Exército mantém os M101 operacionais

O Arsenal de Guerra General Câmara (AGGC) entregou seis obuseiros M101 AR, de 105mm, ao 3º Batalhão de Suprimento (3º B Sup), para posterior redistribuição a grupos de Artilharia de Campanha das brigadas. As peças foram revitalizadas por meio de manutenção de 3º e de 4º escalões, na oficina de armamento pesado da unidade e, posteriormente, submetidas ao tiro técnico no Campo de Instrução de Butiá (CIB), como parte dos planos internos de trabalho (PIT) dos arsenais de guerra.

Esses obuseiros são relativos ao PIT 2020 pois, devido aos efeitos da pandemia de Covid-19, que ocasionou a elevação dos custos de insumos e matéria prima e dificuldades na manutenção do quadro funcional, algumas empresas tiveram dificuldades em entregar itens de produção nos prazos requeridos. Devido ao fato de os obuseiros M101 possuírem, em média, cerca de 75 anos de uso, o Subprograma Sistema de Artilharia de Campanha (SPrg SAC) criou um grupo de estudo para verificar a viabilidade da aquisição de um lote de 86 obuseiros 105mm M119A2, para a sua substituição.

De acordo com a diretriz do SPrg SAC, caso a aquisição se efetive, o recebimento deverá ocorrer em um período de até sete anos a partir da assinatura do contrato.  Porém, segundo informou o tenente-coronel Nei Altieri Pereira dos Santos, diretor do AGGC, o arsenal manterá a capacidade operacional dos M101 durante todo esse tempo.

O Arsenal de Guerra

A missão dos três arsenais de guerra do Exército, subordinados a Diretoria de Fabricação (DF), é manter a operacionalidade da Força, executando a fabricação e manutenção de materiais de emprego militar (MEM) e realizar trabalhos de modernização e transformação desses materiais.

O AGGC executa atividades relacionadas ao 4º escalão de manutenção (modificadora/recuperadora) e à fabricação, sendo que, atualmente, sua a produção está concentrada nos seguintes itens:

Material Classe V (Armamento)

  • Obuseiro 105 M101 AR;
  • Obuseiro 155 M114 AR;
  • Canhão da VBR EE-9 Cascavel;
  • Fuzil Automático Leve (FAL/ParaFAL – 3º escalão);
  • Metralhadora .50 HB Browning

Material Classe VI (Engenharia)

  • Peças da Ponte Bailey;
  • Peças da Ponte M4T6;
  • Portada Pesada Ribbon;
  • Portada Leve/Passadeira;
  • Placas Reforçadoras de Solo.
Tiro técnico operacional em um obuseiro M101 (Imagem: EB)

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Comentários

13 respostas

  1. Me deu até uma depressão ao lê o prazo de 7 anos para substituir essa peça de museu. E isso são os planos, mas na prática,deve demorar uns 10 anos….

  2. Não sei se seria viável, mas o desenvolvimento de um freio de boca (para direcionar os gases para trás, reduzindo assim o recuo) e quem sabe um cano ligeiramente mais longo (melhorando a estabilidade do projétil e maior precisão), não seria interessante para um programa de modernização de meia vida para essas peças ?

  3. Infelizmente alguns não entendem que, dependendo do material bélico e do seu uso e manutenção, estes podem durar muito, mas muito tempo. Em que pesse sua absolescência do seu uso na guerra moderna pois o seu alcance efetivo (no caso desses obuseiros), não corresponde àquilo que se precisa ter, o importante é mantê-los em condições de uso.

    Pelo que sei nossas peças de artilharia rebocadas apesar de “velhas”, estão em excelentes condições de uso e não sofreram grandes desgastes.

    Geralmente peças desse tipo são alocadas para a artiharia de montanha quando substituídas por obuses mais modernos e, portanto, mais pesados.

    No mais há algo interessante. Li algo a respeito dos EUA pretenderem substituir seus obuses por lança foguetes devido a estes terem maior mobiidade e conjunto de poder de fogo. Só não me lembro onde li isso. Enfim…

  4. Prezado m101 e m114 cumprem missão e os nossos estão em bom estado. Tens razão. Mas pense: como querer que um aluno da ESA ou AMAN se estusiasme em ser artilheiro quando o material tem a idade do avô? E mais vergomhoso ainda é 7 anos pra incorporar 86 peças. Isso é grave.

    1. Esses tubos já foram trocados?
      No caso se um conflito real essas peças poderiam disparar centenas de vezes em poucos dias. Os tubos aguentariam? E se precisarmos substituir?

  5. Dispararam pouco. Dá 10 ou 12 tiros por ano no máximo. Devem estar em media na metade da vida util.dos tubos. Aguentariam um conflito. O problema maior não é a capacidade ou alcance limitado mas o fato de terem 75 anos. Baixa moral da tropa. É arma da segunda guerra mundial. Se precisar substituir foram recebidas 320 em peças em 1960 e tem muitas em reserva.

  6. Notei na foto do soldado carregando a munição que o projétil não está alinhado com a cápsula, formando um ângulo de uns 3 graus, uma barriga para baixo na foto. Seria uma peça apenas de treinamento, sem carga ou seria com uma certa folga mesmo o encaixe do projétil com a cápsula?

    1. a barriga ocorre porque o projetil é solto ( desengastado) do cartucho. .Mas nao gera problema slgum isso.

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