Visando a padronização doutrinária entre as forças singulares, o Ministério da Defesa (MD) realizou, no período de 28 de setembro a 9 de outubro, o Adestramento Conjunto de Táticas, Técnicas e Procedimentos (TTP) de Defesa Biológica, Nuclear, Química e Radiológica (DBNQR), no 1º Batalhão DQBRN e na Escola de Instrução Especializada (EsIE), em Realengo, no Rio de Janeiro (RJ). A 1ª fase da capacitação teve como foco prioritário o nivelamento doutrinário, e a 2ª fase foi voltada para a parte prática, com realização de exercícios.
A atividade foi promovida pela Chefia de Operações Conjuntas (CHOC) do MD, por intermédio da Subchefia de Operações, e teve como finalidade disseminar conhecimentos, troca de experiências no emprego dos equipamentos utilizados em cada Força e proposta de estratégias, visando promover o nivelamento doutrinário, padronização dos conhecimentos entre a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira.
O cronograma contou com dois exercícios de integração: um voltado para as operações terrestres de guerra (ações contra um laboratório clandestino) e outro relacionado às operações terrestres de não guerra (ações contra um incidente químico).
OS PARTICIPANTES
O adestramento contou com a participação de 80 militares especializados em DBNQR das seguintes Organizações Militares (OM) das três Forças, sendo elas:
- Marinha do Brasil
- Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav);
- Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da MB (CDefNBQR-MB);
- Exército Brasileiro
- 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1º Btl DQBRN);
- Companhia de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (Cia DQBRN);
- Divisão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear da EsIE;
- Instituto de Biologia do Exército (IBEx);
- Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (IDQBRN);
- Instituto Militar de Engenharia (IME);
- Força Aérea Brasileira
- Instituto de Medicina Aeroespacial (IAE);
- Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG);
- 3º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação (3º/8º GAv).
Participação das tropas DQBRN na desinfecção de áreas com COVID-19
A Portaria Nº 1.232 do MB, de 18 de março de 2020, aprovou o emprego dos meios de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) das Forças Armadas na Operação COVID-19. Assim, por intermédio do seu Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), passou a coordenar os meios DQBRN na descontaminação de espaços públicos, meios de transporte e materiais, entre outros.
O emprego de tropas DQBRN já ocorre de longa data, desde o acidente com o Césio 137, o caso mais conhecido, que ocorreu em setembro de 1987, em Goiânia (GO), passando por grandes eventos no país, tais como: a Copa das Confederações (2013) e do Mundo (2014), a Jornada Mundial da Juventude (2013), os Jogos Olímpicos e Paralímpicos RIO-2016, a posse presidencial e a reunião dos países do BRICS (2019). Esses eventos levaram à preparação das forças de defesa e segurança contra possíveis ataques envolvendo agentes QBRN.
Cabe ressaltar que o termo descontaminação é uma atividade ampla para reduzir ou neutralizar a ação do perigo QBRN, sendo utilizado para expressar o processo de absorver, destruir, neutralizar, tornar inofensivos ou remover agentes químicos, radiológicos ou biológicos. Já a desinfecção é um termo mais restrito, caracterizado pela eliminação ou remoção de microrganismos vivos presentes em superfícies, independentemente de serem patogênicos.
Diante disso, os Comandos Conjuntos ativados em todo o território nacional estão realizando diversas operações de desinfecção, que são missões de descontaminação voltadas para reduzir ou neutralizar o perigo biológico existente nos espaços públicos de grande movimentação de pessoas, tais como: portos, aeroportos, rodoviárias e hospitais. Nessas oportunidades, são utilizados equipamentos de proteção individual e descontaminantes à base de cloro, projetados para o combate de agentes biológicos para a preservação do bem-estar da sociedade.
Outro emprego das tropas DQBRN nessa operação é a capacitação de militares e agências civis para a desinfecção de áreas de grande aglomeração. Nessa atividade, os profissionais são orientados sobre o risco de contaminação do coronavírus (COVID-19) e a importância do procedimento de desinfecção das áreas públicas de grande circulação de pessoas, além do uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPI) e das soluções disponíveis para a sanitização, seus riscos e a forma adequada de utilizá-los.
Com informações e imagens do Ministério da Defesa, CCOMSEx e COpEsp
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Exelente matéria!