir do dia 1 de fevereiro, o MAST, Museu de Astronomia e Ciências afins, no Rio de Janeiro (RJ), inaugura a exposição “Álvaro Alberto: O Homem Que Sabia Demais”, onde o público poderá conhecer em detalhes quem foi e qual o legado deixado por este pioneiro e grande entusiasta das pesquisas brasileiras sobre energia nuclear, representante do Brasil na Comissão de Energia Atômica da ONU, fundador do Conselho Nacional de Pesquisas (atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq) e de uma rede de instituições que, até hoje, formula e conduz as políticas de ciência, tecnologia e inovação do país. Esta será a primeira exposição presencial do Mast desde março de 2021, quando as visitações foram interrompidas por conta da pandemia.

Álvaro Alberto da Motta Silva (1889-1976) foi físico, engenheiro químico, professor, articulador político, presidente da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Química, além de receber o título de Almirante por suas contribuições com as pesquisas científicas da Marinha. Astuto, habilidoso e criativo, ele abriu caminho para o uso pacífico da energia nuclear e criou o princípio da troca dos minerais raros do subsolo brasileiro por transferência de tecnologia com outros países. Seu legado é tão duradouro que o primeiro submarino nuclear brasileiro, em fase de construção, levará seu nome.

E se a biografia e os feitos de Álvaro Alberto já têm motivos de sobra para atrair o interesse do público, a maneira de contar essa história de forma imersiva e interativa, com direção criativa do estúdio SuperUber, que alia design, arte, arquitetura e tecnologia, levará aos visitantes uma experiência única. A exposição é dividida em três eixos, que abordam Biografia e História, Energia Nuclear e Legado Científico, de forma a apresentar a trajetória de Álvaro Alberto conectada à história da ciência no país.

Na chegada da exposição, que ocupará o segundo andar do prédio sede, uma peça rara: a ultracentrífuga, usada para enriquecimento de urânio. Com duas toneladas e 2,80m de altura, chegou ao Brasil em 1956, após três anos de negociações secretas com o governo da Alemanha em um acordo de cooperação nuclear articulado por Álvaro Aberto. A sala da biografia irá reproduzir um gabinete de trabalho de Álvaro Alberto, com uma mesa digital que mostra seu lado criativo de caricaturista, poeta e pensador.

Em outro ambiente, um passeio no elevador interativo com a “presença” de Álvaro Alberto, que fará às vezes de ascensorista e levará o público a se “elevar” por diferentes espaços, envolvidos nas diferentes disciplinas e instituições da rede científica que o almirante ajudou a criar ou gerir: Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF); Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA); Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT); e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Por último o visitante explora a maquete do submarino Álvaro Alberto, o primeiro com propulsão nuclear feito no país, que passará a integrar a Força Naval Brasileira e tem previsão de lançamento em 2034, seguida de uma sala imersiva e interativa sobre o universo da Marinha.

Em cartaz até o dia 1 de julho, a exposição , que tem patrocínio da Eletrobras,  conduzirá os visitantes por uma jornada pela Ciência, apresentando os fatos e personagens que lançaram as bases da pesquisa e desenvolvimento científicos no Brasil e fizeram a diferença para o desenvolvimento do país. “Esta exposição apresenta para as novas gerações a versatilidade e coerência de um defensor do desenvolvimento científico e tecnológico, e inspirador de um Brasil próspero. Ela apresenta para as novas gerações um legado que nos ensina, até hoje, a importância de investir no potencial humano”, diz Liana Brazil, diretora criativa da exposição, junto com o curador Marcello Dantas, e co-fundadora da SuperUber.

O estúdio experimental SuperUber foi fundado em 2002 por Liana Brazil e Russ Rive. A equipe multidisciplinar de designers, arquitetos, programadores, redatores e produtores desenvolvem experiências interativas multimídia. Ao longo de 18 anos, são mais de 200 projetos para museus e exposições ao redor do mundo, desde a conceituação até a instalação final. Participaram da criação de museus como o Frost Science Museum (Miami), London Design Museum, Museu do Amanhã (Rio), Museu da Língua Portuguesa (São Paulo), e eventos como a Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

 

ÁLVARO ALBERTO: O HOMEM QUE SABIA DEMAIS

  • Local: Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST);
  • Endereço: Rua General Bruce, 586 – São Cristóvão – Rio de Janeiro (RJ);
  • Site: www.mast.br

Fonte: SuperUber

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Uma resposta

  1. Bom dia!
    Uma bela iniciativa para levar as pessoas comuns bem como aqueles com certo conhecimento sobre a vida desse cientista.
    É um excelente meio de fazer o público entender onde a pesquisa pode levar um país.Também fazer a população ter conhecimento sobre defesa e soberania.
    Que o dinheiro dos seus impostos gerou frutos mesmo que tardios.
    Tomara que venham novas exposições ligadas a defesa e tecnologia.
    Abraço a todos!

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