A Estréia do MIG-17 em combate na Guerra do Vietnam! (Filme)

Baseando-se no documentário produzido pela Duy Tan University que foca o primeiro combate aéreo da Força Aérea Popular do Vietnã, acontecido em abril de 1965, o Silver Swallows Studio (Estúdio Andorinhas Prateadas) homenageia com um filme que deverá estrear nos cinemas em abril próximo o Mikoyan-Gurevich MIG-17F, caça russo empregado nas vitórias aéreas obtidas nos dias 3 e 4 de abril de 1965.

Os pilotos da Força Aérea Popular do Vietnã apelidaram os seus reluzentes caças Mikoyan-Gurevich MIG-17F de “Andorinhas Prateadas” (Silver Swallows), pássaros que surgiam em todo o Vietnã com o advento da primavera.

https://www.youtube.com/watch?v=yrmcgM1GKXY

O Combate

No dia 3 de abril de 1965, uma grande armada aérea da Marinha e Força Aérea dos Estados Unidos, voando bem dentro do território do Vietnam do Norte, tinha como alvo a Ponte Ferroviária Thanh Hoa.

A visibilidade era boa em altitudes elevadas, mas abaixo de 5.000 pés havia muitas nuvens.

Pilotos de caça Ases da VPAF. Nguyen Van Bay (7 kills), Nguyen Van Coc (9 kills) e Nguyen Doc Soat (6 kills).

Voando a cerca de 300 metros, dois MiG-17 aproximaram-se sem serem vistos de um par de caças-bombardeiros F-8E que haviam acabado de bombardear a ponte.

Quando o alcance ficou a cerca de 200 metros, o tenente Pham Ngoc Lan abriu fogo, atingindo o avião da Marinha Norte-Americana com vários tiros de 23 mm.

O F-8 atingido entrou em perda e desapareceu do combate, enquanto o ala de Pham, o Tenente Phan Van Tuc, abriu fogo no segundo F-8, que mais uma vez, fez fumaça e desapareceu mergulhando.

Enquanto o Norte reivindicou duas vitórias naquele dia, nenhum F-8 foi abatido, segundo os registros da US Navy.

No entanto, o combate marcou a primeira interceptação realizada pelos MiG-17 do Vietnã do Norte, no que se tornaria a mais longa guerra aérea na história militar americana.

No dia seguinte, verificaram-se dois abates confirmados de jatos de ataque F-105 Thunderchief por jatos MiG-17, apesar da escolta de caças F-100 Super Sabre.

Embora a inteligência dos EUA estivesse ciente da presença do MiG-17 no Vietnã do Norte vários meses antes, as façanhas de abril do caça foram uma surpresa tática.

A maioria dos analistas esperava que os pilotos do Vietnã do Norte continuassem treinando por mais um ano na China e na Rússia (até 1966) antes de buscar algum combate.

Caças Bombardeiros F-105 Thjunderchief atacam a ponte.

Afinal, eles estavam em menor número e equipados com um caça claramente inferior, e segundo o entendimento norte-americano, os pilotos e demais militares norte-vietnamitas não tinham o alto nível de treinamento.

A inteligência, no entanto, julgara mal a mentalidade e a cultura do Vietnã do Norte.

Além disso, as regras americanas de engajamento deram a iniciativa aérea aos norte-vietnamitas.

Em 1965, as forças americanas foram proibidas de atacar as bases aéreas do Vietnã do Norte conhecidas, permitindo que os pilotos norte-vietnamitas treinassem, descansassem e se lançassem em combate apenas quando queriam (iniciativa).

Igualmente importante, a cobertura de radar americana no teatro operacional não alcançava, aquela época, os aeródromos onde os caças norte-vietnamitas estavam baseados, as decolagens dos caças MIG-17 não eram detectadas.

Esses desafios tecnológicos e táticos colocados para os Estados Unidos seriam superados nos anos seguintes, mas enquanto isso não acontecia, os norte-vietnamitas lograram compreender e explorar os padrões operacionais e as regras de engajamento dos norte-americanos.

A Força Aérea Popular do Vietnã (VPAF) foi introduzida no MiG-17 (que carregava a designação da OTAN Fresco) em outubro de 1960, quando 57 de seus pilotos foram despachados para a Base Aérea Son Dong da China para treinamento de conversão.

Shenyang J-5 (MiG-17 ‘Fresco-A’) 1036 of Le Minh Huan, 921st’Sao Do’, April 1965

Essencialmente uma melhoria do MiG-15 empregado com sucesso na Guerra da Coréia, o MiG-17 era um avião de caça subsônico de asa enflechada que entrou em serviço com os soviéticos em 1953.

A variante de produção MiG-17F constituía a maior parte da frota de caças da Força Aérea do Vietnã do Norte em 1965.

O motor Klimov VK-1 fornecia um empuxo máximo de 5.900 libras, dando ao avião uma velocidade máxima de Mach97 a 15.000 pés em uma configuração limpa (sem tanques de combustível ejetáveis ou bombas).

O avião tinha um raio tático de 210 milhas náuticas e um teto de serviço de aproximadamente 47.000 pés.

Embora o Fresco fosse capaz de transportar bombas, os pilotos americanos geralmente o viam em uma configuração ar-ar com um ou dois tanques de combustível externos, que eram ejetados ao entrar em um combate aéreo.

O MiG-17F não tinha radar e não estava equipado para transportar mísseis ar-ar.

O armamento do MiG-17 consistia em um canhão NR-37D de 37mm com 40 tiros e dois canhões NR-23 de 23mm com 80 munições por arma.

A carga de munição do MIG-17F limitava o piloto a sete segundos pressionando o botão de disparo, significativamente menos que caças ocidentais como os americanos F-100 Super Sabre, F-105 Thunderchief e F-8 Crusader.

A técnica para esses aviões envolvia rígido treinamento de tiro em combate aéreo e empregar as armas com ciclo de disparos bem lentos, de modo a economizar munição. Assim, os pilotos de MIG-17 e depois de MIG-19 (que usava armamento similar), entre os norte-americanos, ficaram conhecidos pela denominação “sniper”.

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