A Stefanini, provedora de soluções de negócios baseados em tecnologia, planeja criar uma joint-venture com a israelense Rafael. De acordo com nota distribuída para a imprensa na LAAD 2016, o negócio oferecerá um conjunto de soluções de combate ao crime cibernético e ao terrorismo, além de avançadas soluções de inteligência. A transação ainda está sujeita a aprovação prévia das autoridades de Brasil e Israel.
A Rafael Advanced Defense Systems é uma desenvolvedora de sistemas inovadores, tais como o Iron Dome, sistema antimíssil, sendo responsável por um dos maiores projetos de segurança cibernética em Israel, atuando também em projetos relacionados à área de Defesa no Brasil.
Para o diretor geral da joint-venture no Brasil, Carlos Alberto Costa, além da segurança da infraestrutura de tecnologia e das informações, as soluções terão um foco importante na segurança da automação industrial, especialmente neste momento em que a Internet das Coisas (IoT) é apontada pelas consultorias internacionais como uma das principais tendências tecnológicas para 2016, criando assim a necessidade de novas arquiteturas de segurança para identificar, responder, bloquear e contra-atacar tentativas de invasão aos sistemas corporativos.
De acordo com o Grupo Gartner, haverá mais de 4,9 bilhões de dispositivos conectados à Internet este ano, o que representa um aumento de 30% em relação a 2014. Para os próximos cinco anos, este número atingirá 25 bilhões. Neste cenário, a segurança terá um papel estratégico e, de acordo com a consultoria, mais de 20% das empresas terão até 2017 serviços de segurança digital para proteger os projetos de Internet das Coisas.
Para atender a essa demanda e reduzir o gap que existe em segurança cibernética, a Stefanini, que já trabalha com segurança de infraestrutura, decidiu investir na parceria para levar tecnologia de ponta para o mercado financeiro e para outras verticais, que ainda não possuem a tradição de investir em projetos robustos de segurança para prevenir a invasão de sistemas e vazamento de informações confidenciais.
“Muitas empresas não sabem o que estão perdendo e, por isso, não investem em defesa cibernética. É preciso mudar essa cultura no Brasil e conscientizar as empresas sobre a importância da prevenção. Com as soluções de cybersecurity, conseguimos garantir que os dados confidenciais das empresas sejam preservados, que a linha de produção industrial fique menos vulnerável e que a nossa infraestrutura crítica de energia, água e telefonia não seja paralisada por ataques virtuais”, explicou Wander Cunha, diretor da Business Consulting da Stefanini.
Crimes cibernéticos
Divulgado no ano passado, o estudo da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, afirmou que o aumento do número de crimes cibernéticos tem sido um tema de destaque no cenário de riscos corporativos, tornando-se uma questão urgente para os conselhos empresariais.
O relatório da ONU calcula que as perdas por causa de fraudes on-line cheguem a US$ 3,5 bilhões. Crimes cibernéticos incluem ações não-monetárias, como distribuição de vírus em redes de computador ou roubo de informações comerciais confidenciais ou de identidade. O mesmo estudo citou que o Brasil está entre os cinco países com mais crimes cibernéticos – os outros são Rússia, China, Nigéria e Vietnã.
“Neste momento em que as companhias e instituições brasileiras querem ampliar seus investimentos de segurança, apostamos na parceria com a Stefanini para oferecer o que há de mais moderno em cybersecurity, utilizando nossos avançados sistemas de inteligência e defesa”, disse Ariel Karo, da diretoria de Cyber & Inteligência da Rafael.
Ivan Plavetz