Através do jornalista Francisco Ferro, inicialmente com a co-irmã revista Segurança & Defesa e, depois, a nossa Tecnologia & Defesa, desde 1991, foram os primeiros e pioneiros veículos de imprensa no Brasil a mostrar, sob um ângulo diferenciado de grandes crimes ou tragédias, o trabalho dos policiais e bombeiros sob aspectos como formação, distribuição territorial, equipamentos, etc. Eram focados ainda temas como o papel de bombeiros voluntários, guardas civis municipais, bombeiros civis no contexto da segurança patrimonial e como agentes primeiros, os quais já estavam no local da ocorrência, antes da chegada do bombeiro público em caso de um sinistro.
Atualmente, graças a Internet, existem inúmeros canais no YouTube, que cumprem esse papel, beneficiados pelo baixo custo, rapidez e dinamismo das imagens: “nada como aparecer na TV, no computador ou no celular”. Mas, tudo bem, alguns desses canais são realmente de excelente qualidade e temos que nos render à tecnologia. Porém, vejamos uma ironia do destino!
Hoje, domingo, dia 12 de novembro de 2023, por volta de l2:30 e 13:00 horas, algumas explosões aconteceram na rede elétrica em Presidente Altino, um tradicional bairro de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, seguidas de um faisqueiro que não parava. Isso aconteceu exatamente em frente ao prédio onde funciona a redação principal de Tecnologia & Defesa.
Muito bem, o pessoal que estava lá trabalhando visando à próxima edição (para jornalistas não existe finais de semana) chamou o Xyko Ferro que prontamente acorreu ao local dos fatos (usando a linguagem policial). Chegando, ele viu que havia fogo, embora a energia elétrica se mantivesse. Mas, o fogo estava nas hastes perpendiculares de madeira bruta que sustentam os fios de alta tensão, no alto dos postes. Rapidamente, ele, um velho bombeiro da Força Aérea nos anos 70, explicou para a vizinhança o que estava ocorrendo, disse as precauções a serem tomadas, como não usar água e que ficassem prontos para uma evacuação em caso daquele fogo se alastrar. Ao mesmo tempo, acionou o Corpo de Bombeiros.
Este acionamento foi por volta de 13:45 hs. Após aquele exagerado interrogatório por parte da atendente do 193, o Xyko passou todo o quadro, não havia ninguém machucado mas havia fogo e o perigo existente pois a rede elétrica estava muito próxima do prédio e sobre um restaurante (fechado aos domingos). E ficou por ali orientando os transeuntes a se desviarem para longe devido ao perigo de os fios serem atingidos e caírem ao chão.
Logo, os donos do restaurante chegaram e o ajudaram nesta tarefa. E continuava a espera pela Cavalaria, ou seja, os bombeiros. Mais de hora passada, o celular do Xyko tocou e era do Corpo de Bombeiros (talvez porque o número dele tivesse ficado gravado como o primeiro a acionar o socorro). O bombeiro (já não era mais a atendente), perguntou se tinha sido um curto-circuito e o Xyko respondeu o que sabia. O bombeiro sentenciou, então, que era um problema da companhia de energia elétrica e que eles nada fariam, mesmo sabendo da existência de fogo, conforme o Xyko insistiu.
Em resumo, até agora, finalmente, nada de mais grave aconteceu, apesar de estarmos sem energia elétrica, com enormes prejuízos para os comerciantes da área de bares e restaurantes locais. Mas não apareceu por aqui sequer uma simples viatura, daquelas de transporte simples de pessoal, para dar uma olhada. Sem bombeiros e sem companhia de energia elétrica, jogados à própria sorte, algo comum no Brasil de hoje.
Especificamente quanto ao Corpo de Bombeiros (pois a ENEl já se sabe como [não] funciona), uma decepção com o pouco caso. Os bombeiros paulistas são uma referência internacional quanto ao profissionalismo, formação, técnicas e equipamentos, junto a uma história da qual não se pode dissociar os heroicos desempenhos nas terríveis tragédias de Vila Socó, em Cubatão, os edifícios Andraus, Joelma e Grande Avenida e muitos outros.
Por outro lado, parece que o progresso tecnológico esqueceu-se de trazer a reboque o espírito do que é ser bombeiro; o espírito de homens como o tenente-coronel Caldas, coronel Flores, sargento Cassaniga (do COE, mas que passou pelo bombeiro) e tantos outros verdadeiros heróis de verdade!
Respostas de 7
Esse quadro é um resumo do funcionalismo público neste país: ineficientes e apegados com todas as forças à burocracia
Prezados camaradas do Tecnodefesa!
Vou com o relator e o camarada Douglas, pois esse igualmente é o retrato falado do serviço de saúde no HMASP. No dia a dia tenho observado a falta de brilho, proficiência e aptidão.
A sociedade brasileira em todos os seus níveis e profissões está passando por isso.
Nosso problema está na base da educação, desde que perdemos a disciplina chamada Educação Moral e Cívica e OSPB! As gerações nascidas depois de 1988 nasceram castrada mental e moral pó Estado, pois assim é mais fácil subjugar!
Triste
Não posso assinar como de costume…
Concordo plenamente contigo caro CM e Douglas, assistimos ,tristes, o resultado da falta de áreas específicas e de relevância na educação brasileira, substituídas por uma ideologização e doutrinação abjetas e revoltantes q destroem a nação de dentro pra fora.
O estado brasileiro hoje vive em torno de si mesmo. O seu objetivo é servir-se do pagador de impostos e não servir a ele. Lembro de quando certo ex-ministro disse que o serviço público é composto por sanguessugas. Se ele, um homem de mercado recém chegado ao serviço público disse esse tipo de coisa tendo uma visão de dentro do sistema todo, imagino o tipo de coisa que ele viu e que sequer chega ao conhecimento público.
Estamos ferrados.
Discordo totalmente da matéria formulada, porquanto enseja um severo egocentrismo da parte do autor.
É evidente a associação mental preventiva entre “fogo” e “193 bombeiros” e todos nós nos sentimos SEGURO com isso.
Mas o texto torna.se egocêntrico quando se esquece de considerar que a cidade de São Paulo tem MILHOES de quilômetros quadrados e outros milhões de habitantes com várias outras demandas.
É óbvio que central de acionamento do Bombeiros trabalha com protocolos de atendimento, protocolos de seleção de prioridades e de URGENCIAS.
É o típico caso do paciente que chega ao PS com dor de dente e quer furar a fila de outro que está em parada cardio.respiratória! pasmem
Se a viatura sequer foi lá ver, POSSO JURAR POR DEUS, que não estava ociosa no quartel!
Tbm posso garantir que, em São Paulo, 5minutos de Viatura BOMBEIRO parada na sede é coisa rara num plantão de 24h.
Desta forma, apesar de extrema frustração com as altas expectativas do caso narrado, tenho convicção férrea que não houve descaso dos Bombeiros.
Os leigos tendem a hiper valorizar casos corriqueiros que, em verdade, sequer mereceriam atenção dos Bombeiros, mas sim da empresa de energia que, desligando a rede, daria fim ao superaquecimento e ao fogo localizado.
Tivesse a viatura ido ao local, além de nada poder fazer, deixaria outras demandas mais graves em haver.
Um meio copo de água tem sempre duas vertentes: meio cheio, meio vazio.
Apenas uma singela outra opinião….sem ofender ninguém.
Concordo com ambos, Xyko e Marcos, difícil equalizar a melhor ação e apontar uma oportunidade de melhoria neste case…nos dias atuais tudo pode acontecer, até o mais ou menos óbvio…
Todo mundo hoje quer passar no concurso publico e garantir o salário, o resto é secundário.