A Força Aérea Brasileira (FAB) vai enviar, no dia 29/11, um foguete suborbital ao espaço. Durante a Operação Potiguar, ativada na segunda-feira (18/11), um veículo de sondagem será lançado do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim (RN), e cruzará a atmosfera terrestre.
A iniciativa, dividida em duas fases, amplia a capacidade da FAB e contribui para o aumento da autonomia do Brasil na atividade. Atualmente, essas demandas, que envolvem veículos orbitais e suborbitais, são atendidas na unidade da FAB em Alcântara (MA), que já possui 85% de sua capacidade empenhada para 2025.
De acordo com o diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), tenente-brigadeiro do ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, a realização da primeira fase da operação é parte da estratégia do DCTA de ampliar a capacidade de lançamentos espaciais em apoio ao Programa Espacial Brasileiro (PEB), aproveitando-se da infraestrutura do CLBI. “Com isso, o país poderá atender à crescente demanda mundial por lançamentos suborbitais para a realização de experimentos científicos e tecnológicos, como é o caso do Programa de Microgravidade da AEB (Agência Espacial Brasileira), que também integra a Operação Potiguar”, complementa.
Com foco em monitorar e acompanhar foguetes e satélites em voo, o CLBI coleta dados sobre trajetória, desempenho e funcionamento de veículos e cargas úteis. A operação representa um salto para a organização potiguar, que reativará sua capacidade de atuar com lançamentos suborbitais e poderá concorrer à crescente demanda do segmento.
Nesta primeira fase, a Operação Potiguar fará o lançamento de um VS30. O modelo, de oito metros de comprimento e quase uma tonelada de combustível sólido, será utilizado para treinar a equipe do CLBI, assim como verificar equipamentos e processos envolvidos na atividade. Dessa forma, espera-se que o foguete cumpra a trajetória, dentro da dispersão prevista, e que os sistemas de telemetria e resposta radar funcionem corretamente durante todo o voo.
Já na segunda fase, prevista para ocorrer no segundo semestre de 2025, o CLBI vai usar outro foguete de mesmo modelo para qualificar o sistema de recuperação da parte superior do veículo, conhecida como plataforma suborbital de microgravidade (PSM). Essa parte é composta por um compartimento para experimentos e diversos sistemas eletrônicos que interagem com a carga útil.
Com o término da operação, o Brasil deve conquistar maior autonomia em eventos de lançamento de veículos suborbitais. Na prática, isso significa que o país será capaz de lançar um experimento, fazer todas as coletas de dados e recuperar a carga útil enviada ao espaço.
VS30 V15
O VS-30 é um foguete de sondagem, monoestágio, não-guiado e lançado por meio de trilho. É composto por um estágio propulsivo, com quase uma tonelada de combustível sólido, e, ainda, pela plataforma suborbital de microgravidade (PSM). O veículo de sondagem, que foi projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), pode alcançar altitude máxima de pouco mais de 150 quilômetros, com uma velocidade máxima de seis mil km/h.
Centro de Lançamento da Barreira do Inferno
O CLBI foi criado em 1965, mesmo ano em que ocorreu o lançamento do primeiro foguete a partir de Parnamirim (RN). Até hoje, mais de três mil lançamentos, divididos em 655 operações, ocorreram nas plataformas do Centro.
Subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o CLBI se mantém focado na atividade de rastreamento. Com a Operação Potiguar, a FAB reativa a operação de foguetes suborbitais no Rio Grande do Norte (RN), passando a atuar, também, no lançamento, na coleta de dados e, por fim, na recuperação da carga útil.
Texto: Tenente Kelly / Agência Força Aérea
Fotos: Sargento Mônica / CECOMSAER
Respostas de 3
nota boa
creio que já possuímos capacidades de desenvolver mísseis balísticos!!
Em 1982 a 1983 quando fui soldado do CTA, de SJC, conheci no ITA, o VLS, e tive o prazer de ser fotógrafo do Sidom/seção foto. A tecnologia desenvolvida no CTA, me fez ver como o Brasil tem potencial incrível de desenvolvimento. Eu tive o prazer e tenho orgulho de ter participado do projeto Alcântara, recebendo meus colegas de farda do Maranhão. obrigado a todos da Força Aérea do Brasil.