De acordo com a portaria nº 901-EME/C Ex, de 28 de outubro de 2022, e publicada hoje no Boletim do Exército (nº 44/2022), o Exército Brasileiro (EB) aprovou o plano de acolhimento do sistema de míssil anticarro (MAC) Spike LR2, com o objetivo de obter, no mais curto prazo, a capacidade operacional deste novo armamento.
O Spike LR2 (Long Range) é um míssil de 5ª geração, com guiagem eletro-óptica, que pode ser lançado por um soldado de infantaria ou veículos (multiplataforma), podendo ser integrado a sistemas de armas remotamente controlados (SARC), e que está em uso em diversos países. O EB adquiriu 100 unidades do míssil, dez lançadores, dez simuladores, suporte logístico integrado e treinamento, da israelense Rafael Advanced Defense Systems, no final de 2021, após concorrência internacional, a um custo de US $ 19.023.200,00. Existem planos para novas aquisições, assim que os mesmos estejam operacionais.
Foram adquiridos quatro tipos de simuladores: o simulador mecânico, o simulador interno (“Indoor Training” – IDT), o simulador externo (“Outdoor Training” – ODT) e o simulador de fração (“Spike Team Trainer” – STT) que, quando empregados, viabilizam o preparo e o ensino das técnicas, táticas e procedimentos (TTP) de emprego do sistema, desde o manejo do material até o emprego tático.
Com sua a aquisição, será realizado o recebimento, suporte logístico integrado (SLI), dotação de frações, instalação de simuladores, capacitação de pessoal, adequação de instalações, confecção de documentos doutrinários e operação do material.
As tropas blindadas, mecanizadas, motorizadas, aeromóveis, paraquedistas e de selva já possuem, em seus quadros de cargos de dotação de material, frações destinadas ao combate anticarro, contudo, faz-se necessário proceder a um estudo, para verificar se há necessidade de atualização de seu quadro organizacional além da alteração da doutrina de emprego, pois, o manual de campanha “O Pelotão Anticarro” (C 7–32) é datado do ano de 1978 e menciona características técnicas de um míssil com o emprego já em desuso pela força, demandando atualizações de caráter técnico e tático.
O cronograma aprovado no plano é:
- 2º semestre de 2023: recebimento dos simuladores;
- 1º semestre de 2024: recebimento dos mísseis e lançadores e capacitação inicial de militares na operação e logística do sistema (ministrados pela empresa Rafael); e
- 2º semestre de 2024: confecção da documentação de ensino, cursos operacionais e logísticos (ministrados pelo próprio EB), capacitação das frações de tropa e obtenção de capacidade operacional.
A sua distribuição será para as seguintes organizações militares:
- 29º Batalhão de Infantaria Blindada (29º BIB), de Santa Maria (RS): 4 lançadores;
- 4º Regimento de Carros de Combate (4º RCC), de Rosário do Sul (RS): 2 lançadores;
- 6º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (6º Esqd C Mec), de Santa Maria (RS): 2 lançadores; e
- Centro de Instrução de Blindados (CIBld), de Santa Maria (RS): 2 lançadores e 10 simuladores.
Respostas de 10
E a compra dos misseis Javelin
Em agosto deste ano, a Agência de Cooperação de Segurança de Defesa (Defense Security Cooperation Agency – DSCA), dos Estados Unidos, deram a autorização para a venda de até 222 mísseis e 33 lançadores para o Brasil, mas, até o momento, não foi anunciado nenhuma aquisição.
Pela organização prevista no QC dos batalhões, quatro lançadores/postos de tiro constituem um Pelotão Anticarro. Dois constituem uma Seção Anticarro.
Só não entendi o porquê do 4o RCC estar nesta lista. Onde um míssil de infantaria caberia na dotação orgânica de um regimento de carros de combate
Quem opera carro de combate saberá explorar suas fraquezas para assim auxiliar no desenvolvimento de uma doutrina para “combater” carros de combate….. essa fase e basicamente de estudo e desenvolvimento de doutrina por isso do 10 lançadores
As Unidades Blindadas e Mecanizadas de Cavalaria possuem em seus Pelotões de Comando Seções Anti-Carro, como parte do Sistema de Apoio de Fogo orgânico e em complemento à variabilidade de calibres/alcances. Isso dá versatilidade e poder de combate.
E eu não entendi pq nenhuma unidade de Inf. MEC.
Incrível o tempo que leva hoje a real capacidade de empregar alguns tipos de armamentos.
A duas décadas o combatente praticamente se adaptava em poucas semanas a um novo armamento. Hoje pode demorar meses até que ele entenda todo o conceito da arma, sua eletrônica e manuseio.
Excelente aquisição, entretanto, achei o número de lançadores muito baixo. Mas para um primeiro lote e introdução de doutrina tá valendo, seria muito bom que déssemos continuidade ao MSS 1.2, agora com um upgrade.
Com relação ao MSS 1.2, existe a de ser produzido ou é apenas um protótipo que não será fabricado ?