A Simulação no treinamento de tropas de carros de combate

A simulação como ferramenta no treinamento de militares de tanks

                                                                                               Adriano Santiago Garcia

RESUMO

Train as you fight” (treinar como se combate) é um dos conceitos basilares que norteiam os mais recentes manuais aprovados para o Exército dos Estados Unidos da América acerca de treinamento militar, demonstrando a preocupação desta Força em realizar exercícios o mais próximos da realidade a ser enfrentada por suas tropas.

A simplicidade semântica do conceito supracitado contrasta com as enormes dificuldades de se colocar em prática devido a simples razão da existência de uma Força Militar de que é a guerra.

Logo o treinamento deve se valer de metodologia bem estruturada e organizada que possa se valer de equipamentos de auxilio bem como os de dotação além de avaliações focadas em desempenho de maneira a se obter os resultados de prontidão do individuo e da tropa constituída.

Os desafios só aumentam quando se tratam de tropas que operam grandes equipamentos para cumprir as missões designadas a exemplo de tropas blindadas ou de helicópteros.

A Simulação, do latim simulatĭo, é a ação de simular, verbo refere-se à ação de representar algo, imitando ou fingindo aquilo que não é fazer de conta e é esta palavra que, dicotomicamente ao seu significado, atua para trazer realidade à atividade de treinamento da guerra.

Os primeiros instrumentos de simulação na tropa blindada brasileira remetem aos redutores de calibre para canhão que constituíam em sistemas instalados no sistema de disparos dos blindados a fim de criar a experiência do tiro realizado com uma munição de calibre muito menor ao da arma.

O Cascavel introduz a simulação, na sua vertente virtual e viva, aos militares encouraçados com um sistema de simulação que montado na Viatura Blindada de Reconhecimento (VBR) trazia um ambiente similar ao redutor de calibre diferindo que uma realidade virtual se passa aos olhos do atirador com a destruição de alvos criados por computador.

O projeto de aquisição dos Leopard 1A5 BR não se limitou a compra de meios de combate como também operacionalizou um contrato de apoio logístico e de aquisição de instrumentos de simulação fato que mudaria os paradigmas da instrução dos carros de combate doravante.

INTRODUÇÃO

A simulação traz a imagens associadas a vídeo games consubstanciando uma célebre frase do historiador Sir Basil Henry Liddell Hart de que a maior dificuldade de colocar novas ideias nas mentes militares é retirar as antigas.

Outra dificuldade da percepção de utilidade desta ferramenta é estar plenamente ciente de sua capacidade associada aos meios de maneira a não subutilizar equipamentos, tempo e recursos da maneira menos vantajosa ou em uma metáfora fazer uma betoneira de batedeira de bolo.

A despeito de todos os avanços tecnológicos, principalmente no campo do desenvolvimento de plataformas de software, o Exército Brasileiro não possuía até recentemente uma estrutura em seus planos e aquisição que contemplasse a simulação, excluindo-se apenas a Aviação do Exército.

Muitas das vezes a frente de seu tempo a Engenheiros Especializados S/A (ENGESA) concebeu um simulador virtual de procedimentos de tiro a ser instalado na torre da Viatura Blindada de Reconhecimento EE-9 Cascavel, em final dos anos 80 do século passado.

Figura 01- Simulador de Procedimentos de Tiro EE-9 Cascavel
Fonte: Revista Verde Oliva Nº 212 • Jul/Ago/Set 2011

Apesar do equipamento não ter sido adquirido e distribuído as Unidades Militares operadoras do Cascavel o programa padrão de treinamento de Cabos e Soldados já mencionava a utilização de meios de simulação sem, ainda, distinguir qual o tipo de equipamento e de simulação:

A instrução que não observar o princípio do realismo (T 21- 250) corre o risco de tornar-se artificial e pouco orientada para os objetivos que os instruendos têm de alcançar. Os meios auxiliares e os exercícios de simulação devem dar uma visão bem próxima da realidade, visualizando, sempre que possível, o desempenho das funções em situação de combate ou de apoio ao combate. Os meios auxiliares e os exercícios de simulação devem dar uma visão bem próxima da realidade, visualizando, sempre que possível, o desempenho das funções em situação de combate ou de apoio ao combate. (PPQ 02/2 Programa-Padrão de Instrução Qualificação do Cabo e do Soldado de cavalaria. p.10 e 11).

A compra do lote de Viaturas Blindadas de Combate Carro de Combate (VBC CC) Leopard 1A1 do Exército Belga em finais da década de 90 do século passado trouxe mais um equipamento isolado de simulação para treinamento dos atiradores (Atdr) deste meio de combate.

O Tank Level Aiming and Firing Trainer (Talafit), era um equipamento nos mesmos moldes do simulador feito pela ENGESA, pois também consistia em um Kit de materiais que se integravam ao Tank para executar a simulação.

Figura 02- Simulador Talafit
Fonte: Revista Verde Oliva Nº 212 • Jul/Ago/Set 2011

O equipamento gerava um cenário de campo de batalha virtual em que o atirador do CC executa os procedimentos de aferição da distancia pelo laser do carro e execução do disparo tanto em alvos parados quanto em movimento.

Tal equipamento foi outra aquisição isolada e limitada a poucas tarefas inerentes ao trabalho de uma guarnição CC, mas ainda sim contribuiu para mostrar as capacidades dos dispositivos de simulação.

Cabe ressaltar que apesar dos casos isolados citados acima não havia ainda um simulador ou dispositivo que permitisse a integração de trabalho de toda a guarnição, tripulação de viaturas blindadas, e mais importante ainda que tal guarnição deva constituir um elemento harmônico e indissolúvel capaz de operar e empregar o blindado sem oferecer risco a si, a outrem ou ao material.

O PROJETO LEOPARD

A aquisição de Leopard 1A1 Belgas teve pouca vida útil dentro do EB constatado pelo fato que de 97 a 2007 poucos CC tinham funcionamento completo de seus sistemas de torre, tiro e estabilização.

A necessidade por equipamentos que facilitassem o treinamento dos militares de tank fez surgir iniciativas como uma tentativa de “recriação” das caixas de comando e dispositivos internos de torre em camas de beliche ou cadeiras de dentista e a retirada de torres para colocar em suportes inertes.

Figura 03 e 04 – Simulador feito de beliches agregados com componentes inertes e torre retirada do chassis Fonte:http://www.defesanet.com.br/leo/noticia/13429/Militar-do-4%C3%82%C2%B0-RCB-desenvolve-projeto-de-simulacao-de-torre-de-carro-de-combate/ e http:// www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/LEO1A1FIM.pdf

A baixa disponibilidade dos modelos A1 Belgas no ano de 2007 agregado à situação de CC M41C ainda em operação em alguns quarteis, desencadeia a compra de viaturas estocadas do Exército da República Federal da Alemanha modelo Leopard 1A5.

Fator mais importante dessa compra foi à contratação da empresa Krauss Maffei Wegmann (KMW) com suporte logístico de manutenção dos carros e com equipamentos de simulação da nova plataforma adquirida.

Tais equipamentos foram de tamanha importância que a portaria Nº 55 do Estado Maior do Exército de 27 de março de 2014 cria formalmente o sistema de simulação da Força englobando a simulação em três grupos:

A) Simulação Viva

Modalidade na qual são envolvidos agentes reais, operando sistemas reais (armamentos, equipamentos, viaturas e aeronaves de dotação), no mundo real, com o apoio de sensores, dispositivos apontadores “laser” e outros instrumentos que permitem acompanhar o elemento e simular os efeitos dos engajamentos.

Com o emprego de equipamentos adequados é possível à integração com outros sistemas de simulação.

B) Simulação Virtual

Modalidade na qual são envolvidas agentes reais, operando sistemas simulados, ou gerados em computador.

A Simulação Virtual substitui sistemas de armas, veículos, aeronaves e outros equipamentos cuja operação exija elevado grau de adestramento, ou que envolva riscos e/ou custos elevados para operar.

Sua principal aplicação é no desenvolvimento de técnicas e habilidades individuais, que permita explorar os limites do operador e do equipamento.

Essa modalidade pode ser integrada em um ambiente virtual comum, possibilitando o adestramento tático de determinada fração e mesmo em exercício com interoperabilidade de sistemas de simulação.

C) Simulação Construtiva

Simulação envolvendo tropas e elementos simulados, operando sistemas simulados, controlados por agentes reais, normalmente numa situação de comandos constituídos. Também conhecida pela designação de “jogos de guerra”. A ênfase dessa modalidade é a interação entre agentes, divididos em forças oponentes que se enfrentam sob o controle de uma direção de exercício. Seu emprego principal é no adestramento de comandantes e estados-maiores, no processo de tomada de decisão, e no funcionamento de postos de comando e sistemas de comando de controle. (BRASIL, 2014)

A despeito dos conceitos supracitados neste artigo será dado enfoque ao trabalho a ser desenvolvido em cada tipo de simulador sempre buscando responder se o simulador se destina a instrução de operação, ou seja, aquela voltada ao desempenho individual ou em equipe para colocação em funcionamento e execução de tarefas individuais ou destinados ao emprego em que os envolvidos na simulação estão constituídos em frações de combate e estão em um cenário montado de incidentes com uma planilha de objetivos de avaliação claros e mensuráveis.

  • Turret Treiner Crew (TTC)

O TTC é por muito conhecido como simples “torre didática”, aos moldes das torres dos modelos A1, que foram sacadas dos chassis e montadas sobre suportes conforme a figura Nr 04, contudo em termos de função as comparações se encerram em aspectos visuais.

As torres que se tornaram simuladores TTC já foram um dia torres operacionais e montadas em carros de combate e passaram por uma conversão e montagem sobre uma estrutura simular a um vagão com uma mobilidade de tração relativa.

Tais torres tiveram sua grossa blindagem lateral seccionada de maneira a permitir que observadores acompanhem o trabalho em curso do exercício permitindo uma maior didática de instrução.

Os equipamentos do compartimento de combate dos CC Leopard são exclusivamente dependentes de eletricidade não tornando necessário que um motor de combustão produza qualquer energia para seu pleno funcionamento e baseado nesta característica esses simuladores receberam fontes de energia, caixas retangulares á retaguarda, para prover os 28 v e 300 a 400A para seu funcionamento.

Figura 05 – TTT visto de perfil
Fonte: Manual KMW W-753

O simulador é exclusivamente dedicado à instrução de operação da equipe de guarnição da torre podendo ser ocupado simultaneamente ou individualmente pelo Comandante de Carro (Cmt CC), Atirador (Atdr) e Auxiliar do Atirador (Aux Atdr), não contemplando apenas o Motorista (Mot).

A estrutura de corredores e bancos acerca da torre permite que outras duas equipes de fora assistam a e aprendam com as experiências observadas de maneira a melhor preparar na hora de execução do seu próprio exercício.

O instrutor pode inserir panes de pequena, média ou grande complexidade, para avaliar se a resposta apresentada pelos instruendos cumpriu o requisito de manter a torre em combate mesmo em nível degradado.

Apesar de o canhão ter sido serrado e estar inoperante o TTC possui simulacros de munições, no formato de granadas Armour-Piercing Fin-Stabilized Discarding Sabot-Tracer (APFSDS-T) e High Explosive Anti-Tank Tracer (HEAT-T), que são disparadas com ar comprimido fazendo com que haja a ejeção de um estojo vazio, semelhante ao tiro real, e que possa haver a recarga da arma, mesmo sem nenhum artefato sair pela boca do tubo.

Figura 06 – Simulacro de munição sendo carregado e observado externamente
Fonte: Manual KMW W-753

Uma dos grandes trunfos deste simulador é corroborar que cada membro da guarnição da torre conheça em detalhes sua estação de combate e quais tarefas devem ser realizadas e em que locais dentro de um ambiente controlado, mas que possuí movimento e respostas idênticas a real estação de combate servindo para poder se certificar que o militar conhece suas tarefas e procedimentos e pode executa-las individualmente e em contexto de sua guarnição.

  • Table Top Trainer (TTT)

Montado em formato de caixas, de maneira a facilitar o transporte e montagem, o TTT é composto por computadores ligados em rede interna e gerenciados por um software de maneira a replicar os painéis e campo de batalha virtual.

Figura 07 – Estações do TTT em modo de transporte, não uso e uso respectivamente
Fonte: Manual KMW TS 247-S17001

Neste conjunto de simulação a função do Aux Atdr é desempenhada pelo instrutor que aplica os exercícios cabendo a este, a troca de munições conforme as ordens emitidas pelo Cmt CC.

Durante o curso de Instrutor Avançado de Tiro, realizado no CIBld, os militares recebem instrução de como criar diferentes tipos de cenários valendo-se de todas as ferramentas do Instructor Management Interface (IMI), software da empresa KMW que possibilita a criação de execução da simulação.

Figura 08 – Estação TTT Motorista
Fonte: do Autor

Cada estação consiste de monitores de visão frontal que apresenta a recriação do campo de batalha através de instrumento de observação ou detecção de alvos imergindo os três executores da simulação no ambiente criado de exercício.

Outro componente é o monitor lateral touch-screen que recria os painéis de maneira a possibilitar a interação homem-máquina e integrar, de maneira limitada, a operação do tank com a detecção, identificação, designação, engajamento e avaliação do impacto.

É importante ressaltar que cada conjunto desses simuladores é a simulação para apenas uma tripulação de carros de combate fato que limita a simulação a apenas a execução das tarefas básicas sem um contexto operacional de grande vulto.

Tal simulador é capaz de produzir uma experiência tão precisa das atividades ligadas às tarefas de busca e aquisição de alvos que as guarnições são treinadas conseguindo atingir padrões OTAN em tempo de destruição e taxa de acurácia.

  • Driver Trainer Simulator (DTS)

O DTS replica a recriação quase fidedigna da estação de condução do motorista com a simulação virtual de condução em um terreno que inclui uma série de incidentes.

Figura 09 – Estação DTS
Fonte: do Autor

O simulador possibilita a total clausura do motorista, aos moldes da realidade dentro do CC, comunicando-se com o instrutor exclusivamente pelo equipamento de intercomunicação.

Os aparelhos adquiridos pelo Brasil não possuem os suportes hidráulicos que transmitem ao equipamento as variações do terreno e tal fato impossibilita a diminuição do número de horas de condução real a ser executada em treinamento.

O principal uso do DTS é no ensino e avaliação dos corretos procedimentos de condução do CC forçando o motorista a se concentrar no terreno à frente, ler os instrumentos do painel a sua esquerda e ainda na seleção elétrica de marchas no seletor à direita, que torna o processo complexo.

Outra ferramenta deste simulador é a possibilidade de atestar categoricamente que o condutor sabe interpretar as panes e falhas apresentadas nas luzes e mostradores do painel e reagir a tais panes em tempos de paz ou guerra, que seria possível unicamente sabotando voluntariamente um tank para produzir tal experiência.

  • Cabin Crew Trainer (CCT)

Simulador de realidade virtual mais complexo do rol adquirido pelo Brasil tal conjunto, apelidado de “geladeiras”, permite o embarque e simulação simultânea ou individual de quatro carros, um pelotão.

Todos os simuladores da família KMW são gerenciados pelo mesmo software IMI fato que facilita o treinamento de operação e criação de eventos para tais equipamentos.

Figura 10 – Cabines “Geladeiras” do CCT
Fonte: do Autor

O instrutor coordena a simulação de uma mesa na qual acompanha os eventos, enfrentamentos e pode fornecer a todos os executantes um preciso relato dos aspectos positivos e negativos e reiniciar o exercício sem que se gaste material, combustível ou coloque em risco a integridade do pessoal.

A interface para o Cmt CC e para o Atdr é a quase recriação do interior do CC com todos os painéis de comando e busca de alvos pontos que somados ao isolamento físico aumentam os níveis de realidade.

O Motorista não possui uma recriação de interface, como ocorre no DTS, ficando menos imerso no exercício em curso, contudo ainda é peça integrante da atividade.

Apesar de ser a estação que melhor recria a experiência de operação dos sistemas das estações de combate conciliado a uma experiência virtual de exercício de tiro e manobra com até quatro CC tal equipamento não contempla a função do Aux Atdr.

Nenhuns dos simuladores, que criam um ambiente virtual, possuem sistemas hidráulicos com vias a recriar movimentos impressos pelo terreno, giro e disparo das armas de torre, entre outros, diferente de alguns aparelhos existentes no Exército do Chile por exemplo.

  • Laser Simulation

Os conjuntos de aparelhos de simulação por laser já existiam na Força Terrestre na forma dos coletes e aparelhos emissores, da empresa Saab, BT-46, que são de posse do Centro de Adestramento Leste (CA-Leste).

A tropa blindada recebeu, “na carona” do projeto Leopard, conjuntos, da mesma empresa, chamados de BT-41 que, quando montados nos carros, tem a função de executar tiros invisíveis, que com a emissão de um laser integram a tripulação e o carro em uma experiência de simulação controlada.

Figura 11 – Componentes principais do conjunto BT – 41
Fonte: 1ºSgt Stefffen

Este equipamento data de meados da década de 80 do século passado e veio para o Brasil sem passar por nenhum tipo de revisão de componentes, contrato de manutenção ou treinamento de uso de tal maneira que demandou um tempo de aprendizagem.

Possui dois modos de funcionamento sendo um destinado ao treinamento de tiros em alvos, para permitir a integração de todos os militares dentro do ambiente do CC engajando alvos sem quaisquer riscos inerentes ao tiro real.

Os alvos recebem o prisma nível instrução, conforme figura 11, e esse reflete as emissões laser informando ao computador integrado ao carro de houve o impacto bem como as distancias, nos eixos cartesianos, do local em que o prisma foi fixado.

Todo o exercício é impresso e interpretado pelos Master Gunners, que a partir do exercício montado conseguem avaliar a conduta da guarnição dentro dos objetivos propostos.

Figura 11 – Unidade de medição montada no tubo do canhão
Fonte: do autor

O segundo modo de funcionamento é chamado de “duelo” em que os tanks que estiverem com o conjunto montado podem se enfrentar em um exercício simulado que os impactos provocam danos e até a destruição parcial ou total do blindado atingido.

Como tais equipamentos vieram “no estado” não está com desempenho completo de funcionamento, tornado o processo de encontrar um conjunto plenamente funcional e um processo de tentativa e erro, tendo uma instalação complexa e trabalhosa.

Existem iniciativas nacionais de modernização desses conjuntos que ainda não passam da fase de protótipo não se estendendo aos conjuntos distribuídos aos RCC e CIBld.

Mesmo esse equipamento não permite a execução de todas as funções dos militares da tripulação posto que o auxiliar do atirador não pode realizar o carregamento do canhão posto que existem cabeamentos ligando o computador aos periféricos instalados no CC.

A emissão de tais lasers do BT-41, diferente do laser rangefinder, é chamado de eye-safe não causando danos aos olhos podendo ser utilizado em treinamentos com poucas restrições neste sentido.

CONCLUSÕES

A adoção do Leopard 1A5 pelo EB foi um dos maiores projetos de blindados levados a cargo pela Força pois contemplou a aquisição dos CC além dos ferramentais de manutenção, simuladores, cursos de especialização, consumíveis e peças de reposição.

Em seus quase 10 (dez) anos em território nacional é notório um salto qualitativo nas estruturas existentes fator que já associa o carro a maioria das propagandas institucionais.

As atuais estruturas combinadas entregam uma experiência de treinamento suficiente de maneira à qualificação dos militares conscritos bem como o treinamento do quadros da Força.

Os simuladores gerenciados pelo sistema IMI, da família KMW, são integráveis, ou seja, podem ser agregados no caso da compra de mais equipamentos aumentando a capacidade de treinamento.

O investimento em compra e manutenção de tais equipamentos é de um montante expressivo inicialmente que se paga em diesel, componentes e peças bem como munição que se economiza ao decorrer dos anos.

Citando novamente a metáfora da betoneira o pleno entendimento do uso e capacidades e, mais importante, das limitações dos equipamentos é fundamental para extrair o máximo dos equipamentos.

Uma máxima sem autor na simulação é que quando ele está desligado o seu custo é pago com juros tendo que seu planejamento seja uso ao máximo de maneira a aumentar habilidades e segurança.

Não se deve pensar que os simuladores vão tornar as novar guarnições menos rustica que as que não se valeram de tais materiais por menos horas em treinamentos de campo, mas sim pensar que os treinamentos de campo tornar-se-ão mais objetivos.

Canhão de carro de combate Leopard 1A5 BR calçado com simulador laser BT46 da Saab (Imagem: Saab via Publicis Consultants)

REFERÊNCIAS

BRASIL. Exército. PPQ 02/2 Programa-Padrão De Instrução Qualificação Do Cabo E Do Soldado De Cavalaria. Brasília, DF, 2001

______. ______.. Portaria Nº088 EME. Brasília, DF, 2007

______. ______. Portaria Nº55 EME. Brasília, DF, 2014.

______. ______. Portaria Nº56 DECEx. Rio de Janeiro, RJ, 2016.

______. ______. EB20-C-07.001: Catálogo de Capacidades do Exército (2015 – 2035) . 1. ed. Brasília, DF, 2015

DEFESA. Ministério. MD 33-M-02 : Manual de Abreviaturas, Siglas, Símbolos e Convenções Cartográficas das Forças Armadas. 1. ed. Brasília, DF, 2008.

EUA. Army. Army Doctrinal Publication 7-0 Training. Washington DC, 2019

KMW. W-753 Equipamento de treinamento, torre sobre suporte móvel, A1 CC Leopard 1A5, A5A1. 2010

______.Manual Table Top Trainer Leopard 1 A5 – Brasil TS247-S17001 Versão: 1.0. 2010

CONCEITO. Simulação. Disponível em: – (<https://conceito.de/simulacaof>) Acesso em: 03 Set. 2019

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Comentários

5 respostas

  1. Interessante.

    O texto demonstra que precisamos agregar mais equipamentos de simulação. Não sei se isso seria exequível visto que os Leo 1A5 deverão serem substituídos por um novo CC e aí que fica a pergunta: o atual sistema de treinamento simulado pode ser atualizado para, por exemplo, o Leo 2A4 caso o EB venha adquiri-lo? Afinal, segundos textos aqui mesmo reproduzidos por Tecnodefesa os atuais CC do EB deverão começar a serem substituídos por volta de 2025.

  2. Isto expressa que dar uma completa guinada de tanks para modelos, diferentes do Alemão, implica na completa substituição do parque de simulação existente. O tank Leopard 2 compartilha do mesmo FCS que o Leopard 1A5 e os simuladores podem ser reprogramados para esse modelo.
    Na modesta visão deste Autor qualquer decisão na linha de mudar o material atual é sacrificar os 10 anos de know how adquiridos

  3. Achei interessante mas pensando para a frente que tipo de equipamento o EB pensa??? o Leopard 1a5BR ja esta ficando defasado diante de carros regionais o processo natural ir para a versão 2 mas quais seriam as opçoes no mercado??e sera que as opçoes lançadas pelo EB seriam as melhores soluçoes???comprar molelos mais antigos 1A3 e modernizar para leo1a5BRplus como se vem falando. Se essa for a opção concordo que tem que atualiar e manter os simuladores e quais seriam as outras opçoes.

  4. Achei interessante mas pensando para a frente que tipo de equipamento o EB pensa??? o Leopard 1a5BR ja esta ficando defasado diante de carros regionais o processo natural ir para a versão 2 mas quais seriam as opçoes no mercado??e sera que as opçoes lançadas pelo EB seriam as melhores soluçoes???comprar molelos mais antigos 1A3 e modernizar para leo1a5BRplus como se vem falando. Se essa for a opção concordo que tem que atualizar e manter os simuladores e quais seriam as outras opçoes.

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