O BAC, ou Brazilian Army Comission, publicou em seu website, na sessão de compras em andamento, o pedido do Exército Brasileiro, dentro do Programa Estratégico do Exército OCOP (Obtenção da Capacidade Operacional Plena), visando a aquisição de modernas pontes de alta capacidade, multifuncionais, do tipo Improved Ribbon Bridge (IRB), da empresa General Dynamics European Land Systems.
O pedido para aquisição desse material foi emitido no final de 2017 através do BAC, sediado em Washington, DC. O contrato está sendo finalizado e a entrega poderá ocorrer dentro de um ano após a assinatura do mesmo.
Esse material encontrava-se no escopo das compras desejadas pelas unidades de Engenharia do EB há alguns anos, já que sua demanda no território brasileiro, cortado por inúmeros rios e cursos dágua, é enorme.
O sistema irá substituir outro mais antigo, do tipo EWK Faltschwimmbrücken* (FSB), e será pago para o 5º Batalhão Blindado de Engenharia de Combate (Batalhão Juarez Távora), baseado na cidade de Porto União.
Se for lançado um olhar sobre a missão dessa unidade de elite do Exército, fica clara a natureza da compra:
a. Multiplicar o poder de combate da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, proporcionando a mobilidade, assegurando a contramobilidade e contribuindo para a proteção de suas peças de manobra.
b. Ficar em condições de ser empregado, em sua área de responsabilidade, na Garantia da Lei e da Ordem, de acordo com o previsto nos planejamentos em vigor.
c. Como ação subsidiária, ficar em condições de cooperar com os Poderes Federal, Estadual e Municipal nas ações de Defesa Civil e de apoiar o desenvolvimento regional de acordo com as orientações e diretrizes do Escalão Superior.
d. Ficar em condições de participar de Missões Internacionais.
Na frota dessa unidade estão veículos blindados especializados de socorro para outros carros de combate, veículos de engenharia especializados e mesmo os singulares veículos lançadores de pontes, todos baseados na família Leopard 1.
Uma das missões do 5º Batalhão Blindado de Engenharia de Combate é prover os meios para que os carros de combate Leopard 1A5, obuseiros autopropulsados M-109 e demais veículos blindados designados consigam superar obstáculos naturais ou criados pelo homem, mantendo a fluidez do avanço das vanguardas blindadas e garantindo a mobilidade logística na retaguarda, tanto para o pessoal de intendência quanto para o pessoal de material bélico.
A encomenda brasileira incluirá os diversos módulos de ponte, três caminhões especiais de transporte dos módulos de ponte, veículos de grande porte e configuração 8×8, e uma embarcação especial usada para elevação de ponte.
O IRB pode ser operado como uma balsa de vários módulos, bem como uma ponte flutuante. Ele fornece ampla capacidade de cruzamento a seco de rios transportando cargas dentro das especificações MLC80 Tracked / 96 Wheeled do US Army (componentes homologados para transportar, lançar, erguer e recuperar até 210 metros de ponte flutuante, com máximo de 80 toneladas de peso parado ou 96 toneladas em trânsito-rodando), incluindo aí o manejo, transporte com segurança e entrega de um veículo blindado de combate de até 60 toneladas.
Os módulos da ponte IRB são transportados e lançados a partir de um caminhão multiuso multifunções. O IRB encontra-se em serviço em todo o mundo e vem apoiando operações de combate, de manutenção da paz, bem como missões humanitárias e ambientais. Ela também permite interoperar com outras pontes, como a portada “M3” que já é operada pelo Exército Brasileiro.
O IRB é totalmente interoperável com os sistemas de pontes flutuantes legais da General Dynamics European Land Systems, incluindo a Floating Support Bridge (Ponte de suporte flutuante), a Ponte de fita padrão (Standard Ribbon Bridge-SRB) e o M3 Anfibious Bridge e Ferry System.
https://www.youtube.com/watch?v=9IhC7B44A9Y&feature=youtu.be
Sobre o BAC
O Brazilian Army Comission é mantido pelo Exército Brasileiro em Washington D.C para atender as seguintes demandas:
I. Adquirir material de defesa, sistemas e serviços no exterior e enviá-los para o Brasil, de acordo com os pedidos de nossas entidades importadoras.
II. Realizar pesquisas de mercado de Material de Defesa.
III. Executar o registro, gerenciamento e controle do orçamento, finanças e ativos do Exército Brasileiro no exterior.
IV. Apoiar o aditante do Exército em relação aos militares e pessoal dependente em missão ou em tratamento médico nos Estados Unidos da América.
V. Promover o Brasil, o Ministério da Defesa, o Exército e a indústria de defesa brasileira, de acordo com suas possibilidades e deveres.
*Projetado pelo oficial do exército francês coronel Jean Gillois e fabricado pela empresa alemã Eisenwerke Kaiserslautern, o EWK-Gillois era um conceito engenhoso e totalmente exclusivo.
O Gillois foi aceito em serviço em 1961, mas a alternativa M2 alemã logo foi introduzida como superior. O M2 era um veículo anfíbio classe 24 com flutuabilidade, deck e rampas necessárias para construir uma ponte ou um ferry.
Os pontões laterais ficam armazenados e são girados hidraulicamente na posição antes de entrar na água. “Juntas” adicionais podem ser usadas para fazer rampas ou unir unidades adjacentes.
Uma plataforma single M2 pode ser usada como uma balsa Classe 10, duas plataformas juntas e unidas formam uma Balsa Classe 30 e mais combinações podem chegar a um máximo de 60 toneladas (Classe 60). Em serviço, o M2B foi convertido em M2D, o que aumentou a capacidade de carga para as especificações MLC70 Tracked e MLC93 wheeled.
Fica clara a superioridade do produto RIB da GDELS, que já atende as especificações MLC80 Tracked / 96 Wheeled do US Army.