Em coletiva de imprensa realizada hoje, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Real Tailandesa afirmou que o comitê de aquisição estabeleceu como objetivo a compra de quatro caças Gripen E/F juntamente com treinamento, peças sobressalentes, os sistemas necessários de operação e os equipamentos de apoio de solo. Com contrato avaliado em 600 milhões de dólares, o país vai assumir um compromisso orçamentário pelos próximos cinco anos até 2029, no formato governo a governo.
Os últimos passos antes de firmar o acordo incluiu o envio de uma carta-convite ao governo da Suécia em 20 de março de 2025, no qual a Força Aérea Tailandesa recebeu a proposta final em 2 de maio de 2025, avaliando todos os detalhes, requisitos técnicos e condições. As negociações foram concluídas em 27 de maio de 2025.
O programa foi dividido em três fases e 10 anos de duração (até 2034). Na Fase 1, a Força Aérea vai adquirir três caças Gripen E e um Gripen F, com os seguintes sistemas:
- Datalink
- radar de varredura eletrônica ativa Raven ES-05
- sistema de busca de alvos por infravermelho IRST
- sistema de guerra eletrônica (EW)
- capacidade de empregar mísseis além do alcance visual MBDA Meteor e armamentos stand-off, caso adquiridos
- sistema de apoio à missão (Mission Support System)
- sistema de gestão logística e manutenção
- suporte com equipamentos em solo
- peças de reposição e materiais consumíveis
- e sistema de apoio ao treinamento
O treinamento incluirá 6 pilotos, 18 técnicos e 2 oficiais adicionais.
As outras duas fases vão expandir a aquisição para um total de 12 aeronaves. Segundo a Força Aérea, os novos caças serão utilizados por um período aproximado de 47 anos e vão operar junto com os Gripen C/D já em uso pelo país, reforçando a parceria de longo prazo estabelecida e já consolidada entre os dois países. Por outro lado, a partir de 2028, será iniciado o processo de desativação dos F-16 começando pela variante usada para conversão operacional no país, seguido pelos F-16C/D nos esquadrões de caça e ataque até serem completamente substituídos pelo Gripen E/F.
Assim como acontece com mais de outras 30 nações ao longo dos últimos 40 anos, a Saab incluiu 14 itens no pacote de transferência de tecnologia sendo sete indiretos e sete diretos envolvendo as áreas de defesa, educação, investimentos externos, a modernização dos dois aviões de alerta aéreo antecipado e controle Saab 340, agricultura, manutenção e a cadeia de suprimentos do sistema Gripen, inovação e tecnologias cibernéticas.
Um elemento importante neste contexto é o Link-T, uma versão personalizada do datalink usada exclusivamente na Tailândia. A Administração de Materiais de Defesa da Suécia (Försvarets Materielverk – FMV) fornecerá treinamento sobre seu uso, operação em ambiente Network Centric e conectividade. Além disso, engenheiros tailandeses participarão do desenvolvimento do Link-T, preparando a Força Aérea Real Tailandesa para operar em um ambiente totalmente centrado em rede.
Respostas de 3
A Índia é a próxima, podem anotar. Depois do que houve nesse embate entre eles os paquistaneses, ficou claro que terão problemas com o Rafale. Não por ele ser um caça ruim, muito pelo contrário, ele é um excelente caça, porém tem a questão política/estratégica envolvida, na qual os franceses temem liberar o código-fonte aos indianos, e outros países usuários do Rafale adotarem o míssil Astra, em vez do francês Mica.
Bom dia grupo!
Acredito que os acontecimentos na India foram um motivo pela escolha do Gripen, apesar da Tailandia operar versão mais antiga, que não quer dizer menos capaz.
Não tenho certeza se essa Força Aérea já fez exercícios conjuntos com a China, mas se sim, então eles sabem que plataforma pode dar alguma superioridade aérea para seu país.
O Gripen tem mais facilidade com os códigos fonte que outros aviões 4ª geração e meia.
O modelo E com o radar melhor e Awacs, pode operar em rede com os modelos C, formando uma combinação de respeito.
Apenas opinião de leigo que gosta do assunto.
Bom dia!
A questão do Gripen F, é o exemplo de como os militares, negociam mal as suas compras. A FAB está pagando o desenvolvimento do modelo F, pois não estava no portifólio da SAAB, e agora o modelo é vendido pra Tailândia e os lucros vão pra Suécia e FAB chupando os dedos.