Por Giacomo Cavanna, Ares Osservatorio Difesa (*)
O Exército italiano (EI), por meio da Diretoria de Armamentos Terrestres (TERRARM), receberá 7.712 conjuntos completos de munição 120×570 mm R, sendo 4.300 da empresa israelense Elbit Systems, 3.012 da alemã Rheinmetall Waffe Munition (RWM) e 400 da francesa Nexter Arrowtech. O investimento total a realizar pelo Estado-Maior do Exército é de cerca de 20,9 milhões de euros.
De acordo com o que foi divulgado pelo TERRARM em maio, julho e agosto, foi lançado um programa de compras para reposição urgente de estoques. De acordo com o anexo técnico para cartuchos completos 120 mm, está previsto que eles possam ser usados com os sistemas de armas C1 Ariete e B2 Centauro II.
ELBIT
O primeiro contrato, no valor aproximado de 10,48 milhões de euros, prevê o fornecimento de 500 cartuchos completos 120 mm HE MP-T M339 e 3.800 TP-T M303.
O HE MP-T (“High Explosive Multi-Purpose Trace”) M339 é uma munição multiuso com alta letalidade contra bunkers, fortificações e viaturas com blindagem média, sendo também altamente letal contra a infantaria. É capaz de penetrar até 200 mm de concreto armado duplo e a espoleta possui três modos de operação: Retardo de Detonação de Ponto (PDD), Detonação de Ponto (PD) e Explosão de Ar (AB), sendo compatível com os carros de combate (“main battle tank” – MBT) Leopard 2A4/A5/A6, Ariete, K1A1/A2, K2, M1A1/A2, M60A3, Merkava 3 e 4 e outros equipados com canhão de 120 mm.
O TP-T (“Target Practice-Tracer”) M303 é uma rodada de treinamento compatível com os padrões MIL-STD e NATO STANAG 4385 e 4493. É compatível com os MBT Leopard 2A4/A5/A6, C1 Ariete, K1A1/A2, M1A1/A2, M60A3 modificado, Merkava 3 e 4 e outros tanques equipados com canhão de 120 mm.
Rheinmetall
A empresa sediada em Unterluess, na Alemanha, fornecerá um total de 512 cartuchos de 120 mm TPCSDS-T DM88 e 2.500 TP-T DM98 por 6,2 milhões de euros.
Desenvolvido pela Rheinmetall como um sucessor do DM78, o DM88 TPCSDS-T (“Target Practice Cone Stabilized Discarding Sabot Tracer”) apresenta alta precisão que fornece uma experiência de treinamento muito realista.
O DM98 TP-T (“Target Practice-Tracer”) comparou ao seu antecessor, DM18, maior precisão atingindo mais de 2.000 metros, bem como excelente observabilidade, graças a um rastreador visível em todas as condições de luz.
Nexter
Relativamente ao contrato atribuído à francesa Nexter, no valor de 1,9 milhões de euros, o fornecimento inclui 400 munições 120 mm HE F1.
Com um alcance de aproximadamente 4.000 metros contra fortificações, estruturas reforçadas, veículos blindados leves e infantaria. Ele atende aos padrões STANAG 4385 e pode ser disparado pelo MBT Leclerc, Abrams M1A1 e M1A2, Leopard 2, C1 Ariete e outros tanques equipados com um canhão de 120 mm.
(*) Ares Osservatorio Difesa é uma Associação Cultural italiana, fundada em 12 de abril de 2019, em Roma, para a análise e estudo de questões nacionais e internacionais relacionadas as áreas de defesa e segurança, e parceira de Tecnologia & Defesa no intercâmbio de informações, para manter os leitores atualizados das notícias importantes que ocorrem entre os dois países.
Respostas de 10
Sonho um dia ver um pedido desse feito pelo EB para a IMBEL ( fabrica ai 4k de munição para entregar em 3 anos e fica com uma linha de produção bonita ativa )
…ou de ver uma encomenda para exportação, produzida pela IMBEL.
Um passo de cada vez. Primeiro se fabrica a munição de treinamento para adquirir expertise na fabricação e após isso a IMBEL começa a fabricar as munições de fato.
O contrato do Centauro 2 prevê a ToT para fabricação de munição de treinamento em 120mm. Seria alguma dessas munições da matéria a que vamos fabricar na IMBEL?
Tenho curiosidade em saber porque nenhum desses contratos foi pra empresas italianas. Ou será que a Itália não fabrica essas munições (ou similares)? E em caso disso ser verdade, de que empresa receberemos a tecnologia de fabricação das munições?
Essa minha curiosidade é reforçada pela possibilidade de se discutir a produção, no Brasil, de outras munições de 120mm, no futuro, segundo a notícia sobre o Centauro II. Isso me levou a pensar que essas tecnologias são de domínio italiano, e não estão sujeitas a negociações envolvendo terceiros.
ChDegelo, segue matéria sobre a ToT da munição.
http://tecnodefesa.com.br/imbel-participa-de-acordo-de-offset-da-nova-vbc-cav-do-exercito/
Obrigado Ary.
Essa matéria responde minha primeira pergunta, mas, continuo curioso em saber se a Itália tem domínio da tecnologia de fabricação dessas munições. Veja que a ToT para a TP-T que vamos receber está sendo comprada da Elbit israelense.
Como explicado na matéria do link, a ToT para essas outras munições é objeto de negociações futura.
Entendi, neste caso não vou saber também se a Itália tem domínio ou se será um acordo com a Elbit para a transferência. O Paulo Bastos será alguém melhor para responde-lo. Sobre a esta compra, a Itália comprou o estoque destas empresas por ser emergencial, então mesmo que ela tenha domínio, o que pessoalmente acredito que tenha, a compra seria desta forma por não terem estoque disponível. Creio que se a Imbel já estivesse com o domínio da tecnologia poderia ser um fornecedor também se tivesse estoque disponível.
Ary, parece que algumas conclusões bastante equivocadas estão surgindo devido a premissas completamente errôneas…
O Exército Brasileiro adquiriu o Centauro II da CIO, uma empresa PRIVADA (apesar de uma pequena participação do governo) e não do governo italiano.
Quem vai fazer a transferência de tecnologia para a IMBEL será a empresa CIO e isto já foi acertado, ok???
Assim que eu puder, voltarei ao tema, podem ficar tranquilos 😉
quase 3000 euros por tiro. Dara algo em torno de 37 ou 38 tiros por carro
Se fizéssemos uma conta de padaria, seriam 2700 euros por munição. Porém sem dúvida há munições mais baratas e outras mais caras, as quais puxam a média de preço para cima.