Defesa em foco na FIESP

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(Imagem: Roberto Caiafa)

Seminário Brasil – França

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), com apoio do Ministério da Defesa do Brasil, realizou na última o Seminário e Rodada de Relacionamento Industrial Brasil/França. Especialistas e autoridades do setor avaliaram como reforçar e ampliar a parceria estratégica entre os dois países e empresários brasileiros também tiveram a oportunidade de estabelecer novos negócios em rodadas conjuntas com cerca de 40 empresas francesas presentes ao seminário (posteriormente foram realizadas visitas a importantes unidades fabris da Base Industrial de Defesa brasileira). Em um auditório lotado, militares das Forças Armadas apresentaram os principais Projetos Estratégicos em execução pela Força Aérea, Marinha e Exército Brasileiro. A delegação francesa contou com a presença do presidente da Associação das Indústrias Francesas Aeroespaciais (GIFAS), Marwan Lahoud, do embaixador da França no Brasil, Denis Pietton, do adido militar francês no Brasil, capitão-de-mar-e-guerra Yannick Rest, do diretor titular Departamento de Defesa (Comdefesa) da FIESP, Jairo Cândido, do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Defesa (ABIMDE), Sami Hassuami, e do diretor de Catalogação e Núcleo de Promoção Comercial do Ministério da Defesa, almirante Wagner Lopes Moraes Zamith. Entre as empresas francesas, as presenças da Airbus Group, Thales, Safran, MBDA, Latecoere Brasil, SECAMIC Brasil, NSE Brasil, ERMA Electronique, dentre outras.

Durante a abertura do encontro, o almirante Zamith falou sobre o convênio assinado entre os dois países em 2008 envolvendo a compra de submarinos da estatal francesa DCNS no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), a compra de helicópteros EC225/725 da Airbus Helicopters (montados na filial brasileira Helibras), e satélites de comunicação da Thales Alenia Space (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações-SGDC). As transferências de tecnologias, segundo Zamith, criaram trocas reais entre empresas francesas e brasileiras. Os Programas de cada Força foram detalhados por seus respectivos responsáveis. Pela Marinha, e falando sobre o Prosub, o contra-almirante Sydney dos Santos Neves, gerente do projeto. Falando pela Força Aérea sobre o Programa H-XBR, o brigadeiro-do-ar José Augusto Crepaldi Affonso, chefe do COPAC. E detalhando os Projetos Estratégicos do Exército, o general-de-divisão Luiz Felipe Linhares Gomes, chefe do Escritório.

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(Imagem: Roberto Caiafa)

O embaixador Pietton lembrou que a consolidação da parceria estratégica franco-brasileira para a indústria de defesa revela a credibilidade do Brasil em relação ao parceiro francês. “A França acredita na estabilidade do Brasil, das suas instituições democráticas, sua seriedade fiscal, a facilidade de fazer novos negócios, bem como na alta capacidade tecnológica em desenvolver novos produtos. Não chegamos aqui ontem, e certamente não iremos embora amanhã. Algumas de nossas empresas estão aqui a mais de cem anos”.

Para o diretor titular do Departamento de Defesa (Comdefesa) da FIESP, Jairo Cândido, o encontro na sede da federação é “uma oportunidade de conhecer novos modelos e experiências da França”. Segundo ele, a FIESP busca contribuir com a indústria de defesa estreitando as relações positivas entre Brasil e França através do Comdefesa. Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Defesa (ABIMDE), Sami Hassuami, alertou que “não podemos desvincular este encontro do momento atual de crise econômica”. Ele ponderou, no entanto, que mesmo com um cenário de incertezas é importante trabalhar para a segurança e defesa do Brasil.

(Nota do Autor: Sami se referiu ao recente contingenciamento de recursos do Ministério da Defesa no exercício 2014, e a demora na aprovação da Lei Orçamentária Anual de 2015, ainda em tramitação pelo Congresso Nacional e Senado Federal. Essas questões orçamentárias estão pressionando muitas empresas, algumas enfrentando dificuldades de caixa. O efeito no mercado tem sido a progressiva perda de empregos altamente especializados, e programas importantes estão sendo paralisados. Na apresentação dos Projetos da Força Aérea, feita pelo diretor do COPAC, brigadeiro Crepaldi, foi anunciada decisão de se congelar o programa H-XBR por dois anos, após a entrega de 15 helicópteros, devido às restrições orçamentárias. Os investimentos em recursos humanos e centros acadêmicos voltados para a engenharia aeronáutica de asas rotativas, feitos na região de Itajubá, onde está à fábrica da Helibras, encontra-se em risco. Outros programas prioritários da Força Aérea, como o KC-X BR, que versa sobre a compra de dois Boeing 767 convertidos tanque/transporte, e a upgrade dos jatos de ataque A-1M AMX, também estão em compasso de espera. No caso dos Boeing 767, a FAB vem realizando o treinamento de tripulações em aeronaves civis de empresas domésticas; quanto aos A-1M modernizados, somente três exemplares foram entregues, dos 43 planejados).

Em Brasília

Na quinta (12), o presidente do GIFAS e o embaixador francês foram recebidos em audiência, em Brasília, pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner. “Foi uma visita de cortesia ao ministro Jaques Wagner”, afirmou o embaixador Pietton ao deixar o gabinete. O secretário de Produtos de Defesa, Murilo Barboza, também participou da audiência.

Roberto Caiafa

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