Armada Argentina incorpora terceiro navio patrulha da Classe Gowind

Por Santiago Rivas (*)

A Armada Argentina recebeu ontem, 04 de dezembro, na Base Naval de Buenos Aires, o terceiro navio polivalente de patrulha oceânica (“ocean patrol vessels”  – OPV) da classe Gowind, o ARA Almirante Storni  (P53), culminando assim sua viagem desde Concarneau, na França, onde foi construído, e sendo integrado à Divisão de Patrulha Marítima, sediada na Base Naval de Mar del Plata, para onde viajará na próxima semana.

Estiveram presentes à cerimônia o ministro da Defesa, Jorge Taiana; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, tenente general Juan Martín Paleo; e os titulares do Estado-Maior da Armada, almirante Julio Horacio Guardia; e da Força Aérea, o brigadeiro-general Xavier Julián Isaac, entre outros.

Da esquerda para a direita: o chefe do Estado-Maior da Marinha, almirante Julio Guardia, o ministro da Defesa, Jorge Taiana, o chefe do Estado-Maior Conjunto, o tenente general Paleo e o chefe do Estado-Maior da Aeronáutica Força, brigadeiro Xavier Isaac.

O ministro Taiana destacou: “a incorporação desta nova OPV reforça as capacidades operacionais da Armada Argentina para um maior patrulhamento marítimo da Zona Econômica Exclusiva e da zona de interesse marítimo; o cuidado dos recursos renováveis ​​e não renováveis ​​do mar e o cumprimento dos compromissos internacionais relativos à capacidade de apoio à salvaguarda da vida humana no mar e à melhoria do apoio às Bases Antárticas ”.

Em fevereiro de 2020 foi recebido o primeiro OPV desta classe, o ARA Bouchard (P51), e o segundo, o ARA Piedrabuena (P52), em junho de 2021, ambos entregues  na Base Naval de Mar del Plata. O último da série, chamado ARA Contra-Almirante Cordero (P54), deve ser recebido em junho de 2022. Estas aquisições se realizam no marco do Projeto de Recuperação da Capacidade de Patrulha Marítima Naval” da Armada Argentina.

O ARA Storni, foi construído pelo Estaleiro Piriou, do Naval Group, localizado na cidade francesa de Concarneau, foi lançado em 10 de maio de 2020. Posteriormente, em 13 de outubro de 2021, foi entregue à Armada Argentina e com o içamento da bandeira nacional, foi especificada a incorporação dessa unidade ao Estado Nacional.

Suas características técnicas incluem um sistema de motorização otimizado, um sistema de estabilização ativa e um propulsor de proa. Também é “comprovado no gelo”, ou seja, está adaptado para navegação nas águas frias da Antártica.

Os navios já entregues estão em operação e permitem à Armada Argentina realizar operações essenciais para a defesa dos interesses soberanos da Argentina no mar.

Capitão da fragata Oscar Luis Latorre, comandante da ARA Storni

No último dia 10 de novembro, o ARA Storni  zarpou de Concarneau, no sul da França, sob o comando do capitão da fragata Oscar Luis Latorre. A tripulação havia chegado a Concarneau, quatro meses antes do embarque, para dar início ao programa de treinamento e operação das equipes da unidade do Universidade Naval Group, que lhe permitia operar e realizar a manutenção básica do navio.

O treinamento na cidade francesa contou com a presença de instrutores de todos os componentes da unidade e, uma vez concluídos os cursos teóricos, foram realizadas as práticas a bordo tanto no porto como na navegação. Desta forma, antes de sua chegada ao país, foi realizado um árduo trabalho de instrução e treinamento da tripulação na referida unidade.

O navio também chegou transportando três contêineres, um dos quais completa o sistema incorporado em outro contêiner que chegou à ARA Piedrabuena com uma câmara hiperbárica. Este contêiner inclui o espaço para preparação da equipe. Os outros dois contêineres menores incluem equipamentos para controle da poluição do mar.

(*) Santiago Rivas é jornalista e fotógrafo argentino, especializado em defesa, editor da revista Pucará Defensa e colaborador de Tecnologia & Defesa na Argentina

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Respostas de 2

  1. Aquisição importantíssima para se protegerem das hordas de pescadores chineses que volta e meia aparecem por lá.
    Sei que a MB planeja mais OPVs do porte da Classe Amazonas, que já se mostraram pau pra toda obra e este ano brilharam em várias operações no combate ao tráfico de drogas. Mas um senso de urgência mais aguçado seria de bom tom, já que nossa enorme ZEE está completamente aberta a quem quiser entrar sem convite.

    1. Sem dúvida. A mais de 3 anos ouvimos que a MB espeta recursos oriundos do FMM para iniciar o PRONAPA. É contar com os ovos de uma galinha que nem é deles ainda! Ficamos sonhando com SUBNUC’S e NAe, mas patrulhas de 1.500 e 500 toneladas ninguém faz nada. E, de longe, são os equipamentos mais necessários para um real patrulhamento. Claro, complementados por outros equipamento de monitoramento. Mas, a principal questão é: se não temos verba para iniciar projetos básicos, como manter o programa SNBR e, em paralelo, fomentar a construção de mais SNBR, SBR e Tamandarés? Lembrando que parar o processo não é uma opção, senão tudo o que foi investindo vai por água abaixo.

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