Dia do Quadro de Engenheiros Militares

No dia 3 de agosto, o Exército Brasileiro celebra o Dia do Quadro de Engenheiros Militares (QEM), evocando seu insigne Patrono, coronel Ricardo Franco de Almeida Serra.

Nascido em 3 de agosto de 1746, em Lisboa, o coronel Ricardo Franco chegou ao Brasil em 1780. Aqui, se destacou como militar e engenheiro, particularmente pelas demarcações de fronteiras e pelas construções de importantes obras militares, como o Forte Príncipe da Beira, em Rondônia; e o Forte de Coimbra, em Mato Grosso do Sul. Foi neste local que o proeminente militar escreveu páginas heroicas de nossa história ao enfrentar forças espanholas em 1801. O seu legado de liderança, coragem, dedicação e competência técnica inspira os engenheiros militares de ontem, de hoje e de sempre.

A Engenharia Militar desempenha papel importante no fortalecimento da expressão militar e científico-tecnológica do Poder Nacional, contribuindo para a autonomia do Exército e para o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa (BID) e soberania do País. O “Braço Forte” e a “Mão Amiga” do glorioso Exército de Caxias sempre contaram com o apoio silente e indispensável da Engenharia Militar. 

O Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), órgão central do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Exército (SCTIEx), possui uma estrutura robusta e integrada, concebida para atender às crescentes demandas do Exército, particularmente intensivas em ciência e tecnologia. Nele destaca-se a atuação decisiva do engenheiro militar, cuja capacidade técnica, sistêmica e prospectiva são fundamentais para impulsionar os projetos estratégicos e buscar a almejada superioridade tecnológica da Força Terrestre.

No âmbito da Chefia de Ensino, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Ch EPDI), o engenheiro militar desempenha papel preponderante ao tornar coesa, efetiva e sinérgica a atuação de suas organizações militares subordinadas: o Instituto Militar de Engenharia (IME), o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), o Centro de Avaliações do Exército (CAEx) e a Agência de Gestão e Inovação Tecnológica (AGITEC).

O Instituto Militar de Engenharia (IME) representa a base acadêmica e científica que, além de formar e preparar os engenheiros militares para os complexos desafios da área de Defesa, também realiza pesquisa científica e tecnológica de vanguarda em áreas estratégicas como Inteligência Artificial, Tecnologias Quânticas e Cibernética.


O Centro Tecnológico do Exército (CTEx) é responsável pela pesquisa aplicada, pelo desenvolvimento experimental e pela prestação de serviços científicos e tecnológicos voltados aos Sistemas e Material de Emprego Militar (SMEM). Seus engenheiros participam de projetos de grande relevância como radares, equipamentos de comunicações táticas, mísseis e simuladores de aeronaves. Mister mencionar, que subordinado ao CTEx encontra-se o Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (IDQBRN), que se destaca como centro de excelência internacional em sua área de atuação, contribuindo para a proteção da tropa e para a soberania nacional em temas sensíveis.

No Centro de Avaliações do Exército (CAEx), os engenheiros militares conduzem processos de teste e avaliação de SMEM, assegurando que os produtos atendam aos requisitos estabelecidos pelo Exército Brasileiro. O rigor metodológico e a expertise técnica desses profissionais garantem a efetividade e a confiabilidade dos meios adotados pelo Exército Brasileiro e empregados nas operações militares.
A Agência de Gestão e Inovação Tecnológica (AGITEC) conduz processos de gestão da inovação, estabelecendo parcerias estratégicas com a indústria e a academia. Nesse sentido, cria um ambiente mais propício à inovação em áreas tecnológicas duais.

Na Chefia de Comando, Controle e Informação (Ch C2I), os engenheiros militares asseguram a operacionalidade, a disponibilidade e a segurança das infraestruturas críticas da informação, como o que ocorre no Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx) e suas OMDS, onde atuam na implantação, manutenção, segurança e evolução do Sistema Estratégico de Comando e Controle do Exército, garantindo o fluxo seguro de informações para a tomada de decisão em todos os níveis.

O Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS) é outro polo de atuação, no qual os engenheiros militares são responsáveis pela concepção, desenvolvimento, integração e aperfeiçoamento de sistemas de informações operacionais e corporativos. Lá se viabiliza a transformação digital da Força Terrestre.

Destaca-se ainda a atuação da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) na dimensão geoespacial, que produz dados e gera informações cartográficas estratégicas. Estas ensejam a superioridade informacional da Força Terrestre, essencial para o planejamento e a condução das operações militares.

No Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CComGEx), os engenheiros militares desempenham importante papel na geração e gestão das capacidades de Comunicações, Guerra Eletrônica e Guerra Cibernética, contribuindo diretamente para a evolução doutrinária, a capacitação de pessoal e a gestão logística dos meios especializados.

O Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber) se vale da técnica dos engenheiros militares que executam atividades especializadas e participam do desenvolvimento tecnológico no domínio cibernético. Sua missão é proteger os ativos digitais das Forças Armadas e assegurar o uso soberano do espaço cibernético.


Na vertente de fomento e produção industrial, os engenheiros militares atuam de forma decisiva na condução do Sistema de Fabricação do Exército (SisFab), composto pela Diretoria de Fabricação (DF), Arsenais de Guerra, estruturas correlatas ou escritórios espalhados pelo País. Esses profissionais estão à frente dos processos de fabricação, modernização, manutenção complexa e nacionalização de diversos SMEM. Cabe ainda realçar os processos de obtenção, conduzidos pela Diretoria de Fabricação,  que viabilizam o desenvolvimento e a fabricação de produtos de defesa de interesse da Força Terrestre, estimulando o fortalecimento da BID. Dentro do portfólio de materiais produzidos e/ou trabalhados pelo Sistema de Fabricação, morteiros, obuseiros, redes de camuflagem, equipamentos de comunicações, optrônicos, sistema de armas, embarcações e viaturas blindadas. Neste contexto, a atuação desses profissionais é determinante em Projetos Estratégicos do Exército, como o desenvolvimento do Míssil Tático de Cruzeiro, a modernização da Viatura Blindada de Combate Cascavel, a Obtenção por Nacionalização e Integração da VBMT-LSR Guaicurus, o Projeto PROTEUS e a Atualização Tecnológica do Sistema de Armas UT-30BR.

Cabe ainda ressaltar a participação de integrantes do QEM no Estado-Maior do Exército (EME), particularmente nas questões técnicas atinentes ao planejamento estratégico da Força Terrestre. Também atuam em outros Órgãos de Direção Setorial, especialmente no Departamento de Engenharia e Construção (DEC), planejando e executando serviços e obras de interesse do Exército e do País, e no Comando Logístico (COLOG), participando das atividades de fiscalização de Produtos Controlados pelo Exército (PCE). Além disso, marcam presença no Ministério da Defesa (MD), por meio do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicações (DETIC), na Aviação do Exército (AvEx), nas atividades de simulação de combate conduzidas pelo Comando de Operações Terrestres (COTER) e como instrutores nas escolas de formação vinculadas ao Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx).

Neste dia, rendemos homenagem aos valorosos integrantes do Quadro de Engenheiros Militares, que, alicerçados no exemplo do seu Patrono e comprometidos com os mais elevados valores do Exército de Caxias, seguem, com excelência e profissionalismo, gerando capacidades e produzindo soberania e, assim, contribuindo decisivamente para a defesa da Pátria e para o desenvolvimento científico, tecnológico e industrial do Brasil.

“Sempre avante, Engenheiros!”


Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército

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