Durante cerimônia de incorporação do Navio Doca Multipropósito (NDM) Bahia na frota da Marinha do Brasil, a presidente Dilma Rousseff ressaltou a capacidade operacional da Força Naval e garantiu recursos orçamentários para a continuidade dos projetos estratégicos de Defesa.
Dilma anunciou que na proposta de revisão da lei orçamentária de 2016, enviada ao Congresso Nacional em março deste ano, foi incluído abatimento na meta de superávit de R$ 3,5 bilhões a serem destinados ao Ministério da Defesa.
“Não podemos descuidar da defesa da nossa soberania, motivo pelo qual é necessário investir sempre e mais na capacitação de nossas Forças Armadas”, disse a presidente. “Mesmo em uma fase de ajuste, temos nos esforçado para dar sequência aos projetos estratégicos das Forças Armadas”, continuou.
A cerimônia de incorporação do NDM Bahia ocorreu no Porto de Salvador (Bahia), a bordo da embarcação, na manhã de ontem (06). Falando para uma plateia composta por oficiais militares, autoridades federais, estaduais e municipais, diplomatas e jornalistas, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, agradeceu à presidente da República o reconhecimento de seu governo à agenda de defesa.
“Em nome do Ministério da Defesa, quero registrar meu agradecimento pela presença e por esse gesto que reconhece a agenda de defesa como prioridade na agenda do Brasil”, afirmou o ministro. Rebelo ressaltou a capacidade do Bahia. “O navio oferece à Marinha do Brasil várias opções de operações essenciais em defesa naval, em transporte de tropas e de equipamentos e pode se converter em navio hospital. Então a Marinha passa a ter um instrumento importante para ampliar a sua capacidade de operações com equipamento potente moderno e de emprego variável”, disse.
Em discurso, o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, afirmou que a incorporação do NDM Bahia “reafirma a capacidade de projeção de poder, de controle de áreas marítimas afastadas do litoral e de defesa das atividades econômicas na Amazônia Azul”. Ele também acentuou a capacidade do navio em missões de caráter humanitário, auxílio a desastres, apoio à Defesa Civil e a operações internacionais de paz.
Durante o evento, o governador da Bahia, Rui Costa, entregou a bandeira da Bahia ao comandante do NDM Bahia, capitão-de-fragata Luís Felipe Monteiro Serrão. Em seguida, a presidente e o ministro da Defesa descerraram a placa de inauguração da embarcação.
Projetos estratégicos
A presidente Dilma destacou a versatilidade do Navio Bahia. “Com este navio, reforçamos o poder naval em atividades típicas do nosso governo e em ações de caráter humanitário e de auxílio a desastres. A versatilidade deste navio é compatível com as diversidades das tarefas que a Marinha executa”, afirmou.
Segundo a presidente, a Marinha tem papel fundamental nas atividades de proteção das águas jurisdicionais, em missões internacionais de paz, em ações de Garantia da Lei e da Ordem, em atividades da defesa civil, como ocorreu após o rompimento da barragem de rejeitos minerais em Mariana (MG). “Dentro dessa longa lista de atividades, fica fácil compreender a importância do investimento para incorporar o navio. É um merecido e necessário reforço à capacidade operacional da nossa força naval”, disse.
Em seu discurso, Dilma defendeu a continuidade dos projetos estratégicos de defesa como essencial para o País. “O Brasil é um país de dimensões continentais e riquezas extraordinárias, cuja defesa precisa ser aprimorada continuamente”. Segundo ela, o governo se esforça diuturnamente para superar o cenário fiscal “sem sacrificar projetos que são fundamentais para a retomada do desenvolvimento e para o futuro do Brasil”.
Como projetos estratégicos, Dilma citou o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), o programa Gripen, o projeto KC 390, o programa nuclear e de desenvolvimento do submarino nuclear e o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). “Temos que investir nas Forças Armadas que a cada dia se mostram mais eficientes e profissionais no cumprimento de suas funções”.
Ivan Plavetz