CABUL, Afeganistão (27 de março de 2018) – Em 22 de março, a Força Aérea Afegã (AAF) encarregou o seu esquadrão de ataque, equipado com aeronaves Embraer A-29 Super Tucano, para cumprir uma missão, destruir um complexo da guerrilha Taleban na localidade denominada Farah.
Os pilotos de ataque do Afeganistão estavam equipados com bombas guiadas a laser GBU-58, escolhidas para evitar danos colaterais, e desse modo puderam unir a precisão do armamento á estabilidade da plataforma A-29 Super Tucano, com resultados mais que satisfatórios.
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O lançamento resultou em um ataque direto ao longo da rota de uma grande operação de limpeza do Exército Nacional Afegão ou ANA, marcando a primeira vez que a Força Aérea Afegã (AAF) lançou uma bomba guiada a laser em combate, tecnologia escolhida devido à proximidade do alvo em relação a civis.
O sucesso vem apenas três meses após o treinamento da AAF para empregar uma bomba guiada a laser. Os especialistas em armamento da AAF e seus chefes de tripulação carregaram, armaram e lançaram a aeronave com o mínimo de assessoria.
“A peças-chave nessa situação é que a própria Força Aérea Afegã, uma organização que deverá triplicar de tamanho até 2023, está conduzindo mais e mais operações aéreas em apoio direto à ANDSF no campo de batalha. Já são mais de 500 missões a mais do que em 2016 ”, disse o general-brigadeiro Lance Bunch, da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), em uma coletiva de imprensa em dezembro de 2017.
Bunch também notou que as forças afegãs conduziram suas operações de combate entre 2016 e até 2017 requerendo um menor nível de apoio das forças de coalizão, se comparado com os 16 anos de guerra anteriores (desde 2002), mas ainda assim, os afegãos, segundo o militar americano, alcançaram os maiores sucessos militares que já tiveram na luta contra os insurgentes.
Lançar bombas guiadas a laser é apenas mais um capítulo na história de sucesso da AAF.
“Os pilotos afegãos aprenderam seu ofício durante o combate e nossos consultores expandiram suas habilidades em uma abordagem deliberada passo a passo para aumentar a capacidade da Força Aérea Afegã e este recente ataque bem sucedido é um exemplo do sucesso da AAF e da TAAC”, disse o brigadeiro-general Phillip A. Stewart, Assessor de Treinamento, Comando Aéreo de Assistência. “Os pilotos afegãos fazem seu trabalho muito bem e podem fazê-lo em qualquer parte do país.”
Os pilotos da AAF que conduziram a operação decolaram de Kandahar (destacamento de A-29 desdobrado, originados da Kabul Air Wing, na capital). A AAF também ajudou o ANA a destruir equipamentos e outros materiais que o Taleban havia roubado.
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A AAF ganhou a capacidade de realizar ataques aéreos há pouco mais de dois anos; primeiro com o helicóptero de ataque leve Hughes MD-530 em agosto de 2015, seguido pelo Embraer A-29 Super Tucano em abril de 2016. Hoje, a AAF voa cerca de 100 saídas, sendo que pelo menos 10% são missões de ataque com emprego real de armamento.
A capacidade de realizar ataques guiados a laser faz parte do plano de desenvolver uma AAF profissional, capaz e sustentável, dando ao país uma vantagem letal sobre o inimigo.
Mesmo com a capacidade de lançar munições guiadas a laser em combate, essa tecnologia nem sempre é empregada. A AAF é capaz de atingir com sucesso, dentro de um raio de precisão avaliado em dez metros, e sem usar orientação a laser, qualquer alvo no solo. Tudo isso graças a estabilidade da plataforma e a aviônica de ponta instalada no cockpit dos Super Tucanos.
“A maioria dos alvos inimigos no Afeganistão pode ser engajada efetivamente pela Força Aérea Afegã usando armas de precisão”, disse brigadeiro-general Phillip A. Stewart. “A AAF demonstrou repetidas vezes que seus pilotos, usando o A-29 e as habilidades que eles aprenderam com nossos conselheiros e aperfeiçoaram através da experiência de combate, podem lançar armas não guiadas (bombas burras) a 10 metros de seus alvos. Existem certos alvos que exigem bombas guiadas a laser e a AAF mostrou que pode realizar essa tarefa também. ”
Espera-se que o rápido crescimento e treinamento da AAF continuem nos próximos seis anos. Atualmente, são cerca de 8.000 membros de carreira, com 129 aeronaves no total. Isso crescerá para uma força declarada de 11.000 militares e a frota será triplicada como parte dos planos do presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani.