O Boeing 767-300 ER alugado pela Força Aérea Brasileira (FAB), designado C-767 FAB 2900, tocou o solo do Brasil pela primeira vez às 8h25min do último domingo, dia 10 de julho.
A aeronave chegou à Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ), e já está no hangar do Esquadrão Corsário (2º/2º GT), a unidade destacada para operá-la. Uma interceptação de boas vindas foi cumprida por dois caças F-5M do, 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa) sobre a cidade do Rio de Janeiro.
O contrato de locação do avião terá duração de três anos, sendo que poderá ser estendido por mais um. O documento foi assinado há um mês em Washington DC, Estados Unidos e anunciado pelo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, durante comemoração do Dia da Aviação de Transporte no último dia 12 de junho.
Segundo ele, a FAB estava necessitando de uma aeronave que atendesse necessidades de transporte estratégico. Por isso, “alugar o Boeing 767 300ER foi uma opção extremamente viável e usada internacionalmente”.
O Esquadrão Corsário, que ficou três anos sem voar por conta da desativação dos KC-137 (versão militar do comercial Boeing 707) em outubro de 2013, comemorou a chegada do cargueiro aéreo.
A solenidade de recebimento também contou com a presença do comandante-geral de Operações Aéreas (COMGAR), tenente-brigadeiro do ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira.
Primeira tripulação
A bordo do FAB 2900 vieram cinco militares da FAB que estavam desde 1º de julho na cidade de San Bernardino, Califórnia. O grupo trabalhou junto à empresa Pulsar, terceirizada da Colt Aviation e vencedora do processo licitatório, para agilizar o recebimento da aeronave que continua no Rio de Janeiro.
“Acompanhamos a checagem dos motores, da fuselagem e dos equipamentos a bordo. Também foram verificados todos os sistemas de segurança”, explicou o oficial de operações do Esquadrão Corsário, major Grei Santana Gonçalves, que fez parte da comitiva.
Novas capacidades
O novo Boeing 767-300 ER vai retomar a capacidade de transporte aerologístico com grandes cargas e longas distâncias. A aeronave pode transportar até 257 pessoas e possui capacidade para transportar cargas de até 60 toneladas incluindo nos dois porões existentes abaixo do piso da cabine principal, podendo levar uma combinação de carga e passageiros até esse limite de peso.
O volume útil interno total é de 454 m³. Comparativamente, o KC-137 possuía capacidade para cem lugares a menos e toda sua estrutura somava 145 m³ de volume interno útil. Para realizar o trajeto entre Rio de Janeiro e Moscou, na Rússia, por exemplo, o Boeing 767 300ER pode transportar até 23 toneladas de carga.
A partir de agora, a FAB poderá voltar a participar de missões que envolvam a necessidade de transporte de muitas pessoas, cargas pesadas e longas distâncias, da mesma forma como aconteceu com os treze voos entre Brasil e Turquia durante a Guerra do Líbano, em 2006, para repatriação de brasileiros, ou então, como ocorreu com a ajuda humanitária à Tailândia, após o tsunami de 2004.
Ivan Plavetz