Por Paulo Roberto Bastos Jr e Roberto Caiafa
A IVECO realizou, na última sexta feira, cerimônia de entrega simbólica do 100º VBTP-MSR 6×6 Guarani ao Exército Brasileiro (EB). A solenidade, realizada na fábrica da empresa em de Sete Lagoas (MG), teve a presença do ministro da Defesa, Celso Amorim; do comandante do Exército Brasileiro, general-de-exército Enzo Martins Peri; do chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, general-de-exército José Carlos de Nardi; do chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, general-de-exército Sinclair J. Mayer; do chefe do Estado-Maior do Exército, general-de-exército Adhemar da Costa Machado Filho; do Chefe de Assuntos Estratégicos do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, general-de-exército Menandro Garcia de Freitas; do secretário-geral do Ministério da Defesa, Ari Matos; do secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Murilo Marques; do general-de-brigada Luiz Felipe Linhares Gomes, chefe do Escritório de Projetos do Exército; Vilmar Fistarol, presidente da CNH Industrial para a América Latina; o presidente mundial da Iveco Veículos de Defesa, Roberto Cibrario; Giovanni D’Ambrosio, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da divisão de Veículos de Defesa da Iveco na América Latina; Marco Antônio Castello Branco, presidente do Conselho da Indústria da Defesa e Compras Governamentais da Fiemg; demais autoridades e convidados.
A Viatura Blindada de Transporte de Pessoal – Média Sobre Rodas (VBTP-MSR) 6×6 Guarani é um programa estratégico do EB, e visa ampliar a mobilidade e poder de choque das brigadas de cavalaria blindada e infantaria mecanizada com o emprego de armamentos e tecnologias de ponta. O carro é anfíbio, protegido contra disparos de fuzis e metralhadoras e capaz de sobreviver a ataques com IEDs ou RPGs (dispositivos explosivos improvisados e granadas propelidas por foguete), os atuais flagelos dos blindados sobre rodas. O carro emprega sofisticada eletrônica embarcada e navega por GPS, possui proteção interna contra estilhaços (spall liner), ar-condicionado e bancos especiais que protegem os tripulantes no caso de explosões. Pode levar um Grupo de Combate (GC) completamente equipado, ou morteiros, ou ser armado com diferentes sistemas de armas de 7,62 mm, 12,7 mm e 30 mm, instalados em torretas estabilizadas e remotamente operadas, ou torre de operação manual e mais simples.
O Guarani vem despertando o interesse de potenciais compradores na América do Sul e na África, tendência verificada durante a Eurosatory 2014. O seu desenvolvimento prevê o projeto e fabricação de versões maiores, 8×8, armadas com canhão de 105 mm capazes de disparar munições inteligentes e mesmo mísseis guiados anticarro. A IVECO já conseguiu chegar a mais de 80% de nacionalização de componentes da versão básica, e capacitou diversos fornecedores brasileiros para trabalharem no programa. A fábrica de Sete Lagoas, tida como uma instalação fabril de alta tecnologia, pode entregar até 200 carros por ano, mas vem trabalhando com uma razão de produção de cerca de 90 veículos\ano. O Lote de Experimentação Doutrinária (LED), composto por 128 veículos, está praticamente pronto, e na visita a fábrica, foi possível verificar que a IVECO já começou a fabricar unidades para além dos números do lote doutrinário. No entanto, ainda não foram assinados os contratos de encomenda desses novos Guarani, causando uma certa insegurança no mercado, especialmente aos fornecedores nacionais, que investiram pesado na adequação de procedimentos para a produção de artigos militares catalogados e necessitam de escala (encomendas) para não comprometerem suas linhas de produção.
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Atento as inseguranças externadas por empresários e investidores nos recentes eventos do setor de Defesa em que tomou parte, Celso Amorim foi claro no seu discurso “O Guarani é um projeto estratégico fundamental no processo de renovação pelo qual está passando o Exército Brasileiro, e a sua inclusão no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) garante uma continuidade no repasse dos recursos necessários, podem ocorrer atrasos pontuais, mas o Projeto Guarani tem sua continuidade assegurada, independente de quem vier a ser eleito (ou reeleito) para ocupar a Presidência da República”.