Com sede em Taubaté, o 2º Batalhão de Aviação do Exército é uma unidade extremamente versátil da Aviação do Exército que cumpre um grande leque de missões que vão do assalto aeromóvel, transporte de tropas, de pessoas, de cargas, lançamento de paraquedistas até a busca e salvamento, dentre outros. Entrevistamos o seu comandante, o tenente-coronel Anderson Rocha da Costa Pereira, que comentou sobre o atual momento do Batalhão.
O 2º Batalhão de Aviação do Exército tem a sua origem em 17 de agosto de 1993 na Base de Aviação de Taubaté, no interior do estado de São Paulo, como 2º Esquadrão de Aviação do Exército, seguindo a organização adotada à época pelo então recém-criado Comando de Aviação do Exército (CAvEx).
O seu material e pessoal foi oriundo de uma das Companhias de Helicópteros de Manobra do antigo 1º Batalhão de Helicópteros, extinto em agosto de 1993. A unidade iniciou as suas atividades em 10 de fevereiro de 1994 operando com o AS.365K Pantera e subordinada ao antigo 1º Grupo de Aviação do Exército, que foi extinto em 1997.
A partir de então, a sua subordinação passou a ser direta ao CAvEx.
Em 2002, a unidade recebeu um reforço na frota com a chegada dos primeiros AS.532UE Cougar, novos de fábrica e, em 2005, o 2º Esquadrão foi elevado à Batalhão de Aviação do Exército.
Ao longo de sua história, atuou em operações e situações relevantes como no apoio às vítimas das enchentes em Petrópolis (2011); Operação Rio+20 (2012); visita do Papa Francisco (2013); Jornada Mundial da Juventude (2013); Copa das Confederações (2013); cheias do Rio Madeira na Bolívia (2014); Copa do Mundo (2014); Operação ‘São Francisco’, a desocupação do Complexo da Maré (2014); combate às queimadas na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro (2014); no acidente com a barragem de Mariana (2015); nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos (2016); na Intervenção Federal no Rio de Janeiro (2017 e 2018); e no acidente com a barragem de Brumadinho (2019).
Hoje, o Batalhão é composto pela 1ª Esquadrilha de Helicópteros de Emprego Geral com o AS365K2 Pantera, pela 2ª Esquadrilha de Helicópteros de Emprego Geral com o AS.532UE Cougar, pela Esquadrilha de Manutenção e Suprimento e pela Esquadrilha de Comando e Apoio.
O tenente-coronel Anderson Rocha da Costa Pereira é oficial da Arma de Cavalaria, ingressou no Exército Brasileiro em 1996 e foi declarado aspirante em 2000. O seu ingresso na Aviação do Exército aconteceu em 2004 tendo servido no 2º BAvEx e no 3º BAvEx. No total, possui mais de 1.500 horas de voo nas aeronaves HA-1 Esquilo, HM-1 Pantera e HM-1A Pantera K2.
Tecnologia & Defesa – Qual é o leque de missões do 2º BAvEx e qual é o seu cenário operacional?
Tenente-Coronel Anderson Rocha da Costa Pereira – O nosso foco está no uso de aeronaves de emprego geral para o transporte de tropas, de cargas e de pessoas. Para isso, sempre necessitamos para a nossa segurança, num cenário operacional, da escolta das aeronaves de ataque da AvEx, no caso, os Fennec AvEx. As nossas ameaças, no campo de combate, são as armas antiaéreas, os sistemas antiaéreos de maneira geral, por isso voamos baixo, dentro do compartimento do terreno com as aeronaves juntas para evitar essa ameaça.
Também realizamos missões de busca e salvamento em qualquer cenário que se faça necessário.
T&D – Como está organizado o 2º BAvEx?
Costa Pereira – Nós temos a maior frota das aeronaves HM-1A Pantera K2 da AvEx, são 18 exemplares ao todo. Além disso, contamos com quatro HM-3 Cougar, tipos maiores e com mais capacidade de carga. Cada modelo está organizado dentro de uma Esquadrilha de Helicóptero de Emprego Geral. Há ainda a Esquadrilha de Manutenção e Suprimento que é a responsável pela manutenção de segundo escalão, já que a de primeiro escalão é feita pela subunidade de helicóptero. Já a Esquadrilha de Comando e Apoio tem o pessoal de comunicação, busca e salvamento, administrativo e outros.
T&D – Qual é a área de atuação do 2º BAvEx?
Costa Pereira – A AvEx está distribuída pelo Brasil em algumas regiões. O 3º BAvEx está subordinado ao Comando Militar do Oeste, enquanto o 4º BAvEx ao Comando Militar da Amazônia e, mais recentemente, o Destacamento de Aviação do Exército ao Comando Militar do Norte. Esses três comandos cobrem nove estados e possuem BAvEx ou o Destacamento dedicado. Já os demais comandos – Leste, Nordeste, Planalto, Sul e Sudeste são atendidos pelas unidades de Taubaté, ou seja, o 1º e 2º BAvEx.
Porém, em operações, ou para atender a uma calamidade pública, por exemplo, os Batalhões podem reunir meios aéreos para atender à demanda necessária. Significa que helicópteros ou tripulações de vários Batalhões podem atuar de maneira integrada e coordenada em um mesmo ambiente operacional.
T&D – Mais recentemente temos visto tripulações operando com uma série de equipamentos de uso pessoal e de proteção. Isso se deve a alguma mudança doutrinária?
Costa Pereira – Isso acontece com uma grande frequência. Na Intervenção Federal no Rio de Janeiro e fazendo o estudo de operações de outros países, nós percebemos que o militar precisa fazer a sua autodefesa em todo o momento da missão. Na eventualidade de uma pane que obrigue a tripulação a realizar um pouso de emergência, ou caso o helicóptero seja alvejado, quando em solo, a tripulação terá que realizar a sua própria proteção.
Além da pistola, que é uma defesa muito aproximada, o fuzil permite a autoproteção de uma ameaça que esteja a maior distância, seja o tripulante portando o fuzil de calibre 5,56mm ou 7,62mm.
Dependendo do tipo de operação, os pilotos e mecânicos portam o seu próprio armamento.
T&D – Qual é a relação de missões realizadas no período diurno e noturno e aquelas usando óculos de visão noturna?
Costa Pereira – Nos últimos anos nós temos voado mais no período noturno com óculos de visão noturna. Claro que o nosso adestramento é feito mais no período diurno, mas nós estamos aumentando os voos noturnos, isso tem se tornado cada vez mais comum. Essa relação está se aproximando de ser metade das missões sendo feitas durante o dia e a outra metade de noite.
Hoje, nos adestramentos de emprego em situação de combate, nas operações, nós temos atuado na parte noturna, em quase a sua totalidade.
T&D – Como será o processo de desativação do HM-3 Cougar?
Costa Pereira – Todas as aeronaves HM-3 Cougar que atingirem a necessidade de grande inspeção, a chamada Golf, serão desmontadas e os seus equipamentos e peças aproveitáveis serão usados como suprimento logístico para manter os demais HM-3 em condições de voo. A previsão é que a frota permaneça em torno de cinco anos em operação até ser totalmente retirada de serviço.
Respostas de 2
A dotação de 18 HM-1 coincide com a portaria de redistribuição da AvEx de 2022. Em outubro de 2023, nova portaria retira 2 HM-1 do 2⁰ BAvEx e 1 HM-1 do 4⁰ BAvEx e os destina ao Destacamento da AvEx em Belém. Provavelmente, logo logo a dotação de HM-1 do 2⁰ BAvEx passará a ser de 16 células, conforme determina a portaria de outubro passado.
bravos rapazes,Duque de Caxias é exemplo de tenacidade e amor ao Brasil
Continuem firmes.
nós,Macons brasileiros confiarmos em vocês