Segundo fontes próximas a Ala 10 (Base Aérea de Natal), a organização da Cruzex 2018 recebeu a visita de seis oficiais da Força Aérea da Suíça durante reunião multinacional que ocorreu na última terça-feira, dia 09 de outubro, naquela base.
Durante essa reunião da direção do exercício, foi aventada a possibilidade de a Suíça enviar observadores ou mesmo aeronaves, que poderiam ser do tipo F-18 Legacy ou F-5E Tiger II.
Nessa reunião também teria sido confirmada a presença de caças Mirage 2000 peruanos (o Cessna A-37 daquela força aérea também volta a Cruzex).
Os norte-americanos trazem ao Brasil os jatos Lockheed F-16 E/F da ANG / Guarda Nacional do Texas.
O Brasil vai participar da Cruzex 2018 com caças F-5EM/FM modernizados, jatos de ataque A-1M e A-1A/B, turboélices de ataque leve e treinamento A-29 Supertucano, e o trio de asas rotativas H-225M, H-60 Black Hawk e AH-2 Sabre, além de aeronaves de transporte C-105 Amazonas e C-130 Hércules.
Sobre a Cruzex 2018
O Exercício Operacional Cruzex 2018 ocorrerá em Natal entre os dias 18 e 30 de novembro.
Durante a conferência inicial de planejamento – Inicial Planning Conference (IPC) – realizada entre os dias 5 a 9 de março com a presença de representantes das Forças Aéreas de Suécia, Argentina, Portugal, Peru, Canadá, Colômbia, Chile, Equador, França, Uruguai, Inglaterra e Estados Unidos, diversos aspectos operacionais e logísticos foram avaliados.
O objetivo foi promover a interação entre as nações participantes, apresentar o planejamento inicial e que cada representante das delegações estrangeiras trouxesse suas demandas operacionais e de suporte.
Foram convidadas as Forças Aéreas de 21 países que poderão participar ativamente ou estarão presentes apenas como observadores. Essa será a oitava vez que a FAB realiza a Cruzex.
Entre os dias 6 e 10 de agosto, ocorreu a Final Planning Conference (FPC), última reunião oficial antes do exercício, que vai reunir diversos militares para treinar em conjunto cenários simulados de conflito.
Neste ano, o formato será chamado “flight”, com treinamentos de voos envolvendo mais de cem aeronaves (brasileiras e estrangeiras) engajadas na atividade.
Nesta edição, Brasil, Suécia, Canadá, Chile, Colômbia, França, Peru, Uruguai e Estados Unidos irão participar com militares e aviões; Alemanha, Índia, Portugal, Reino Unido, Suíça (pode mudar) e Venezuela, apenas com militares.
Os países participantes deslocarão aeronaves de caça, como os jatos F-16 norte-americanos e chilenos, ou os cargueiros e reabastecedores, como os C-130J canadenses.
Segundo o diretor da Cruzex, brigadeiro-do-ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros, esse é o maior exercício multinacional e conjunto, sendo que a última edição aconteceu em 2013. “Nós queremos aprender um pouco mais e aprimorar nossa capacidade operacional”, diz.
O oficial-general destaca que o principal diferencial do exercício em 2018 é o cenário de guerra não convencional ou irregular que será treinado, exigindo outras capacidades dos militares – diferentes daquelas envolvidas em um treinamento de guerra convencional.
“Precisamos incorporar novos procedimentos, técnicas e táticas para nos inserirmos em um cenário como esse, que está cada vez mais próximo, pois a ideia do nosso Comandante é que passemos a integrar tropas de paz”, afirma o Brigadeiro Medeiros.
Segundo o Adido de Defesa Francês, coronel Charles Orlianges, seu país foi um importante parceiro do Brasil desde a primeira edição do exercício, em 2002. Para a Cruzex 2018, a França irá deslocar um cargueiro C-235, além de militares das forças especiais para atuar em ações de Guiamento Aéreo Avançado (GAA) – em inglês, conhecidas como Joint Terminal Attack Controller (JTAC) – e para participar como Isolated Person (IP), ou seja, o piloto que, na simulação, foi ejetado e espera ser resgatado por uma missão CSAR – Busca e Salvamento em Combate. Charles explicou que os militares franceses com experiência em JTAC podem trazer importantes contribuições, por terem participado de operações reais recentemente.
“É importante aprimorar a interoperabilidade entre os países, para que o nível de profissionalismo seja nivelado, pensando, especialmente, na possibilidade de algum futuro engajamento conjunto em missões de paz”, avalia o Coronel Orlianges.