Durante as comemorações do 36º aniversário de recriação da Aviação do Exército, celebrado na Base de Aviação de Taubaté, no interior do estado de São Paulo, a Marinha do Brasil (MB) participou levando um helicóptero que é difícil de ser visto em ocasiões públicas. Trata-se do Airbus Helicopters H135 T3, que na Aviação Naval recebeu a designação UH-17.
Três exemplares foram adquiridos em 2019 com o objetivo de substituir o Helibras AS355 F2 Esquilo biturbina (UH-13) nas Operações Antárticas (OPERNTAR) a bordo do navio de apoio oceanográfico “Ary Rongel” e do navio polar “Almirante Maximiano”.
Os UH-17 foram fabricados em 2016 pela Airbus Helicopters, mas, um problema com a entrega para o seu cliente fez com que ficassem estocados até a MB comprá-los em 2019. Apesar de não serem novos de fábrica, tinham em torno de 30 horas de voo sendo uma excelente aquisição de oportunidade.
Antes de ser entregue, o exemplar passou por algumas adequações. Recebeu um radar meteorológico Bendix 1600, flutuadores em caso de pouso na água, ADELT (Automatically Deployed Emergency Locator Transmitter), rádio HF, gancho externo para 700kg e guincho lateral para 240kg. O cockpit é totalmente digital e compatível com óculos de visão noturna.
Os esquis foram modificados para serem ainda mais adequados para a operação militar.
Outra novidade foi a estreia desses helicópteros como os primeiros na MB a realizarem missões do tipo de transporte aeromédico com equipamento de UTI aérea a bordo.
Sendo matriculados de N-7090 a N-7092, o primeiro entrou em serviço em 28 de fevereiro de 2020, seguido pelo segundo em 10 de julho de 2020 e o terceiro em 22 de dezembro de 2021.
Assim que foram entregues, o 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), operador dessa frota de aeronaves, iniciou o desenvolvimento de doutrina e de qualificação de pouso a bordo de vários navios da MB. O primeiro já aconteceu em abril de 2020 com pousos no navio polar “Almirante Maximiano”, incluindo adestramento para remoção das pás do rotor principal e hangaragem.
Em setembro de 2020 foram feitos voos de qualificação e pouso a bordo do navio de pesquisa hidroceanográfico “Vital de Oliveira” incluindo transporte de carga externa e interna, como uma preparação para a OPERANTAR. No mês seguinte, o HU-1 fez a sua homologação no navio polar “Almirante Maximiano” em diferentes condições de vento.
Enfim, em 26 de novembro de 2020, durante a 39ª OPERANTAR, os UH-17 voaram pela primeira vez no continente gelado realizando diversos tipos de missões de apoio logístico a partir do navio polar “Almirante Maximiano”.
Especificações
- Comprimento: 10,2m
- Largura: 2,00m
- Altura: 3,9m
- Diâmetro do rotor principal: 10,40m
- Motor: 2x Safran Arrius 2B2 Plus de 621shp de potência cada
- Peso máximo de decolagem: 2.980kg
- Carga útil: 1.400kg
- Alcance máximo: 609km
- Autonomia: 3h36
- Velocidade máxima: 278km/h
Respostas de 4
A MB assim como a FAB, substituirão os Esquilos pelo UH-17? Se for, será um excelente avanço tecnológico do helicóptero da categoria, muito bom mesmo!!!
Não, ambas deve padronizar para o H125M, assim as três forças utilizarão a mesma plataforma para treinamento dos pilotos aproveitando os recursos de simuladores de voo e outras infraestruturas existentes na Aviação do Exército em Taubaté.
Entendi, então os Helicópteros Esquilo H125M das três forças serão modernizados, a fim de manter o treinamento dos pilotos com todo um aparato logístico na Aviação do EB em Taubaté, correto? Isso é muito bom também, os Esquilos são excelentes helicópteros, e as três forças fizeram bem em querer modernizá-lo.
Mesmo modernizados, além de servirem para manter o treinamento dos pilotos, eles continuarão em operação nas missões juntos com o UH-17?
A FAB já possui o projeto a mais de 10 anos no Grupo de Transporte Especial.