No dia em que a Embraer celebrou um importante marco no desenvolvimento do programa do KC-390, com o início da produção do primeiro exemplar adquirido pela Hungria, de uma encomenda de duas aeronaves, o Brasil concluiu um processo de negociação para a redução do contrato 28 exemplares do novo transporte da Embraer.
As consequentes crises econômicas pelas quais o Brasil tem passado nos últimos anos, culminando com o agravamento fortalecido pela pandemia da covid-19 são as principais razões que levaram o país a estudar uma redução no número de aeronaves.
Assinado em 2014, o contrato de R$ 7,2 bilhões de reais previa a aquisição de 28 unidades, das quais agora a Força Aérea Brasileira pretende adquirir 15.
Breve histórico
Depois de sofrer atrasos, principalmente devido ao contingenciamento de verbas, em dezembro de 2020 os planos eram receber três unidades em 2021, três em 2022, quatro em 2023, três em 2024, quatro em 2025, quatro em 2026 e três em 2027. Hoje, quatro aeronaves estão em operação no 1º Grupo de Transporte de Tropas sediado em Anápolis, região central do país.
A projeção é que o KC-390 tenha um mercado de 300 exemplares em 70 operadores pelos próximos 20 anos. Com isso, o maior avião já projetado e produzido no Hemisfério Sul deve gerar receitas de 2,4 bilhões de reais em impostos. Na fase de desenvolvimento gerou 1.430 empregos diretos, 7.150 empregos indiretos, além de 1.060 empregos diretos e 5.300 indiretos na fase de produção.
Além do Brasil, Portugal adquiriu cinco exemplares e a Hungria outros dois.
Renegociação
Em abril de 2021 a FAB iniciou com a Embraer um processo de negociação para reduzir a quantidade de aeronaves a serem entregues, visando adequar à realidade do seu orçamento.
A previsão era chegar a um acordo em agosto passado, prazo que foi prorrogado até 11 de novembro. Nessa data, as partes não chegaram a um consenso e a FAB, unilateralmente e seguindo o que é permitido por lei, vai reduzir o contrato em 25%. A Embraer deve buscar uma solução por vias judiciais.
Em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico, em abril de 2021, o comandante da Aeronáutica ressaltou que a intenção era reduzir a quantidade entre 12 e 15 aeronaves, mas que unilateralmente essa redução máxima poderia ser de sete exemplares (25%), de 28 para 21 aviões.
Na época da entrevista, o comandante da Aeronáutica não descartou que o país tivesse, no futuro, os 28 aviões, mas que para atingir essas quantidades seriam necessários novos contratos.
Mercado
A Embraer possui cartas de intenção para a venda de 32 exemplares do KC-390 para a República Tcheca (2), SkyTech (6), Argentina (6), Chile (6) e Colômbia (12). Os dois últimos receberam recentemente dois exemplares cada do Lockheed Martin C-130H Hercules. A Argentina, por sua vez, optou em modernizar a sua frota de C-130, sendo que qualquer compra de um novo transporte deve levar, no mínimo, 15 anos.
Respostas de 16
Eu acredito ser muito ruído desnecessário. Todo mundo sabe que a questão orçamentária apertou durante esse tempo pandêmico que estamos vivendo. Claro, quando se trata dos políticos, orçamento para coisas desnecessárias, são aprovadas de forma imediata, enquanto que, para a defesa, é todo esse problema que vem se arrastando há anos.
Li o seguinte no LRCA: ”Ouvidos em diferentes unidades e bases, oficiais da FAB, entre os quais dois brigadeiros, consideraram “ruído de momento” a crise com a fabricante causada pela alteração unilateral do contrato. “Precisamos acertar as contas. A contabilidade não fecha”, disse ao Estadão um dos planejadores financeiros da Força. Nada impede, entretanto, que novas e diferentes encomendas do do KC-390 sejam feitas.” e ”Entre os militares, ninguém vê uma ruptura da Aeronáutica com a Embraer…”. Então, vamos aguardar e acompanhar o desenrolar dessa situação toda.
O erro do anúncio já está aí, não adianta passar pano. Trouxeram para o projeto uma imensa desconfiança que vai afetar novos negócios de venda do avião.
E, sobre a matéria, é preciso rever o título, porque um corte de 13 aviões representa 46% do total, e não 25%.
Pelo que foi divulgado, a intenção da FAB era reduzir a encomenda em 13 unidades, passando a ser 15 entregues, ao invés de 28. Entretanto, uma lei federal permite o corte unilateral (no caso, por parte da FAB/MD/GF) em 25% dos contratos celebrados com a União. Logo, 25% de 28 é 7. Então, no final, pelo que se comenta, a diminuição seria de 7 aeronaves, passando a FAB a receber 21 unidades, ao invés das 28 projetadas inicialmente.
A questão pandêmica afetou, SIM, os setores de defesa. E outra, eu disse claramente sobre a questão política que, quando convém, o orçamento pra coisas fúteis, de imediato, é aprovado. Quando se trata de defesa, aí é que a coisa complica. Então, estou passando pano exatamente em quê? Você está emocionado atoa ai. E outra, o Flanker citou a questão da lei que permite o corte unilateral. Tá na LEI, ponto. Você vai ir lá, esmurrar os caras pra que eles desfaçam essa lei? Eu duvido!
Eu concordo plenamente com os dois Brigadeiros da FAB: “ruído de momento”. É como dizem: ”O Brasil não é pra amadores!”, e de fato, concordo com isso! Quantas e quantas vezes já são saímos de situações ruins que, ”do dia pra noite”, tudo se resolveu? O Brasil é um país que nos surpreende em todos os sentidos, todos. Se não for pra resolver essa situação hoje entre FAB-Embraer, que seja resolvido amanhã. Nunca sabemos o dia de amanhã! E se, de repente, a FAB volta com a quantidade de aeronaves que ela realmente necessita, porque foi resolvido a questão orçamentária e tudo mais? E aí? É disso que falo. Temos que aguardar o desenrolar dessa situação.
Você é o mais sensato dos comentaristas. Exatamente o que você diz. Não se compra simplesmente por querer, mas sobretudo se puder. Obrigado por enxergar sem qualquer viés, mas apenas constatar os fatos.
Uma pena, mas, no Brasil não se tem mentalidade de defesa nacional.
A FAB, assim como o EB no caso do MBT Osório está cometendo um erro.
Algumas pessoas, por motivos ideológicos apoiam sem discutir este atentando contra a Embraer, uma empresa nacional e como se a mesma tivesse culpa do que está ocorrendo.
Sim, concordo que a situação atual é de extrema dificuldade financeira, mas, simplesmente vir a público e afirmar que não vai comprar todas as unidades, é muito ruim para os negócios da empresa. Mas, infelizmente é BRASIL!
Minha professora costumava dizer em sala de aula, a nossa boa professora e saudosa Creusa de Geografia, enfim ela dizia, quem nasceu para ser cruzeiro, nunca será dólar.
Infelizmente, uma frase que retrata bem nosso país, mais um projeto nacional sabotado no Brasil.
Quantos foram sabotados?
Programa Espacial, Nuclear, o Osório, Charrua, a Corveta Barroso que tinha potencialidade de ser desenvolvida, as Fragatas Niterói, quantos mais?
Nem entro no mérito de quem é a culpa.
Tem gente que vai afirmar que é do PT. Será?
Tem gente que afirmar que a culpa pelo que ocorreu em Canudos foi do Antônio Conselheiro que não aceitou se submeter aos latifúndios da região.
Como sempre neste país, os interesses estrangeiros, e de uma pequena casta que os representa, estão acima dos nacionais.
Paciência!
É Brasil!
O maximo de cargueiros pesados que a FAB teve foi 23 C130. 15 KC 390 fazem o trabalhos porque ele é mais eficiente. Um monte de gente se mete criticar sem conhecimento de causa. A FAB tem 17 projetos estrategicos que precisam de recursos, inclusive o gripen que é prioridade maior. Gente que não para sequer pra somar o custo. Estudem um pouco antes de falar.
A gente entende Colombelli, mas, veja, a Embraer não tem nada haver com isso.
O que o comandante da FAB poderia ter dito, é olha, vamos diminuir o pedido para 15 talvez 18, mas, vamos comprar o resto quando der.
Mas, não!
Eu sempre bato na tecla, e o EB, não poderia operar os C130?
muito simples…: é só dividir , das 13 restantes repassem 8 para o exercito, e 5 para marinha; seria muito bom na questão de prontidão , assim as duas forças não dependeriam tanto da (FAB).
Permita-me discordar. Creio que cada força deve ter uma quantidade de aeronaves de pequeno porte (tipo os Sherpa que o EB queria ou o STOUT [a esperança é a ultima que morre, não é?]) conforme suas necessidades, mas aeronaves maiores, como o C105, KC390, etc, devem se concentrar na Força Aérea. Aeronaves pequenas são necessárias constantemente para as três forças, mas não faz sentido que EB e MB tenham uma aeronave do porte de um KC para usar de vez em nunca. Deixa com a FAB mesmo, uma só estrutura de manutenção, treinamento, operação, etc.
Abraços!
Não posso falar pela MB, mas por experiência, posso falar que no EB esse tipo de aeronave seria muitíssimo utilizada, arrisco dizer que a FAB tem cargueiros para apoiar mais o EB do que em operações próprias; que o digam a Brigada Paraquedista, o Comando de Operações Especiais e as unidades de fronteira que em sua maioria recebem apoio logístico (alimentos, combustível, evacuação médica, substituição de pessoal…) apenas por via aérea. E nesse quesito, apoio logístico por via aérea, a FAB em muitas ocasiões (muitas mesmo!) deixa o EB na mão. Esse tipo de aeronave não é prioridade para a FAB; por outro lado faz mimimi quando outra Força faz menção em adquirir aeronave de asa fixa. A prioridade da FAB é a aviação de caça; tanto que os pilotos de cargueiros são uma segunda categoria dentro da FAB.
Buenas.
O EB quer a aeronave, precisa dela, mas não quer a conta. Isso já é visto na AvEx. O custo é alto e o cobertor é curto. Só isso.
O C130 é mais impeditivo ainda: o custo de operação é muito maior. Era mais prático para o EB um 390 ou o 295. Mas como dito, quando coloca isso e se compara com o orçamento total, o EB desiste (não iria sobrar dinheiro pra mais nada).
As prioridades são grandes, e muitas vezes dependem do ponto de vista de quem planeja. Há necessidade de uma revisão de prioridades no nível MD (e essa deve ser uma das intenções da meridiano). Hoje a frota mais combalida é a de caças, e é por isso que a tendência é mobilizar recursos nessa área. É contabilidade básica, nada mais.
Para o momento ATUAL se compreende a necessidade atual de um total de 15 aeronaves só que como vêem na ótima reportagem, a entrega iria até 2026. Ora basta extender o prazo porque fatalmente iremos precisar das 28 ou mais até, fora a questão das vendas retiradas do efetivo como fez a França com os Rafale para a Índia. Para a extensão nacional e numa necessidade de defesa hoje hipotética, vamos necessitar de todos os 28, ou mais, assim como dos outros vetores de defesa aérea comos Gripen cuja quantidade de 36 chega ao absurdo, embora saibamos que a carta de intenções com a SAAB cite 108 aeronaves. Lembremos que há 70 anos o Brasil comprou os Gloster Meteor e foram 50 ! Aeronaves que hoje seriam do nível do Eurofighter. Tínhamos entao.50 milhões de habitantes.
Se o problema REALMENTE fossem “as contas”, numa reunião entre as partes (FAB e empresa) haveria de pautar-se pelo elastecimento do período de entrega das aeronaves! Agora, se houve erro crasso na previsão de quantidade, assim como a absurda propaganda feita por um comandante inexperiente à frente da Força, acredito que, aqueles que erraram, se erro houve, também devem ser denunciados pelo erro havido … é pouco o dinheiro, muitas as aeronaves e vamos apurar o erro havido na previsão da quantidade .. Simples assim! O absurdo já foi feito à imagem da única empresa brasileira de aviação de nível mundial, que muito luta no muito competitivo mercado … absurdo perpetrado por autoridade(s) brasileira(s)! Lamentável.
Que pena…
Prolonga mais o pagamento, pega as 21 unidades, e no futuro não distante pega as 7 restantes!!!