Nos últimos anos, e principalmente nos próximos, haverá um aumento significativo no uso de munições de calibres que variam de 30 a 50 mm para veículos de combate e de transporte de tropas.
Vários são os motivos atrelados a isso.
Na Ásia e Pacífico, com o aumento das ameaças terroristas e de insurgentes em algumas regiões obrigou Exércitos a investirem mais no orçamento militar diante de economias emergentes que então precisam buscar alternativas mais adequadas para o seu cenário sócio econômico.
Na Europa vários países estão adotando em maior escala esses calibres como forma de completar um conjunto de armas para suprir a suas deficiências diante de uma variada gama de ameaças como engajamento contra alvos em posição elevada no combate urbano, aeronaves e drones – o que não pode ser feito com calibre maiores.
Por fim, deve ser levado em conta que a própria Rússia e a China estão adotando esses calibres que são muito superiores ao consagrado .50 polegada. Os veículos de transporte de tropas BPM-97 da Rússia estão utilizando torres com canhões de 30 mm.
Essas armas de menor calibre possuem alcance e letalidade em distâncias de até 3.000 metros que associadas à automatização, múltiplo carregamento de munições, permitem um rápido engajamento e correção imediata do tiro, assim como seleção imediata da munição mais adequada para a situação, conferindo maior eficácia e superioridade no enfrentamento.
Essas novas torres, em geral, são controladas remotamente e são uma realidade em vários cenários de conflitos internacionais.
No Brasil, esse tipo de tecnologia está em desenvolvimento pela ARES com a torre 30 mm TORC30.
Com dois magazines distintos para armazenamento da munição, permite ao combatente escolher a munição mais adequada em função do alvo a bater.
Além disso, seu controle moderno permite a programação de rajadas.
Essa combinação de tipos de munição e rajadas programadas permite a capacidade de engajar diversos alvos diferentes em sequência sem perda de eficácia.
Sua construção permite a elevação da arma até 85º o que a habilita a ser um importante instrumento de proteção para as tropas desdobradas no terreno no combate urbano, mesmo em ruas e locais com elevações muito próximas, e no campo aberto contra ameaças assimétricas utilizando-se de drones ou helicópteros manobrando a baixa altura.
Por outro lado, o uso de munição de menor calibre permite que a plataforma onde a TORC30 estiver instalada possa levar maior quantidade para recarregamento diferentemente das plataformas com torres com armas de maior calibre.
Essa capacidade de engajar uma significativa quantidade de alvos sucessivamente associada ao aumento do raio de ação das viaturas blindadas expande a capacidade ofensiva das tropas operadoras e diminui as necessidades logísticas de remuniciamento e abastecimento, dando mais flexibilidade aos comandos nas mudanças durante as operações.
A TORC30 também pode trabalhar com munição ABM (Air Burst Ammunition) que é muito mais eficiente contra tropa a pé e aeronaves de baixa e muito baixa altitude (helicóptero e drones) do que as tradicionais munições HE dos canhões médios e pesados.
Já é um fato que as torres com canhões de 30mm automáticos embarcados em diversos tipos de viaturas (VBCI, VBR, VBI, VBC) dominam hoje os campos de batalha e se apresentam como a melhor solução para o cenário de guerra atual.