A delegação do governo brasileiro chefiada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) visitou à cidade de Linköping, a 160 km de Estocolmo, na Suécia, para conhecer o primeiro caça sueco-brasileiro Gripen E em produção.
O avião ilustrado na imagem junto a comitiva será o primeiro dos 36 caças comprados em 2014 pela Força Aérea Brasileira (FAB) a ficar pronto. Ele está em fase final de montagem. Segundo o cronograma oficial, a FAB deve começar a receber os primeiros Gripen a partir de 2019.
A parceria também inclui transferência de tecnologia para o Brasil. Parte dos aviões está sendo desenvolvida em conjunto com a brasileira Embraer. A previsão é de que sejam construídos no Brasil oito caças monopostos (com um assento), e sete caças bipostos (com dois assentos).
A Embraer já participa ativamente do projeto de transferência de tecnologia,que foi iniciado há cerca de um ano com a ida de mais de cem engenheiros brasileiros à Suécia.
Durante a visita, o secretário-executivo do MDIC, Marcos Jorge de Lima, pediu detalhes sobre a fábrica de aeroestruturas que a empresa sueca pretende instalar em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.
Segundo a SAAB, a fábrica brasileira deve começa a funcionar em 2019, após a seleção da propriedade e preparação da infraestrutura do local.
“Precisamos lembrar que a tecnologia é um dos grandes motores do desenvolvimento industrial e projetos desta natureza ajudam a desenvolver o setor aeronáutico como um todo, inclusive, empresas de menor porte podem vir a participar da cadeia de fornecimento global de componentes”, avalia o secretário-executivo do MDIC, Marcos Jorge de Lima.
Cooperação aeronáutica
A cooperação já teve início em solo brasileiro. O principal marco no processo de transferência de tecnologia do projeto Gripen NG entre Brasil e Suécia foi a inauguração do Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen, em novembro de 2016, na planta industrial da Embraer em Gavião Peixoto (SP).
Com quase 4mil m² de área construída, o espaço abrigará os equipamentos de testes para o desenvolvimento do Gripen, dentre os quais o simulador de voo que verifica a funcionalidade dos sistemas.
Trata-se do primeiro da lista de 60 projetos de offset (compensações de natureza industrial, tecnológica ou comercial).
Quando estiver em pleno funcionamento, o Centro de Projetos deve abrigar em torno de 300 engenheiros e técnicos.
Até 2024, 350 profissionais participarão de cursos e treinamentos. Eles são peças-chave para que o país crie competências e capacidades técnicas para, ao final do programa, dominar todo o conhecimento crítico necessário para o desenvolvimento de aviões de caça.
6º Workshop Brasil-Suécia em Aeronáutica
Nesta quarta-feira (25), às 9h da manhã, o secretário-executivo participa da abertura 6º Workshop Brasil-Suécia em Aeronáutica, no Royal Institute of Technology (KTH), em Estocolmo, com a participação de pesquisadores e empresários brasileiros.
A organização do evento é uma parceria do governo brasileiro (MCTIC, CNPq, ITA) com o Programa Innovair, instituição do governo sueco responsável pela política para o setor aeronáutico em cooperação com o Instituto Real de Tecnologia (KTH). O trabalho é coordenado pelo Grupo de Alto Nível Brasil Suécia em Aeronáutica (GAN), presidido pelo MDIC.
O primeiro dos 36 caças comprados pela Força Aérea Brasileira (na linha de montagem em Linköping) fotografado junto a comitiva. (Imagens: MDIC)
A Sessão Plenária do 6º Workshop trará o status atual da cooperação bilateral entre o Brasil e a Suécia, os benefícios alcançados até agora, os casos de sucesso e as perspectivas futuras. Haverá também “ConverStations“, estações de conversação, onde uma apresentação curta e preparada é dada por um stakeholder no setor aeronáutico (academia ou indústria) e uma discussão é realizada com os participantes.
Grupo de Alto Nível Brasil Suécia em Aeronáutica
Na quinta-feira (26/10), às 8h30, Marcos Jorge participa do terceiro encontro do Grupo de Alto Nível Brasil Suécia em Aeronáutica (GAN), que será realizado no Ministério da Inovação da Suécia, em Estocolmo.
A criação do GAN pode ser considerada um desdobramento da compra de 36 aviões de caça suecos da empresa sueca Saab.
Uma das principais razões para a escolha da empresa sueca frente aos demais concorrentes foi a transferência de tecnologia e a possibilidade de inserção das empresas brasileiras na cadeia de fornecimento global da Saab, por meio da fabricação de alguns componentes do caça Gripen NG, proporcionando, ao Brasil, o acesso a novos mercados. O contrato com a empresa da Suécia foi assinado em setembro de 2015.
Segundo cronograma oficial, a FAB deve começar a receber os primeiros Gripen a partir de 2019.
Além das aeronaves, o contrato também inclui transferência de tecnologia para o Brasil e o desenvolvimento e construção de parte das aeronaves pela Embraer, empresa brasileira que participará ativamente do projeto de transferência de tecnologia que já foi iniciado há cerca de dois anos com a ida de mais de cem engenheiros brasileiros à Suécia.
Ainda no dia 26, às 13h (horário de Estocolmo), o secretário-executivo participa da abertura da II Reunião do Grupo de Trabalho sobre Alta Tecnologia Industrial Inovadora (2nd Meeting of Steering Group on Innovative High Technological Industrial Cooperation), no Ministério da Inovação da Suécia, em Estocolmo.