A BAE Systems deu um passo importante no desenvolvimento de soluções de ataque de baixo custo com o uso de aeronaves não tripuladas (“uncrewed air system” – UAS). Pela primeira vez, a empresa realizou com sucesso o lançamento de uma munição de precisão a partir de uma aeronave multirrotor, atingindo alvos aéreos e terrestres durante testes nos Estados Unidos.
A operação utilizou um TRV-150 (versão modificada do drone Malloy T-150) equipado com o kit de guiagem a laser APKWS, tecnologia desenvolvida pela BAE Systems que transforma foguetes não guiados em munições de precisão. Esta foi a primeira vez que o APKWS foi empregado em um engajamento ar-ar a partir de um sistema aéreo não tripulado.
A tecnologia já é amplamente utilizada por aeronaves como os caças F-16, F/A-18 e o helicóptero Apache, e agora demonstra sua versatilidade também em plataformas não tripuladas. Os testes reforçam o potencial do sistema como solução eficaz, acessível e multifuncional para forças que enfrentam tanto ameaças convencionais quanto drones hostis.
“Os sistemas não tripulados têm ganhado espaço nos arsenais modernos, e mostramos que essa tecnologia pode ampliar a vantagem tática das tropas no campo de batalha”, afirmou Anthony Gregory, diretor de Desenvolvimento de Negócios da FalconWorks, divisão de inovação da BAE Systems. “Conseguimos avançar rapidamente no desenvolvimento de uma solução com excelente desempenho a um custo significativamente menor do que os meios tradicionais”.
Os testes foram realizados na área de testes da base de Dugway do Exército dos EUA, em Utah, com o TRV-150 adaptado para requisitos logísticos do Corpo de Fuzileiros Navais. A integração do kit APKWS à plataforma foi conduzida por engenheiros da BAE Systems no Reino Unido, e os resultados superaram as expectativas: todos os disparos atingiram os alvos com precisão.
Para Greg Thompson, presidente da SURVICE Engineering, empresa responsável pela integração dos drones Malloy no mercado americano, os testes demonstram o potencial do sistema: “O TRV-150 foi originalmente projetado para transporte logístico em zonas de combate, mas sua adaptação para missões ofensivas mostra como ele pode ser um ativo versátil, combinando funções de ataque e defesa em um único sistema. Isso representa um divisor de águas.”
A demonstração bem-sucedida reforça a viabilidade de empregar drones de médio porte com capacidade de engajamento aéreo e terrestre em operações de linha de frente. A equipe envolvida no projeto — formada por especialistas do Reino Unido e dos EUA — agora trabalha para integrar recursos autônomos e preparar o sistema para uso operacional.
Fonte: BAE Systems