1.INTRODUÇÃO
Prosseguindo na saga prometida pelo “Estado Islâmico” (Islamic State of Iraq and Syria-ISIS), já desencadeada pelos atentados realizados na Bélgica, em maio; no Canadá, em outubro; e na Austrália, em dezembro; chegou a vez da França.
2. O ATENTADO E SEUS DESDOBRAMENTOS
Na manhã de 07 de janeiro, próximo passado, um ataque com motivações religiosas resulta em 12 mortos e 11 feridos no famoso Semanário Charlie Hebdo, numa grave retaliação contra a liberdade de imprensa, no maior atentado realizado na França em 50 anos. Por volta de 11:20h, dois dos três envolvidos, mascarados, trajados de macacões negros, e portando fuzis russos Kalashnikov 7,62 mm e coletes à prova de balas, desceram de um automóvel, com vidros escurecidos, deixando-o estacionado próximo ao número 10 da rua Nicolas-Appert. Uma vez identificada a porta de entrada no edifício, fizeram uma entrada a viva força, eliminando uma primeira pessoa na recepção; subindo em seguida ao 2º andar, aonde assassinaram, a sangue frio, mais 8 jornalistas, um visitante e um policial que era mantido como segurança junto ao diretor do jornal, desde um incêndio criminoso ocorrido em 2011. Concluída a chacina com eficiência e eficácia militares ímpares (uma típica Ação de Comandos), retiraram-se, voltando ao automóvel, gritando “Allahu Akbar” (“Alá é grande!”). Na fuga, antes de embarcarem no automóvel, eliminaram mais um policial (que, por ironia do destino, era muçulmano). Segundo uma testemunha que sobreviveu ao se esconder atrás de um móvel, os terroristas, além de falarem perfeitamente francês, apresentavam-se como membros da organização terrorista Al Qaeda.
Por um breve período, seu rastro foi perdido pelas autoridades; porém, à noite, graças a informações oriundas de telefonemas da população, as autoridades de segurança (Ministério do Interior), identificaram três indivíduos que seriam os perpetradores do contundente ataque. Todos franceses: os irmãos Cherif Kouachi, 32 anos; Said Kouachi, 34 anos; e o jovem Hamyd Mourad, 18 anos, cunhado dos irmãos. Mourad, tendo tomado conhecimento de que várias pessoas próximas aos irmãos estavam sendo detidas, entregou-se voluntariamente à polícia e ainda não se confirmou sua participação nas atividades dos irmãos Kouachi. Ainda durante a noite, uma grande operação de busca (envolvendo da ordem de 88 mil agentes policiais e militares) ocorreu na cidade de Reims, no nordeste da França. Na jornada de 9 de Janeiro pela manhã, com base ainda em informes obtidos junto à população (após um assalto a um posto de gasolina e um roubo de carro pela dupla terrorista), foi possível localizar os dois irmãos numa fábrica (galpão de uma gráfica), na região de Dammartin en Goele, subúrbio de Paris. Uma vez localizados e cercados, os irmãos declararam ter feito alguns reféns. Não era verdade. Lá dentro, escondido, havia apenas um funcionário da gráfica que facilitou muito a ação de investimento das forças de segurança, passando informações por telefone celular sobre o posicionamento tático dos irmãos, no interior da área de homizio. Negociadores franceses fizeram contato com os terroristas que, ratificaram que só sairiam dali mortos, enfatizando que a sua missão só seria concluída, tendo-os como mártires. Eis que, ainda pela manhã, nesta mesma jornada, surge um fato novo totalmente inesperado. Um casal que se apresentou como fundamentalistas islâmicos associados à organização Estado Islâmico, Amedy Coulibaly, afrodescendente, 22 anos, e sua namorada, Hayat Boumedienne, jovem francesa, 26 anos, após assassinar uma policial, assaltam um supermercado judeu – kosher, na região de Porte de Vincennes, fazendo reféns da ordem de 23 clientes daquele estabelecimento, naquele momento, pleno de consumidores (todos absolutamente aterrorizados). Uma vez caracterizadas ostensivamente suas intenções, declaram que, caso os irmãos Kouachi tivessem sua integridade física ameaçada, ele e sua companheira matariam todos os reféns sob sua custódia. Dessa forma, caracterizou-se que as autoridades de segurança e defesa francesas estavam, realmente, face ao que na linguagem técnica de combate ao terrorismo identifica-se como Campanha Contraterrorista, com dois eventos simultâneos envolvendo a mesma célula, em sítios diferentes, (embora na mesma cidade, sítios distanciados entre si cerca de 40 Km). Certamente havia um canal de comunicação entre os dois grupos; e tudo estava antecipadamente planejado. E, até aquele momento, estava tudo correndo de acordo com o planejamento.
Estes dois novos objetivos, exigiram uma movimentação extensiva de meios policiais e militares (inclusive helicópteros e carros blindados do Exército francês) e o estabelecimento de áreas de isolamento que tiveram repercussão de grande impacto na rotina da vida parisiense. Por volta de 17:00h, ouviu-se uma série de rajadas automáticas no supermercado kosher, seguindo-se, de imediato, explosões de granadas flash bang (som e luz, típicas da execução de entradas a viva força em ambientes confinados) e, seguindo-se, logo após a isso, mais intensivas rajadas disparadas. O que é possível deduzir-se, foi que o casal tomou a iniciativa de disparar contra os reféns ou sobre a Equipe de Assalto já disposta no terreno para investir. Uma das testemunhas sobreviventes que se encontrava no interior do supermercado declarou que os 4 reféns foram alvejados pelo terrorista Amedy, pouco antes do investimento das forças de segurança. Este episódio finalizou com a morte do terrorista afrodescendente e de 4 dos 23 reféns; outros 4 reféns foram feridos e 2 Operadores do Escalão de Assalto (segundo a Associated Press) também foram feridos; e a companheira do terrorista escapou, quando da fuga de 15 outros reféns que ainda se encontravam dentro do supermercado. Há que se destacar que, imediatamente após o desencadeamento do incidente no supermercado kosher, lá na região da Fábrica, no galpão de uma gráfica, no outro objetivo, as forças de segurança investiram e neutralizaram, por eliminação, os 2 irmãos Kouachi, liberando o funcionário que ali se encontrava escondido.
3. ENSINAMENTOS COLHIDOS
a. INTELIGÊNCIA
A mídia, de uma maneira geral, não apenas na França, mas nos cinco continentes está divulgando o verdadeiro estado de consternação que tomou aquele país nestas últimas três jornadas, quarta, quinta, e sexta-feira. E há que se reconhecer que também o mundo foi colhido de surpresa com todos estes dramáticos acontecimentos. E uma questão que se levanta prioritariamente é a avaliação se as autoridades francesas de segurança e defesa e seus meios orgânicos, desempenharam-se convincentemente em toda esta dramática crise.
Algo que, embora fosse divulgado, não chegou a ser explorado com maior profundidade, é que tanto Cherif quanto seu irmão Said Kouachi estavam listados pelo FBI como terroristas altamente perigosos (inclusive, com adestramentos recentes efetuados junto à Al Qaeda do Yemen (parcela da Al Qaeda da Península Arábica) e proibidos de entrar nos EUA. Numa demonstração que os Sistemas de Inteligência de ambos os países estavam bastante desconectados é que as autoridades francesas jamais tomaram conhecimento desse fato. O Presidente Obama, logo após a matança desencadeada no jornal, colocou elementos especializados (civis e militares) a disposição do governo francês (o que foi aceito) e que se tornou extremamente oportuno, segundo depoimento de agentes oficiais à rede CNN. Conforme noticiado por esta mesma rede, em sua cerrada cobertura, autoridades de ambos os países reconheceram esta falha; e que já estariam devidamente empenhados em retificá-la.
Dentre as 4 atividades básicas de prevenção e combate ao terrorismo reconhecidas internacionalmente (Inteligência, Antiterrorismo, Contraterrorismo e Administração de Consequências), indiscutivelmente, aquela de maior relevância (sem a qual nenhuma das outras funciona) é a Inteligência. Hoje, face ao Terrorismo Transnacional Contemporâneo do Século XXI, em que o Terror deixa de ser um mero instrumento tático de derrubada do poder (como era no Período da Guerra Fria) e transformou-se em um instrumento estratégico de projeção de poder, a Inteligência é a primeira linha de defesa dos Interesses Vitais dos Estados Nacionais. E, nesse contexto, avulta a importância da integração com agências de inteligência (selecionadas) de diferentes países.
Sobretudo, a falha da Inteligência impediu que o principio básico que na atualidade norteia as forças contraterrorismo – “neutralizar os terroristas antes que ataquem” – Fundamento da PROATIVIDADE – fosse executado! A postura das forças de segurança francesas, infelizmente, foi eminentemente REATIVA, o que se constituiu em fator tremendamente negativo durante as três jornadas de crise!
b. ANTITERRORISMO E CONTRATERRORISMO
O Semanário francês Charlie Hebdo é extremamente conhecido e apreciado nos cinco continentes, sendo considerado um verdadeiro símbolo global da liberdade de expressão. Seu estilo crítico tremendamente ácido e satírico, sobretudo nas imagens elaboradas, não poupa ninguém, nem mesmo países, chefes de estado, religiões e seus personagens principais. Assim, vários de seus jornalistas, reconhecidamente talentosos como cartunistas, não raro sofreram ameaças contra a sua integridade física. O mais recente número antes do atentado tinha na capa uma imagem (tomada como altamente desrespeitosa) do líder do “Estado Islâmico” – Abou Bakr Al-Baghdadi.
Nesse contexto, indubitavelmente, o padrão da segurança ali presente estava tremendamente subestimado. E isso foi cabalmente comprovado com a facilidade com que a matança foi realizada. Seguranças dessa natureza estão dentro do escopo das forças antiterrorismo, normalmente operando fardadas ostensivamente, e sempre em condições de, caso não sejam suficientes para dissuadir um possível agressor, estar em condições de neutralizá-lo.
Com relação às ações de contraterrorismo, redes como a CNN divulgaram muito pouco. As poucas imagens, obtidas à distância das duas áreas objetivo não permitiam grandes conclusões. O que se permitia ver era uma grande quantidade de policiais da Gendarmerie Nationale (Polícia Nacional). As evidências indicam que em ambos os objetivos quem operou como Forças Contraterroristas (Escalão de Assalto) foi o “Grupo de Intervenção da Gendarmeria Nacional – GIGN”; e como Forças Antiterroristas (Escalão de Segurança), foram os Gendarmes da mesma Polícia Nacional.
No que se refere à Campanha Contraterrorista, com dois incidentes simultâneos envolvendo a mesma célula, em sítios distantes entre si da ordem de 40 Km; trata-se de um fator tremendamente complicador para as forças de segurança e defesa. Via de regra, uma vez estabelecida uma Força Tarefa Conjunta de Operações Especiais (FTCjOpEsp), o seu Comandante acumula a função de Coordenador da Ação Contraterrorismo (CACT). Em se tratando de mais de uma, simultaneamente, como foi o caso em Paris, o CACT determina um Destacamento de Contraterrorismo (DCT) para cada evento (número variável de Equipes Táticas). E cada Comandante de DCT exerce a função de “Comandante de Incidente”, ambos diretamente subordinados ao CACT. Situações dessa natureza exigem impositivamente Sistemas de C4IVRA (Comando, Controle, Comunicações, Computadores, Inteligência, Vigilância, Reconhecimento, e Avaliação de Alvos) altamente eficientes. A experiência demonstra que unidades de operações especiais policiais têm mais dificuldade ao fazer face a mais de um incidente terrorista simultaneamente, do que as unidades militares de operações especiais, bem mais adestradas em processos decisórios emergenciais (Estudos de Situação) dessa natureza.
Conclusivamente, não há como considerar-se como positivo um resultado final com a ocorrência de além dos 12 mortos e 11 feridos no jornal Charlie Hebdo; 3 terroristas eliminados, 4 reféns inocentes mortos e mais 4 feridos; e mais alguns agentes das forças de segurança feridos (dados não divulgados). Para coroar esses maus resultados, é inadmissível aceitar-se que Hayat Boummediene tenha escapado quando na ação no supermercado kosher pelas forças de segurança. No mínimo, isto demonstra uma tremenda falha de coordenação entre os Escalões de Assalto e de Segurança. Algo muito comum quando as Forças de Anti e Contraterrorismo não se adestram o suficiente para criarem consistentes laços táticos entre si.
c. ADMINISTRAÇÃO DE CONSEQUÊNCIAS
Um imenso aparato de Defesa Civil ficou permanentemente sob a vigilância da mídia de diferentes matizes. No que se refere ao atendimento emergencial de saúde nada a criticar. Muito pelo contrário, o número de ambulâncias devidamente escoltadas por batedores de elite e equipadas com pessoal médico de altíssima qualidade, bem como os helicópteros em presença, todos cumpriram excelentemente com suas relevantes tarefas. Com relação às reações da população, o povo francês foi, sem dúvida alguma, a grande estrela deste dramático espetáculo. Primeiro, pela forma corajosa como rejeitou ostensivamente a agressão covarde contra a liberdade de expressão, um dos fundamentos dos regimes democráticos (o que foi materializado no terreno por manifestações de rua de imensas massas populares). Por outro lado, as instruções emanadas pelas autoridades pelos meios de comunicação social foram sempre muito bem cumpridas. E, o mais importante, quando se fez necessário, os parisienses utilizaram com precisão as instruções prescritas para a passagem de informações. Alguns canais de televisão franceses se viram admoestados pelas autoridades, em virtude de estarem transmitindo repetidamente imagens constrangedoras (como a morte de um policial, já ferido, deitado na calçada em frente ao jornal, a sangue frio, por um dos terroristas) o que foi constatado, em determinado momento, exacerbou o terror da população parisiense. Certamente, um dos grandes objetivos atingidos pelos irregulares jihadistas, graças à mídia local.
d. NEGOCIAÇÃO
Um dos aspectos relevantes a destacar nestas 3 jornadas de crise intensa, particularmente quando os irmãos Kouachi ocuparam o galpão da gráfica; e o casal ocupou um compartimento no supermercado kosher, foram os contatos com eles estabelecidos por negociadores franceses. Em praticamente todas as ligações, todos os terroristas manifestaram de modo afirmativo que sua missão só estaria cumprida quando estivessem mortos. Ou seja, nada havia a negociar! Entretanto, nesses contatos foi possível esclarecer alguns aspectos, tais como a certeza de que se tratava de uma ação suicida e que, realmente, seu objetivo era tornarem-se mártires. E que desejavam durar o máximo possível de tempo nas sua posições, de modo a impressionar não apenas a opinião pública local, mas também a internacional. Esses negociadores franceses não pertenciam às unidades operacionais, nem de antiterror, nem de contraterror. Eram quadros do Sistema de Inteligência Francês. Homens (e mulheres) analistas especializados no jihadismo sunita e outros matizes que lhes facilitaram a condução dos contatos telefônicos.
4. CONCLUSÃO
A França testemunhou nestas três contundentes jornadas uma ação terrorista conjugada entre duas das mais ativas organizações terroristas transnacionais da atualidade: a Al Qaeda do Iêmen (associada à Al Qaeda da Península Arábica) e o Estado Islâmico. Há que de destacar que todos os Foreign Fighters franceses, irregulares fundamentalistas islâmicos que patrocinaram esta matança, eram todos sunitas, o que facilitou imensamente este modelo de conexão operacional, sempre muito estimulado por seus líderes: Abu Bakr Al-Baghdadi, do Estado Islâmico, a mais poderosa de todas, na atualidade; e Al Zawhahiri, sucessor de Osama bin Laden, e atual líder da Al Qaeda Matriz.
O massacre de Paris é mais um exemplo de típicos atentados terroristas da atualidade, executados no mundo ocidental. Trata-se de Foreign Fighters, jihadistas com expertises adquiridas junto a organizações de ponta, operando em diferentes teatros de operações que, retornando aos seus países de origem, estão plenamente capacitados a perpetração de matanças contundentes dessa natureza.
Esta é a face atual do Terrorismo Transnacional Contemporâneo. Uma evolução daquele modelo de uma década atrás, no qual a então poderosa Al Qaeda, após criteriosa seleção preparava dezenas de terroristas para a condução de atentados de grande vulto, estilo perfeitamente caracterizado pelos traumáticos e inesquecíveis eventos do 11 de setembro de 2001, nos EUA; os ataques a bomba no sistema metroviário de Madri, em 2004; e o sistema de transporte coletivo por ônibus em Londres, em 2005.
As ações estratégicas empregadas na prevenção e combate naquele momento, fundamentadas na neutralização de organizações terroristas transnacionais, nas suas áreas de homizio (num esforço multinacional altamente integrado), focando eficiente e eficazmente a minimização da cooptação de seus recursos econômicos financeiros, e objetivando a decapitação de suas lideranças, particularmente a eliminação de Osama bin Laden, foram muito bem sucedidas.
Nesse contexto, as organizações terroristas transformaram-se. Há que se entender que os seus objetivos estratégicos de utilização do terror como instrumento estratégico de projeção de poder, estão mais presentes do que nunca, como foi possível verificar-se nos recentes ataques perpetrados em Paris. Porém, as organizações abriram mão definitivamente dos ataques de grande vulto em larga escala. O modelo atual é internacionalmente reconhecido como “Lone Wolves Attacks”. Células de pequeno efetivo (1, 2 a 4 Foreign Fighters) operando com uma plena iniciativa e altíssimo nível de independência estão sendo criteriosamente selecionadas e preparadas para ações de tremendo impacto de Violência Extremista (quanto maior o número de baixas e a destruição, melhor) sobre alvos de maior disponibilidade. Ataques caracterizados por um ciclo de planejamento cada vez mais militarizado, e com todas as características de verdadeiras Ações de Comandos (um modelo que teve seu episódio mais marcante no ataque a Mumbai em 2008).
No presente episódio em Paris, infelizmente, o aparato de segurança e defesa francês se viu surpreendido. E, há que se reconhecer que o impacto psicológico (grande oxigênio das organizações terroristas) alcançado pelas organizações terroristas envolvidas foi tremendamente positivo, não apenas na França, mas em todo o mundo. Certamente, dividendos serão colhidos pelos jihadistas, seja na cooptação/recrutamento de novos militantes, seja na arrecadação de recursos financeiros. O maior ensinamento colhido nesta sangrenta experiência é que o planeta está face a uma ameaça que pode ser materializada em qualquer parte do mundo. E como tal, o mundo ocidental precisa se preparar. Hoje, em vários centros de prevenção e combate ao terrorismo, nos cinco continentes, está registrada em local de destaque a premissa “GET SERIOUS ABOUT SECURITY!”
Alvaro de Souza Pinheiro
Gen Bda Res Ex-Comandante das Forças Especiais do Exército Brasileiro nos anos de 89, 90 e 91. Analista Militar Internacional Especialista em Operações Especiais, Guerra Irregular, e Combate ao Terrorismo e à Violência Extremista, tendo várias obras publicadas no Brasil e no exterior.