Lanchas blindadas e uma superbase fluvial para ações integradas de comando, controle, apoio operacional e inteligência é parte das ações do Governo do Estado do Amazonas e do Governo Federal contra o narcotráfico que atua, muito em parte, em deslocamentos pelos rios daquela região.
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Com sede na cidade de Coari, a 363km da capital do Estado, Manaus, a Base Fluvial Arpão é o primeiro dos quatro pontos de policiamento e controle que o Governo do Estado planeja implantar nas calhas do Solimões e rio Negro. A nova estrutura, com investimentos de R$ 17 milhões, desencadeará ações ostensivas em toda a região do rio Solimões e será ponto de parada obrigatório para todas as embarcações.
“Oitenta por cento dos crimes que acontecem na capital têm relação com o tráfico de drogas, e é por isso que é necessário que a gente combata de forma muito firme, além do narcotráfico, também a pirataria, a exploração do meio ambiente de forma ilegal, enfim, outros ilícitos que acabam acontecendo por conta da extensão dos nossos rios e das nossas florestas”, afirmou o governador do estado do Amazonas Wilson Lima.
Trabalho integrado
Talvez um dos pontos mais interessantes e que vale destaque é que a estrutura vai atuar de maneira integrada entre as agências e órgãos estadual e federal, abrigando efetivos da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Federal e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de médicos, dentistas e enfermeiros.
A embarcação será um dos pontos de apoio do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas (Vigia) no Amazonas. Desde abril de 2019, o Vigia atua com o objetivo de blindar a entrada no Brasil de armas, drogas e produtos contrabandeados pelos cerca de 16 mil quilômetros de fronteira. O programa conta com operações em andamento nos estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, além das divisas do Tocantins e Goiás. Há nove meses, desde que chegou ao Amazonas, a atuação permanente do Vigia contribuiu para o prejuízo de R$ 143 milhões ao crime organizado, sendo R$ 4 milhões relacionados ao crime ambiental. O programa contabiliza, também, a apreensão de 8 toneladas de drogas, 474 armas, 49 embarcações e 123 veículos.
“Essa altura do médio Solimões é considerada um corredor de entorpecentes. Como o crime deságua nessa região e segue para grandes centros urbanos, os agentes de segurança irão fiscalizar embarcações e desencadear ações de combate ao crime organizado”, informa o coordenador-geral de Fronteiras da Secretaria de Operações Integradas (Seopi/MJSP), Eduardo Bettini.
O Vigia conta com mais de 1.500 profissionais, de forças policiais federais, estaduais e de instituições que atuam na fronteira. Desde que foi criado em abril de 2019 permitiu um prejuízo de mais de R$750 milhões às organizações criminosas.
“As forças (de segurança) separadas não conseguem atingir o objetivo que a sociedade precisa. Essa união de esforços, com o apoio logístico do Governo Federal, através do Ministério da Justiça, será fundamental para que todos os barcos, da canoa ao transatlântico, que venham a passar no Médio Solimões, sejam inspecionados por essas forças e que nós possamos dar um basta nessa questão do narcotráfico”, salienta o secretário de segurança, coronel Louismar Bonates.
Lanchas Blindadas
Além da Base, o governo estadual já empregou R$ 7,6 milhões para montar outra estrutura inédita: a criação da frota de lanchas policiais blindadas. As três primeiras embarcações do tipo, entregues este ano, foram adquiridas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), por meio do Prodecap. Outras duas embarcações serão recebidas, uma em agosto e a outra em outubro.
As embarcações militares dos modelos Aruanã fabricadas pela GESPI, Empresa Estratégica de Defesa (EED), são plataformas leves, rápidas, polivalentes e de baixo custo de manutenção, podendo ser configuradas e personalizadas de acordo com as necessidades de sua aplicação.
A Aruanã foi classificada como Produto de Defesa pelo Ministério da Defesa, conforme Portaria Nº 3.943/GM-MD, de 24 de setembro de 2019.
Sendo desenvolvida para operações marítimas e ribeirinhas, a Aruanã tem forma do casco em ”V”, fabricado em alumínio naval equipada com navegação moderna, comunicação por rádio e sistema de sonar, assim como potentes motores de popa (ou centro rabeta) que proporcionam interceptações rápidas e patrulhas, chegando a mais de 80km/h.
A Aruanã pode ser equipada com blindagem NIJ III+, com estações de armas e equipamentos de visão térmica e outros optronicos.
O casco da embarcação, resistente ao fogo e não propagador de chamas, pode ser revestido com resina de tecnologia UHRR (Ultra High Resin Resistance), material que, ao ser aplicado sobre a superfície do casco, cria uma camada protetora resistente a intempéries, a choques e a abrasão, proporcionando maior durabilidade.
Adicionalmente, a embarcação possui característica de flutuabilidade positiva, uma vez que possui cavernas preenchidas com poliuretano de célula fechada enclausuradas em compartimentos independentes.
Uma resposta
Valido destacar que essa semana dois policiais da PMAM, caveiras do COE, morreram em operação contra o tráfico. Descansem em paz, guerreiros.