Marinha reúne delegações das Américas para discutir desafios das comunicações em ambientes operacionais complexos
As comunicações navais são fundamentais para o êxito das operações no mar. Com o propósito de aprimorar esses sistemas e promover o intercâmbio de experiências entre nações parceiras, a cada dois anos são realizadas conferências especializadas entre as Marinhas das Américas. Em 2025, o Brasil sedia a XV edição da Conferência Naval Interamericana Especializada em Telecomunicações e Tecnologia da Informação (CNIE-T&TI).
Organizada pela Marinha do Brasil (MB), por meio da Diretoria de Comunicações e Tecnologia da Informação (DCTIM), a CNIE-T&TI reúne representantes das Marinhas da Bolívia, Chile, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e República Dominicana, além da Junta Interamericana de Defesa (JID) e da Secretaria Permanente da Conferência Naval Interamericana (SPCNI).
De 6 a 10 de outubro, os representantes se unem ao Brasil para discutir soluções que atendam às necessidades comuns dos países. A Conferência tem como tema central “Os Desafios da Defesa Cibernética e dos Sistemas de Comunicações Navais em Ambientes Degradados, Negados, Intermitentes e Limitados em Banda (DDIL)”, com o propósito de estudar e recomendar o aperfeiçoamento, a padronização e a segurança dos sistemas navais de comunicações e de informática, a fim de alcançar estruturas operacionais eficientes e seguras, tanto em tempos de paz quanto em situações de emergência continental.
O subsecretário da Secretaria Permanente da Conferência Naval Interamericana, capitão de corveta Guilherme Ioty reafirmou a importância da troca de informações entre os participantes: “Todos os assuntos contemporâneos voltados para a área de telecomunicações e tecnologia da informação são discutidos na Conferência. Essa é uma grande oportunidade para os países que compõem a Rede Naval Interamericana discutirem ideias e trazerem as experiências vividas em suas Marinhas. Compartilhar as experiências faz com que a interoperabilidade entre as Marinhas aumente e traz bons resultados para os exercícios multinacionais e bilaterais entre os países membros”.
A primeira etapa da Conferência ocorre na Escola de Guerra Naval (EGN), com a realização do 1º Seminário de Comunicações e Cibersegurança de Sistemas Navais. As apresentações abordam temas como a proteção cibernética de sistemas embarcados, a importância das comunicações em alta frequência e estratégias de mitigação de problemas em comunicações satelitais e com drones.
“São muitas tecnologias novas no mundo e juntamente com essas tecnologias surgem as ameaças que podem ter forte impacto se nós tivermos muitas vulnerabilidades. Com grande satisfação, recebemos no Brasil várias delegações estrangeiras e iniciamos a nossa Conferência com um seminário que contou com apresentações de especialistas e técnicos que vão nos ajudar nos debates futuros sobre as comunicações e a tecnologia da informação” ressaltou o diretor-geral do Material da Marinha, almirante de esquadra Edgar Luiz Siqueira Barbosa.
Na segunda etapa da Conferência, realizada no Clube Naval Piraquê, as delegações participam de painéis e se dividem em grupos de trabalho para discutir soluções práticas a serem implementadas no cotidiano. Empresas ligadas aos setores de comunicações e de produtos de defesa também marcam presença, com estandes que apresentam soluções tecnológicas e inovações do ramo.
“A expectativa é de que a Conferência produza recomendações práticas que possam ser incorporadas pelos países participantes em seus sistemas de comunicações e de tecnologia da informação. Mais do que discutir desafios, buscamos compartilhar experiências, identificar boas práticas e propor soluções que aumentem a resiliência dos sistemas navais em ambientes nos quais as condições de comunicações são severamente limitadas. Esperamos, ainda, que o evento reforce a integração entre as Marinhas das Américas e contribua para a construção de uma rede cada vez mais segura, confiável e eficiente, capaz de apoiar operações combinadas e garantir a proteção dos interesses marítimos de nossas nações”, destacou o Diretor de Comunicações e Tecnologia da Informação da Marinha, contra-almirante João Candido Marques Dias.

Texto: Primeiro-Tenente (RM2-T) Clara / Agência Marinha de Notícias