Julio Shidara, presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), e Jadir Gonçalves, vice-presidente e coordenador do Comitê de Espaço da Associação e sócio-diretor da Fibraforte, reuniram-se nesta segunda-feira (9) com Ana Paula Trento e Sara Sebben, respectivamente, sub-chefe e assessora legislativa do gabinete do senador Styvenson Valentim, autor do Projeto de Lei (PL) 4569/2023, que cria o Programa de Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Posicionamento Global.
“Parabenizamos ao senador Styvenson e à sua assessoria por essa importante iniciativa para o futuro do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma eventual interrupção do sistema GPS (Global Positioning System) provocaria a suspensão ou severa degradação no funcionamento de 14 de um total de 16 sistemas de infraestruturas considerados críticos para o país e causaria uma perda diária de USD 1 bilhão para a economia local, que aumentaria para USD 1,5 bilhão caso tal interrupção ocorresse num período crítico para sua agricultura. No Brasil, a situação não deve ser diferente”, declarou Shidara.
“Assim como nos Estados Unidos, um dos sistemas de infraestrutura crítica que podem ser afetados é o “grid” elétrico brasileiro, que pode sofrer um apagão nacional em caso de falta do sinal de GPS. Seria uma vulnerabilidade gravíssima que ameaçaria nossa soberania”, acrescentou o presidente da AIAB.
Já Jadir comentou que “embora o desenvolvimento de um sistema GPS brasileiro requeira investimentos para desenvolvimento de novas tecnologias e novos equipamentos, existem tecnologias e equipamentos já dominados pela indústria nacional que poderão ser empregados no projeto”. A AIAB e o gabinete do senador Styvenson somarão esforços no sentido de atuar pela viabilização desse importante projeto para as futuras gerações de brasileiros.
Fonte: AIAB
Respostas de 6
Não seria possível em todo satelite brasileiro que for lançado. inserir um dispositivo para esta finalidade?
não entendo de tecnologia, porém me parece que todo gps são dependentes de satélite, quantos satélite tem o Brasil? ou ficaria dependentes de satélite dos americanos? sendo assim seria uma independência dependente..
Nada se consegue fazer algo sozinho esse projeto tem que ser trabalhado em conjunto com as nossas forças armadas e o governo federal.
Jurandir, não seria possível essa sua ideia, pois a constelação GNSS necessita de uma geometria adequada para que seja eficaz.
José, o Brasil já domina a tecnologia de satélites a exemplo do programa CBERS em parceria com a China, o que seria necessária era desenvolver autonomia no lançamento de foguetes com a capacidade de transportar a carga útil necessária.
Se for para trabalhar em conjunto, aliás, como deve ser, que seja com democracias consolidadas, e não com pseudo democracias ou autocracias, como Rússia, China, Irã, Cuba (por incrível que pareça, mas nada é impossivel atualmente). Todos os países fazem espionagem, nenhum é santo, mas devemos ser prudentes de quem nos aproximamos nas áreas críticas.
Escolha de órbitas adequadas e estáveis, seleção e reserva de frequência adequada, preferencialmente negociar com os americanos a utilização dos mesmos “gold codes”
Empregados no GPS, de forma a facilitar à interoperabilidade a nível dos receptores, são passos básicos para o estabelecimento de uma “nova” constelação de satélites para navegação.
Saber de onde virá o dinheiro para os lançamentos e manutenção do sistema é outra questão que precisa ser respondida, principalmente num ambiente em que os competidores oferecem o serviço “de graça”.
Por fim considerando que boa parte das vulnerabilidades referem-se à nossa dependência do sincronismo do GNSS, talvez fosse mais adequado estabelecer uma rede nacional de “distribuição de sincronismo” usando as redes celulares e de energia elétrica.
É a singela contribuição de quem já estudou o problema e participou de alguns projetos do governo para incrementação do GNSS que não tiveram resultado.