O Brasil recebe oficialmente amanhã (01/12) em Cannes, na França, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). A cerimônia contará com presenças do ministro da Defesa, Raul Jungmann, do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, e do presidente da Telebrás, Antonio Klinger Loss Leite.
“Esse primeiro satélite representa um salto enorme em termos de comunicações de defesa. Ampliará a nossa capacidade de forma segura e, por isso, representa um enorme avanço ao País”, disse o ministro da Defesa.
O lançamento do SGDC está previsto para o primeiro trimestre de 2017 a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa, a bordo do foguete Ariane-5.
O satélite ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. O equipamento tem 5,8 toneladas e cinco metros de altura. Quando entrar em funcionamento, vai permitir a expansão da internet banda larga para todo o País e comunicações seguras ao governo brasileiro.
Nos últimos meses o equipamento passou pela fase final de testes na fabricante (Thales Alenia Space), no sul da França. Foi testado o sistema de telecomunicações e de telecomando, que simula as condições de transmissão das antenas. Na prova de vibração, o satélite recebeu cargas de vibração mecânica que simularam as condições de lançamento. Todo o processo foi acompanhado por profissionais brasileiros.
Capacitação
Os profissionais que vão operar o satélite geoestacionário de defesa e comunicações estão na última fase de treinamentos. Foram mais de dois anos de preparação. Parte dos profissionais teve formação no Canadá, França e Chile.
Na etapa final de formação realizada no Brasil, foram mais de 30 cursos com duração média de uma semana. Os últimos módulos se encerram em fevereiro do próximo ano. As oficinas envolvem aulas teóricas e práticas e são ministradas por estrangeiros em Brasília, onde está localizada uma das antenas de comando. Outras antenas de recepção estão instaladas em áreas militares em diferentes estados. Cada módulo de instrução é dirigido à equipe responsável por áreas específicas de operação ou de manutenção.
A partir de janeiro de 2017, os cerca de 60 profissionais, militares das Forças Armadas e funcionários da Telebrás, do Núcleo do Centro Operações Espaciais Principal (NUCOPE-P) usarão simuladores para testar a operação do satélite.
Mais sobre o SGDC
O satélite vai operar nas chamadas bandas X e Ka. Em relação à primeira, trata-se de uma faixa de frequência destinada exclusivamente ao uso militar, correspondendo a 25% da capacidade total do satélite.
A banda Ka terá capacidade de 54 Gbit/s e será usada para ampliar a oferta de banda larga pela Telebrás. O satélite vai garantir conexão banda larga nos municípios mais distantes do País. Ele reforçará a rede terrestre da Telebrás, atualmente com 28 mil quilômetros de extensão, presente em todas as regiões brasileiras. O projeto é uma parceria entre os ministérios da Defesa (MD) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). De acordo com o Ministério da Defesa, o valor de investimento é de R$ 2,1 bilhões, incluindo os custos com a infraestrutura terrestre, e o valor anual de manutenção é estimado em R$ 10 milhões. A vida útil do SGDC está estimada em 18 anos.
Ivan Plavetz