Santiago Rivas
O portal estadunidense Breaking Defense publicou ontem, dia 11 de outubro, um artigo informando que a empresa L3Harris Technologies e a Embraer não estão mais trabalhando juntas no projeto para lançar o C-390 Millennium como substituto do Boeing KC-135.
As duas empresas firmaram parceria em 2022 para desenvolver uma variante do cargueiro equipado com sistema de lança, para que pudesse servir como substituto da frota de reabastecedores da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF).
“Acho justo dizer que a parceria L3 não existe mais para o agile tanker”, disse Bosco da Costa Jr., vice-presidente de defesa da Embraer, em entrevista ao portal. “Eles decidiram não avançar por causa de outras prioridades”.
“Acho que eles [L3Harris] são muito a favor do caso [de negócios] e gostariam de atuar [como] um grande fornecedor neste negócio potencial, mas acho que, considerando outras prioridades que eles têm, eles decidiram não mudar e não investir nesta associação”, disse da Costa. De acordo com o portal, a L3Harris não quis comentar o assunto.
Apesar desta situação, a Embraer mantém as suas ambições de se tornar um grande player nos Estados Unidos, seja como “contratante principal, seja em conjunto com outras empresas, e até [através de] fusões e aquisições”, segundo da Costa. Isso inclui a capacidade de agir sozinho como um elemento importante para um programa acelerado de navios-tanque, denominado Sistema de Reabastecimento Aéreo de Próxima Geração (Next Generation Air Refueling System – NGAS).
A Embraer respondeu a um recente pedido de informações do programa NGAS como potencial contratante principal para o programa, mas a empresa está explorando “vários outros tipos de estruturas comerciais” e está discutindo com várias grandes empresas de defesa dos EUA sobre oportunidades de contratos, disse Costa.
“Procuramos alguém que possa agregar valor ao nosso case, fornecer algumas capacidades que a Embraer não tem”.
Quando a parceria com a L3Harris foi anunciada, a Força Aérea ainda perseguia uma estratégia de reabastecimento em três frentes, conhecida como KC-X, KC-Y e KC-Z. A força abandonou agora esse plano em favor de uma possível compra limitada de aviões-tanque prontos para uso para substituir os antigos KC-135, que seriam seguidos pelo avião-tanque NGAS.
O fracassado programa de substituição da frota KC-135, enquanto a USAF descomissionou o KC-10, levou à revisão de todo o programa, onde a Embraer pode encontrar uma oportunidade se puder oferecer um KC-390 com o sistema de lança, apesar de seu menor custo, capacidade de combustível em comparação com o KC-46.
“O que estamos tentando preencher é uma lacuna que a Força Aérea dos Estados Unidos tem agora com uma aeronave pronta”, disse da Costa. “Então é isso que estamos tentando lançar, de certa forma, para preencher o vazio agora. Para adicionar recursos agora”.
