Ministério da Justiça adquire cerca de 159 mil pistolas Beretta APX da Itália

Por Giacomo Cavanna, Ares Osservatorio Difesa (*)

A fábrica de armas italiana Pietro Beretta anunciou que ganhou a licitação promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do Brasil para a compra de até 159.000 pistolas, calibre 9×19 mm, que equiparão as unidades da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e outros órgãos de segurança pública em vários Estados brasileiros.

A pistola vencedora é a Beretta APX, uma pistola semiautomática feita com amplo uso de tecnopolímeros e todas as pistolas serão construídos na Itália, na fábrica de Gardone Val Trompia, na província de Bréscia.

O contrato, assinado com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), terá o valor máximo de 57 milhões de euros e a duração máxima de 18 meses.

O presidente da Pietro Beretta SpA comentou sobre a vitória da seguinte forma:

“Estamos muito satisfeitos com este resultado, que veio ao final de um ano certamente complexo. Nossa empresa já tem um passado no Brasil. Em 1948 meus tios-avós escolheram aquele país para iniciar a internacionalização industrial do Grupo e em Brasília construíram a primeira unidade de produção estrangeira sob a bandeira Beretta do Brasil. Lá produzimos pistolas até a década de 1970, quando decidimos vender plantas e licenças para a Taurus e nos mudar para os Estados Unidos para fundar a Beretta USA.

O concurso hoje adjudicado tem um duplo sentido para nós: é uma importante confirmação da validade da plataforma do produto e ao mesmo tempo um reconhecimento pelo grande trabalho da equipa interna da Beretta, que continuou a operar com o habitual profissionalismo mesmo no difícil contexto de nos últimos meses. Agradeço em particular a todos os meus colaboradores que contribuíram para este resultado e às instituições que têm estado ao nosso lado”.

A Beretta APX é usada nas Forças Especiais da Albânia (RENEA), no Exército Italiano e nas Forças Especiais, alguns Corpos de Polícia Local da Itália e França, a Polícia Nacional da Polônia e dois Departamentos de Polícia dos EUA e muitas outras forças policiais em todo o mundo, incluindo os do Vietnã, Tailândia, etc.

Imagem: Beretta

(*) Ares Osservatorio Difesa é uma Associação Cultural italiana, fundada em 12 de abril de 2019, em Roma, para a análise e estudo de questões nacionais e internacionais relacionadas as áreas de defesa e segurança, e parceira de Tecnologia & Defesa no intercâmbio de informações, para manter os leitores atualizados das notícias importantes que ocorrem entre os dois países.

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Comentários

23 respostas

  1. Vamos acabar com as poucas industria bélica nacionais que existem…a taurina tá mais que certa de transferir suas operações para os EUA

    1. Vamos quebrar nada. A Taurus e Imbecil quebra-se por si só. Veja lá o vídeo do Caiafa falando sobre este assunto. A BID precisa acordar e entrar pra era 21.

        1. Welington S. concordo com você da importância de manter nossa indústria aquecida e dar a ela a preferência; mas por outro lado, quem é usuário das armas Taurus já experimentou por anos a baixa qualidade do que é oferecido e por um preço alto. Fico feliz com sua preocupação, porque realmente necessitamos de um parque bélico forte com urgência já que estamos sendo sabotados por “parceiros” quem vindo tomar parte de nosso território em um movimento de “Internacionalização” da Amazônia. Forte Abraço.

    1. Falando algo que nao entende, que nao vivencia irmao… Como se tudo que adquiramos aqui no Brasil, fosse fabricado aqui, ou fizesse brasileiros perderem seus empregos… Quando sua vida, e a da população que vc jura defender, depender, de qualidade, vc vai entender isso de adquirir armas importadas…

  2. Eu vejo duas coisas. Uma que é todo mundo falando em apoiar a industria nacional de defesa, temos que comprar aqui e a outra que na prática é muita coisa ao contrário. Essa compra não deveria ter sido autorizada de jeito nenhum. Ou compra da Taurus ou Imbel ou nada feito.

    1. Se a taurus tivesse feito nos EUA o que fez com os contratos governamentais aqui no BR ela teria falido. Pistolas que disparam sozinhas, que quebram com uso normal, que fazem rajada quando travadas.
      Só quem já teve que portar as 24/7 sabe a idiotice que é falar isso

    2. Foi relaizado uma licitação. E através da licitação a empresa italiana ganhou. Se fosse decidido, Imbel ou Taurus, seria atacado judicialmente e geraria , a dito própria, Corrupcao. Fornece quem oferece o menor preço e atinge os requisitos da licitação.

  3. Venceu o melhor. Que adianta querer comprar só produto nacional, se o nacional não tem qualidade pra competir? A própria Taurus está em vários processos por defeitos e falhas nas suas armas. A Beretta também vai fornecer Fuzis à PM de São Paulo. A Glock também fornece armas para várias instituições no Brasil.
    Não tem que reclamar. Tem que melhorar o produto e torná-lo competitivo.

    1. A taurus tem vários prêmios nos EUA, está entre as pistolas mais vendida lá…muita coincidência esses defeitos apresentarem poucos antes da liberação de compra de armas estrangeiras. Agora ve6se na Itália eles compra algum arma leve que nao seja mande in italy??? Eu critiquei a taurus qdo apresentou a intenção de transferir sua planta fabril para os EUA, mais ela tá mais que certa…que foda se o Brasil.

  4. Tipico comentario de quem não é usuario. Eu tenho uma imbel GC e uma taurus das primeiras fabricadas ainda com a armação da 92 F. Ambos são projetos antigos. A taurus evoluiu um pouco. A Imbel não. Mas a taurus está longe das armas mais recentes. Esta reserva de mercado é a responsavel por uma industria atrasada.

    1. Prezado Colombini, concordo totalmente! Mal comparando é como se tivessemos que comprar termômetros a base de mercúrio para controlar os frequentadores de shopping e impedir de importar termometros a feixe de laser … no caso a proteção à população é que é prioritária!

      Entendo que a proteção à indústria brasileira tem que ser priorizada, claro, mas isso não significa que a função e a eficácia de cada equipamento seja relegada a um segundo plano. Vejam o que aconteceu com a fabricação de computadores no Brasil.

      Pistolas e fuzis de uso das forças policiais e armadas no mínimo não devem ser inferiores às dos bandidos….e qual é o problema de desenvolver algo no estado da arte? Não projetamos um KC390? A forjas Taurus, por exemplo, fornece um monte de outros itens de primeira qualidade! Porque não acompanha o avanço mundial no desenvolvimento de armas? A Imbel, fica atras da comodidade de ser estatal e também tem que dar seus pulos!!! Cada 500g que se ganhe no peso de um fuzil, representa quanto a mais de munição que um soldado pode carregar a mais? Tenho em alta consideração tanto a Taurus quanto a Imbel, mas temos que ganhar o campeonato!!!

  5. A Beretta tem que montar uma fábrica e franquia aqui no Brasil, tanto ela como a HK e a Glock, além da Colt.

    Temos que quebrar esse monopólio da Taurus e da Imbel.

  6. O monopólio apenas atrasa o avanço tecnológico. Excelente compra. Espero que isso faça com que as empresas nacionais melhorem a qualidade de suas armas, ou passem a praticar preços mais competitivos, como é o caso da G2C da Taurus, nos EUA. Salvo engano, você consegue comprar por 200 dólares, e aqui, paga mais de 2.000 reais.

  7. Sem dúvida a evolução técnica ñ tem sido acompanhado devido a proteção de mercado existente, agora outro problema grave e que ninguém fala, é a existente de um tal “custo Brasil” onde fica quase inviável qualquer transação comerial porque todos querem ganhar, menos o pais.

  8. A Imbel fecha parceria para fabrica as pistolas Sig Sauer, isso sim e o tipo de parceria que o Governo deveria buscar, e não somente fazer uma compra milionária que não vai trazer nenhum beneficio para a economia ou transferência de tecnologia para nossa industria…Essa licitação deveria ser cancelada

  9. O governo deveria isentar a fabrica nacional de imposto também como faz com a importada, a Taurus perderia de qualquer forma, pois não tem comparação com a qualidade do produto.

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