Capacitar profissionais com elementos teóricos e práticos para que estejam aptos a identificar e prevenir ameaças provocadas por agentes químicos. Esse é o objetivo do Sexto Curso Básico de Assistência e Proteção em Resposta a Emergências Químicas para Estados Partes da América Latina e Caribe, iniciado na última segunda-feira (23) no Rio de Janeiro.
A capacitação segue até o próximo dia 27 e é destinada a representantes civis e militares do Brasil, e outras 16 nações integrantes da Convenção para Proibição de Armas Químicas (CPAQ).
No primeiro dia de atividades, o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa (MD), general de divisão Aderico Visconte Pardi Mattioli, destacou que o Brasil está pronto para cooperar com outros países, compartilhando conhecimento nesse setor. “Queremos abrir portas e janelas, firmar contatos”, completou.
Também sobre a troca de experiências, o secretário executivo da Autoridade Nacional Brasileira, Sérgio Antônio Frazão Araujo, reafirmou o compromisso do País em “cooperar tecnicamente com o Grupo de Países da América Latina e do Caribe (GRULAC), no sentido de criar e implementar legislação específica”. O secretário afirmou ainda que a iniciativa do curso também “fortalece a inserção do Governo nos esforços para a integração regional”.
A importância da cooperação, especialmente aquelas firmadas com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), também foi destaque na fala do comandante geral do Corpo de Fuzileiros Navais, almirante-de-esquadra Fernando Antônio de Siqueira RIbeiro. “A possibilidade de abertura com a CPLP é uma expansão. Mostra a projeção natural do nosso país no entorno estratégico”, disse.
Para o conselheiro do Ministério das Relações Exteriores, Guilherme Frazão Conduru, com a chegada de grandes eventos esportivos no Brasil, planejar e organizar ações nesse sentido são desafios. “A realização desse curso mostra a importância que a OPAQ tem para o país”, disse ele se referindo a Organização para Proibição de Armas Químicas, instituição que foi vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2013.
O oficial superior de Assistência e Proteção da OPAQ, Justo Quintero Mendez, explicou as atribuições de sua instituição, destacando que a OPAQ não faz parte do sistema Organização das Nações Unidas (ONU) e trabalha de forma independente.
“A OPAQ tem o objetivo de alcançar os propósitos da CPAQ”, assinalou Mendez. Ele afirmou, ainda que a Convenção não proíbe o uso de armas químicas para as áreas industrial, agrícola e farmacêutica, por exemplo, entretanto, proíbe o uso mal intencionado.
Ivan Plavetz