Concluído o treinamento operacional dos pilotos brasileiros no Gripen

Os quatro últimos militares fizeram o Delta Conversion Training na Força Aérea Sueca que incluiu aulas teóricas, práticas e voos em simulador.

A última turma que compõe o quadro dos pilotos operacionais responsáveis pela implantação do F-39 Gripen no 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), da Força Aérea Brasileira (FAB), concluiu em junho o Delta Conversion Training, um rigoroso treinamento realizado no Gripen Centre, na F 7 Wing em Såtenäs, região oeste da Suécia.

O curso, ministrado pelo Esquadrão Phoenix da Força Aérea Sueca, é dividido em duas etapas:  O Conversion Training, com 11 semanas de duração e 50 voos por piloto, compreende a operação básica do caça tanto em missões solo quanto em formação nos períodos diurnos e noturnos; já o Combat Readiness Training engloba 25 voos em aproximadamente nove semanas de duração onde são exploradas as capacidades de combate ar-ar do caça com o emprego dos mísseis, do canhão e da utilização da interface-homem máquina, um dos principais destaques do Gripen.

“O Esquadrão Phoenix é vocacionado para o treinamento de pilotos de Gripen e nós somos equipados da maneira adequada para isso, incluindo com simuladores de voo. Os pilotos brasileiros são muito bem treinados e chegam aqui com grande experiência operacional, tanto aqueles oriundos das unidades de F-5M quanto de AMX. Eles aprenderam muito rapidamente sobre o funcionamento do Gripen, como configurá-lo e voá-lo”, revelou o major Richard Carlqvist, comandante do Esquadrão Phoenix.

O Gripen Centre funciona como hub para a formação dos pilotos que vão voar o Gripen, tanto das nações estrangeiras quanto da própria Força Aérea Sueca. Ao longo do curso, os alunos treinam no Gripen C/D, de um e dois assentos respectivamente. Mesmo sendo versão diferente dos caças adquiridos pelo Brasil, esse contato é fundamental, pois ajuda os pilotos na compreensão da filosofia dos sistemas, do seu modo de operação e de como funcionam os seus comandos de voo, tendo em vista a similaridade em alguns aspectos entre as aeronaves.

“Depois de adaptados ao Gripen C/D, na Suécia, nossos pilotos terão a sua conversão para o Gripen E realizada inteiramente no Brasil com os meios já disponíveis no 1º GDA, principalmente pelas estações de planejamento e dos simuladores de voo. Os cursos são realizados no âmbito do 1º GDA e ministrados pelos pilotos suecos já selecionados para permanecerem na Base Aérea de Anápolis na função de instrutores de voo e que, juntamente com os pilotos brasileiros, iniciaram a conversão e a implantação operacional do vetor”, explicou o tenente-coronel Aviador Gustavo de Oliveira Pascotto, comandante do 1º GDA.

O Programa Gripen Brasileiro envolve uma grande transferência de tecnologia entre Brasil e Suécia e a interação dos dois países é constante, gerando benefícios para ambos os envolvidos.

“A cooperação entre as forças aéreas da Suécia e do Brasil é muito boa e acontece em vários níveis. Nós recebemos os pilotos de caça brasileiros aqui em Såtenäs, mas nós também temos um grupo de suporte da nossa base que está em Anápolis ajudando a FAB na introdução em serviço do Gripen E. A cooperação e as conversas entre as equipes são muito boas”, disse o coronel Adam Nelson, comandante da F 7 Wing.

Relembre os treinamentos

O Gripen Centre na F 7 Wing já recebeu 17 pilotos da FAB. O atual comandante do 1º GDA, o tenente-coronel Aviador Gustavo Pascotto, e o tenente-coronel Aviador Ramon Lincoln Santos Fórneas foram os primeiros pilotos da FAB a realizarem o curso o Gripen C/D, ainda como capitães, em 2014. Na sequência, foi a vez de três pilotos de testes do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo da FAB, com o tenente-coronel Cristiano de Oliveira, ainda no posto de major, tendo sido o primeiro brasileiro a voar o Gripen E, fechando agora com as três turmas de quatro pilotos operacionais cada.

Fonte: Saab

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Uma resposta

  1. Será que haverá um novo lote de Gripen? Soube que o MinDef estava negociando um novo lote diretamente com o governo sueco, haja vista querermos contrapartidas de compra do Millenium…. Ademais, o antigo comandante da FAB visualizava um quantitativo ideal de 64 a 70 caças… Ou seja, um novo lote de 30 unidades, no máximo… Ao meu ver, insuficiente para garantir capilaridade em todo o território nacional, a despeito do conceito de bases de desdobramento que a FAB tenta implementar… ou seja, teríamos entre 3 e 4 esquadrões, com talvez uma ou duas unidades restantes para o pessoal de Ensaios em Vôo…

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