Todas as ações de defesa e segurança durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 serão monitoradas em tempo real em centros de defesa de área.
Para receber informações de aeronaves remotamente pilotadas (ARP), câmeras e tropas, por exemplo, a Força Aérea Brasileira instalou uma estrutura de telecomunicações composta por pontos transmissão e recepção de dados, telefonia e radiocomunicações, totalizando quase uma centena de pontos de presença, com capacidade aproximada de 52 Mbps, somente na cidade do Rio de Janeiro.
A infraestrutura compreende meios de datalink, comunicações via satélite, enlaces terrestres, enlaces por microondas, centrais telefônicas, comunicações por voip e visualização de dados radar, que permitem receber e enviar dados e voz em apoio às diversas posições operacionais.
“Esta infraestrutura de comunicações permite que os centros de decisões sejam alimentados com as informações para comando e controle”, explicou o comandante do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), tenente-coronel aviador Jorge Maurício Motta, responsável pelo trabalho.
“Isso permite uma maior consciência situacional dos órgãos envolvidos, essencial para tomada de decisão. Adicionalmente, ainda foram disponibilizadas frequências de radiocomunicações complementares, imprescindíveis para o controle das aeronaves comerciais nos locais de maior demanda”, acrescentou Motta.
Uma equipe de 184 militares trabalhou por 20 dias para entregar, no início de julho, toda a logística no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Manaus.
O Centro de Operações Aéreas do Coordenador Geral de Defesa de Área (CGDA), a Sala Master do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), a Célula de Operações Local do Aeroporto do Galeão, os pontos onde estarão localizados os grupos de artilharia antiaérea, além de todas as áreas vermelhas de exclusão aérea são os locais que receberam os pontos de comunicações exclusivas do Ministério da Defesa.
As Células de Operação Local do Rio de Janeiro e de São Paulo, que abrangem os principais aeroportos internacionais brasileiros, irão contar com sistemas de comunicações terra-ar em V/UHF, telefonia com linhas específicas, sinal radar local e sinal radar da aeronave E-99. Os recursos permitirão que as células, que funcionarão como backup dos Centros de Operações Militares, tenham condições de assumir o controle de uma interceptação caso necessário.
Toda a infraestrutura foi testada, como o recebimento dos dados das aeronaves-radar E-99, que executam alarme antecipado em voo, e a tramitação das imagens das aeronaves remotamente pilotadas.
A verificação também incluiu a certificação da confiabilidade das comunicações nos locais de grande fluxo de tráfego aéreo. “Isso possibilita que todo o controle das aeronaves de defesa aérea possa ser realizado em locais alternativos, em caso de situações anormais”, detalhou o comandante do 1o GCC.
Sobre o 1º GCC
O 1º GCC está apto a instalar, operar e manter um escalão avançado de operações aerotáticas em áreas onde a cobertura ordinária não for suficiente.
O controle, as comunicações e o alarme aerotático fornecidos pelo 1º GCC suprem eventuais falhas de detecção e ligam áreas remotas com os usuários dos centros de controle e operações.
Dotado de cinco esquadrões, o 1º GCC é uma unidade versátil e de grande mobilidade, sempre apoiando operações essenciais para a segurança e a eficácia do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).
Seus esquadrões são equipados com modernos sistemas de controle e comunicação, capacitados para – a qualquer tempo e em qualquer local do território brasileiro – apoiar os comandos operacionais.
Ivan Plavetz