Na ultima segunda-feira, dia 03 de julho, a Força Aérea Brasileira (FAB), com a colaboração do Exército Brasileiro (EB), iniciou a Terceira Fase da “Operação Zeus”, com o objetivo realizar a avaliação operacional, em solo e em voo, da adequabilidade e eficiência operacional da aerotransportabilidade de viaturas blindadas na aeronave KC-390 Millennium.
Esta fase ocorreu na Base Aérea de Anápolis (BAAN) e contou com a aeronave KC-390 FAB 2856, pertencente ao Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT), o “Esquadrão Zeus”, e uma viatura blindada de combate lança foguetes (VBC L Fgt) 6X6 ASTROS II LMU MK6, do 16º Grupo de mísseis e Foguetes (16º GMF), o “Grupo Visconde de São Leopoldo”, de Formosa (GO).
A viatura, que chega a pesar até 24 toneladas, é um veículo de artilharia autopropulsada que além dos lançadores, conta com um sistema de comando e controle que permite a coordenação dos disparos, bem como sistemas de comunicação e apoio logístico.
Na operação de ensaio, após preparação da aeronave, foi realizado o carregamento do veículo e sua ancoragem, taxiamento e outras verificações previstas no Plano de Ensaio, incluindo duas corridas de decolagem “abortadas”, para garantir todas as ações seguras com o veículo embarcado.
Com o sucesso das fases iniciais, foi realizado um voo com o veículo a bordo e com evoluções em espaço aéreo designado. O pouso final, de máximo desempenho, consolidou os aprendizados anteriores e coroou o sucesso da operação, encerrada com o desembarque do veículo da aeronave em total segurança.
Participam desta operação militares do 1º GTT, do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), do Parque de Material Aeronáutico do Galeão (PAMA-GL), da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB), da FAB, e do Comando de Artilharia do Exército e do 16º GMF, do EB, além de técnicos e engenheiros das empresas Embraer e Avibras.
Para o Chefe do setor de Operações do 1º GTT, major aviador Rafael Portella Santos, o ASTROS é um dos principais sistemas de artilharia do EB e tem sido usado para apoiar operações militares, tanto em exercícios de treinamento quanto em missões reais. “Sua capacidade de lançamento de foguetes e mísseis de diversos tipos e alcances faz dele uma peça importante no arsenal do Exército Brasileiro para atingir alvos a longa distância. Dessa forma, a possibilidade de transportar esse equipamento nas asas da FAB aumentará ainda mais o horizonte de atuação no cenário almejado”, destacou.
Segundo o Piloto de Ensaios em Voo, major aviador Vinicius Marcel Holdorf, que conduziu a aeronave testada, a capacidade de transporte de carros de combate pela aeronave KC-390 Millennium tem sido avaliada com níveis crescentes de dificuldade desde o ano passado em Santa Maria (RS). “Na ocasião, foram testados os veículos Guarani e M113 do Exército Brasileiro. O veículo lançador Astros foi o maior desafio desta fase e adiciona potência às capacidades do KC-390, reiterando a superioridade operacional do projeto da Embraer”, concluiu.
A operação se estenderá até a próxima sexta-feira, dia 07, e os resultados colhidos no exercício serão de suma importância para a consolidação do projeto KC-390 Millennium. Além disso, é um importante marco de interoperabilidade entre a FAB e o EB, envidando esforços de maneira sinérgica com vistas à garantia da soberania do território nacional em toda sua magnitude.
Histórico
A primeira fase da Operação Zeus ocorreu nos dias 17 e 18 de outubro de 2022, na Base Aérea de Santa Maria (BASM), quando foram feitos testes de ancoragem em duas viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) M113BR e o voo com uma VBTP 6X6 Guarani.
A segunda foi no mês de novembro, na Base Aérea do Galeão (BAGL), com duas viaturas blindadas multitarefa – leves sobre rodas (VBMT-LSR) 4X4 LMV-BR, equipadas com SARC REMAX.
Alem disso, os testes envolvendo o KC-390 e as viaturas do Sistema ASTROS II ocorrem desde antes da construção do protótipo da aeronave, com diversos embarques sendo feitos no mockup, na sede da Embraer, a partir de 2010, que demandou a interação entre as engenharias das duas empresas, na busca de um objetivo comum que era a aerotransportabilidade “roll-on/roll-off” das viaturas ASTROS MK6 com a mínima preparação possível.
Com informações da Agência Força Aérea e Avibras Aeroespacial
Respostas de 6
Bastos, o veículo Astros II vai com o lançador(por isso as 24 t) ou ele patola o lançador e vai apenas o caminhão ???
Precisamos muito. Mais KCs !
Buenas, depende.
A FAB reduziu a qtd de aeronaves (se não me engano para 19). Isso porque em tempos de paz, 19 da e sobra.
Mas nao tá na conta quantos aviões e como seriam feitos os lançamento da brigada Pqdt levando em conta a disponibilidade de 70% da frota, nem a taxa de atrito desses aviões em
Combate.
Eu acho que deveríamos ter de 30 a 50, mas significa recursos, é esse estoque parado sem uso teria que ser preservado (e nisso seria um bom dinheiro investido em reserva/estoque).
Não existe solução fácil para problema complexo.
Acredito, também, de quê precisamos de mais aeronaves do tipo, entretanto não acredito que sejam necessários tantos quanto foram pedidos (28+2), 20 KC-390 seria um número interessante. Aliado a isso, algumas aeronaves de transporte estratégico como os C-17, Y-20, ou IL-76, uns 04 a 06 aviões nos dariam uma capacidade de transporte interessante.
Na minha opinião, a FAB deveria focar nas aeronaves maiores (KC-390 e C-17/Y-20/IL-76), por exemplo, deixando espaço para quê EB e MB/CFN operem/comprem suas próprias aeronaves de transporte leve (tipo C-295/C-27J), ligeiro (ATL-100/300 e C-212-400) e de ligação (Caravan). Isso diminuiria a pressão sobre às aeronaves da FAB, deixando estas atenderem as demandas da própria força.
Enfim, nossas forças precisam de reestruturação e organização das missões/responsabilidades/demandas. Minha opinião.
Até mais!!!
Caro Paulo Barros, parabéns por mais essa matéria! apenas informando que há um erro na data no início da matéria (3 de junho, ao invés de 3 de julho). Parabéns novamente!!
Obrigado pela correção.