Comunicação tática criptografada de dados e voz são demonstradas na interação entre estação de comando e controle e caças da Força Aérea Brasileira (FAB), embarcação da Marinha do Brasil (MB) e vetores de solo, demonstrando interoperabilidade entre as Forças.
A AEL Sistemas, em colaboração com a FAB e a MB, iniciou, na segunda-feira, 19 de agosto, uma campanha de ensaios em voo inédita para demonstrar a robustez e estabilidade do Sistema Link-BR2 durante uma sequência de voos de testes entre aeronaves e estações de comando e controle (C2).
Os testes, que acontecem no Rio Grande do Sul, fazem parte da fase final de integração do sistema e representam um marco significativo na evolução das comunicações militares no Brasil, destacando a excelência tecnológica e a sinergia entre as Forças Armadas.
Os ensaios simulam cenários operacionais, verificando a compatibilidade de consciência situacional, através do compartilhamento de dados em altas taxas e em tempo real. O teste confronta as informações lidas através de sensores das aeronaves F-5M e apresentadas no cockpit do piloto, com os dados por ele compartilhados e lidos pela segunda aeronave e a estação de C2. O objetivo é validar que todos os participantes da rede compartilhem o mesmo Quadro Operacional Comum (“common operational picture” – COP), ou seja, que visualizem o mesmo contexto em uma operação.
Concomitantemente, foi verificada a voz digital segura do Link-BR2, um salto na qualidade das comunicações, apresentando clareza e qualidade da comunicação entre os participantes da rede Link-BR2. “Esta campanha evidencia o nível de maturidade atingido pelo sistema, onde, baseado nos requisitos da FAB para prover uma comunicação rápida e segura, todos os membros terão acesso a uma eficaz troca digital de dados. A resultante é habilitar a FAB e as demais Forças a operarem no conceito de Guerra Centrada em Rede (“network centric warfare – NCW), integrando os diversos domínios e garantindo uma vantagem estratégica no cenário de combate”, como explica o coronel-aviador R1 Fernando Mauro Medardoni, gerente operacional do Link-BR2 na AEL Sistemas.
A campanha tem por objetivo ainda, verificar limites de alcance do sistema, evidenciando a versatilidade e compatibilidade do sistema quando empregado em um país do tamanho do Brasil.
INTEROPERABILIDADE
Os voos também demonstraram a possibilidade de interoperabilidade entre as Forças, por meio da troca de mensagens táticas entre o data Link STERNA (Sistema Tático de Enlace de Radiofrequência Naval), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM) e o Link-BR2, empregando o Multi Data Link Processor (MDLP), desenvolvido pelo Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV). A partir do rebocador de alto-mar Tritão (R21), situado na região do 5º Distrito Naval em Rio Grande (RS), os militares embarcados puderam compartilhar sua consciência situacional com o Sistema Link-BR2, em Canoas (RS), e vice-versa. Além disso, foi possível que os militares presentes na embarcação tivessem a visualização dos dados dos sensores das aeronaves, bem como da síntese regional dos radares de vigilância terrestre da Força Aérea. Isto possibilitou que todos os participantes do cenário compartilhassem a mesma figura operacional conjunta.
Vetores terrestres foram adicionados à demonstração de capacidade, onde participantes de um cenário operacional localizados no solo, foram incluídos à rede tática do Link-BR2, fazendo com que o vetor terrestre pudesse trocar mensagens com os vetores aéreos e navais, compartilhando o mesmo quadro operacional comum estabelecidos pelos demais domínios formando uma rede multidomínio interforças, transmitindo informações táticas do campo de batalha.
“A campanha, acrescida da demonstração de capacidade, salienta a prontidão tecnológica do Brasil em liderar o desenvolvimento e integração de soluções focados na Guerra Centrada em Redes (NCW – Network Centric Warfare) e demonstrou a viabilidade da integração de sistemas desenvolvidos no Brasil, no âmbito do Ministério da Defesa, como o Link-BR2, STERNA e MDLP, desenvolvidos pela Força Aérea Brasileira e Marinha do Brasil. Além disso, em breve, o cenário poderá contar também com o RDS-Defesa, desenvolvido pelo Exército Brasileiro”, esclarece Leonardo Vegini, diretor de C4I da AEL Sistemas.
LINK-BR2
O Link-BR2 é um sistema de C4I (Comunicação, Comando, Controle, Computação e Inteligência) tático desenvolvido pela AEL Sistemas para a FAB, projetado para oferecer comunicação, comando e controle de forma segura, confiável e interoperável em ambientes operacionais de alta complexidade. O Link-BR2 utiliza criptografia no estado da arte para proteger as informações e garantir que elas sejam acessíveis apenas a usuários autorizados. O sistema suporta múltiplos modos de comunicação, incluindo voz e dados, e foi projetado para operar eficazmente em condições adversas, como um cenário de batalha. O sistema foi desenvolvido pela AEL Sistemas em parceria com a Kryptus Defesa e Segurança e a Aeromot Aeronaves. O Link-BR2 também se encontra em fase final de integração com a Aeronave F-39 Gripen em parceria com a empresa Sueca Saab.
Fonte: FSB Holding / AEL Sistemas
Respostas de 9
Que bacana.
Muito orgulho dessa equipe
Muito inteligente deixar a comunicação sigilosa nas mãos de uma empresa estrangeira.
braziuziuziu
Isso os cabeças-brancas mais inteligentes que você e eu, que vão pra casa com salário integral e 8 remunerações brutas, não enxergam…
O LinkBR2 foi concebido em outros tempos e ficou obsoleto comparado com outros enlaces usados no Brasil, como por exemplo os datalinks usados pelas forças de segurança pública
Em se tratando de arquitetura, sem dúvida.
Mas o projeto passou por atualizações (vou tentar achar o link depois) que trouxeram melhorias no conceito.
Referente aos requisitos (que ainda são atuais e vão agregar muito as FA), o projeto atende bem.
Parabéns para essa equipe tão eficiente trabalhando em um projeto tão importante para as forças armadas do Brasil.
Meu orgulho pela participação de meu filho nesse projeto tão importante para o Brasil
Estamos a vários anos elaborando o link br2 e agora que estamos concluindo ouço a palavra absoleto. Não entendo nada da área, mas não conheço nada que seja feito de um dia para o outro e que não possa ser melhorado, somente mais estudo/investimento, isto é conhecimento.