CLBI inicia atividades com rastreamento do Soyuz

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), por meio da Seção de Telemedidas, realizou o rastreamento do veículo espacial Soyuz VS-16, lançado da Base Espacial Europeia de Kourou, na Guiana Francesa.

O lançamento teve por finalidade colocar em órbita geoestacionária o satélite de telecomunicações Hispasat 36W-1, com previsão de vida útil de 15 anos. Ele atuará na zona de cobertura da Europa, Ilhas Canárias e América do Sul, compondo uma cadeia de rastreamento que envolve cinco estações para os veículos lançados a leste.

A principal função operacional da Estação Natal ocorreu após 6 minutos e 49 segundos da decolagem, com a aquisição dos sinais transmitidos pelo veículo, tratamento e envio de dados ao Centro Espacial Guianês. Na cadeia de rastreamento, a Estação Natal atua em momento crítico do voo, ou seja, separação dos três estágios e da coifa, sendo operacionalmente a única  responsável pela coleta das informações transmitidas pelo veículo durante a fase propulsada, ratificando a importância dos serviços prestados.

Equipe do CLBI acompanha operação de rastreamento do Soyuz VS-16 (Imagem: AEB)

Operações 2017

O calendário operacional do CLBI no ano de 2017 prevê uma alta taxa de ocupação. Serão oito operações de rastreio em prol da Agência Espacial Europeia (ESA), somadas às operações brasileiras (lançamento e rastreio) no CLBI e no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Nesta elevada cadência de rastreamento, ressalta-se a elevada capacidade operacional e prontidão da Estação Natal ao ter início a “Operação Ariane VA235” dois dias após a finalização da “Operação Soyuz VS-16”.

Segundo a coordenadora da Estação de Telemedidas, engenheira Maria Goretti Dantas, o planejamento e execução das operações seguem um cronograma rígido para garantir a confiabilidade e a segurança necessárias ao sucesso das missões: “Concluímos a ‘Operação  Soyuz’ e já estamos pensando nos ensaios e nas cronologias para a próxima ‘Operação Ariane'”.

Ela acrescentou que durante um período as duas operações recebem atenção da equipe de engenheiros e técnicos da Estação Natal: “Alguns profissionais finalizam a operação com a confecção dos relatórios e envios administrativos à ESA, enquanto outros profissionais acompanham os processos da operação subsequente”.

Na análise do diretor do CLBI, considerando a nova Concepção Estratégica da Força Aérea Brasileira para consolidar a eficácia das atividades operacionais e administrativas, a primeira atividade operacional do CLBI focando a atividade fim, com o apoio do Grupamento de Natal (GAP-NT) na execução logística da Operação, foi um sucesso.

“Ajustamos os procedimentos internos e recebemos do GAP-NT todo apoio logístico necessário que garantiu a qualidade da Estação, nesse primeiro evento operacional, na nova configuração da Força Aérea que prioriza a atividade fim de suas organizações militares”, disse.

Lançadores  Soyuz

A família de lançadores Soyuz, de fabricação russa, assegura os serviços de lançamento confiáveis desde o início da pesquisa espacial. Atualmente, os veículos desta família, que colocaram em órbita o primeiro satélite e o primeiro homem, contabilizam um total de 1.865 lançamentos.

O Soyuz é utilizado para voos habitados ou não, em proveito da Estação Espacial Internacional (ISS), para os lançamentos do governo da Rússia e também para voos comerciais dentro do programa Arianespace da União Europeia.

O primeiro lançamento a partir de Kourou ocorreu em 24 de junho de 2003, transportando o satélite O3B sendo o primeiro de uma rede de quatro satélites a oferecer serviços de internet de alta velocidade para clientes dos mercados emergentes em todo o mundo.

Ivan Plavetz

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