Segundo o Ministério da Informação da República do Líbano noticiou na última semana, o ministro da Defesa daquele País, Samir Mokbel, e o comandante-em-chefe do Exército Libanês, general Jean Kahwaji, receberam em Beirute comitiva de autoridades brasileiras liderada pelo ministro da Defesa , Raul Jungmann.
Os dois países discutiram na ocasião diversos acordos. Segundo fontes locais, as conversas giraram, entre outros temas, sobre o fornecimento de blindados sobre rodas Iveco VBTP-MSR 6×6 Guarani e uma quantidade não divulgada de aeronaves turboélices de treinamento e ataque Embraer EMB-314 Super Tucano (provavelmente excedentes da Força Aérea Brasileira, revitalizadas).
O comunicado afirma que esse material bélico será fornecido ao Exército Libanês a partir de 2017 para serem empregados em operações antiterrorismo e contra-insurgência (COIN). Vale lembrar que o Líbano enfrenta a crise humanitária dos refugiados sírios e ameaças de grupos terroristas infiltrados em seu território.
Elogios à UNIFIL
Na ocasião, o grupo de autoridades elogiou o trabalho da Marinha do Brasil, que lidera a parte naval (Maritime Task Force – MTF) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) ao largo do litoral libanês em sistema de rodízio semestral que está na sua 10ª edição. A fragata Liberal (F43) assumiu o posto de navio-capitânia da MTF em 11 de setembro último, rendendo a fragata Independência (F44).
Sobre a MTF
A Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas teve como finalidade resolver o conflito entre o Líbano e Israel, ocorrido em 2006.
Elaborada pelos Estados Unidos (USA) e França e aprovada no Conselho de Segurança da ONU em agosto de 2006, a resolução determinava o fim das hostilidades entre o Hezbollah e as Forças de Defesa de Israel, devendo o estado judeu retirar os seus 10 mil soldados do território libanês.
A resolução definiu também o envio de uma força de estabilização ao sul do Líbano, constituída de 15 mil soldados do Exército do Líbano e um contingente de capacetes azuis das Nações Unidas/ONU.
Também foi determinada a criação de uma Força Marítima Multinacional (MTF) atuando no litoral libanês em missões de patrulhamento, vigilância e abordagem de navios suspeitos de transportarem armas, munições e contrabandos perigosos destinados às facções terroristas. A MTF encontra-se sob comando brasileiro há quase cinco anos.
Ivan Plavetz